Extensão da Linha 5-Lilás até Jardim Ângela mudou e ficou maior

ViaMobilidade teve de alterar projeto após fim de convênio com a Prefeitura de SP, que previa prolongamento de avenida. Trecho subterrâneo será mais longo
Trem da Linha 5 em Capão Redondo (Jean Carlos)
Trem da Linha 5 em Capão Redondo (Jean Carlos)

A ViaMobilidade fará uma apresentação pública do relatório ambiental preliminar da extensão da Linha 5-Lilás até Jardim Ângela no próximo dia 27, mas já antecipamos aqui uma mudança importante.

A expansão do ramal passou por mudanças profundas após um convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a concessionária ser encerrado.

Até então, previa-se que a Avenida Carlos Caldeira Filho seria prolongada e com isso parte das vias da Linha 5 ocuparia esse espaço. A concessionária seria responsável por implantar a pista norte da avenida.

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Por conta do convênio, a ViaMobilidade havia optado pela Alternativa 06 de trajeto da extensão, com 4,3 km ao todo, sendo 3,23 km em elevado e 1,1 km subterrâneo.

Agora a empresa refez a Alternativa 01, que propõe uma extensão maior, de quase 5 km. Ele segue uma mudança estabelecida por um relatório técnico desenvolvido pela SYSTRA e concluído em novembro passado.

O novo traçado da extensão até Jardim Ângela é maior e com trechos subterrâneos mais extensos
O novo traçado da extensão até Jardim Ângela é maior e com trechos subterrâneos mais extensos

Menos desapropriações

Nesse documento consta uma nova configuração de traçado, que possui 4.913 metros de extensão. Desse total, 2.082 metros serão em elevado, 198 metros em vala a céu aberto e 2.633 metros de vias subterrâneas.

O novo desenho evita um impacto maior na superfície já que seria preciso liberar quase 12.000 m² de área onde estão ocupações irregulares, impactando não apenas o aspecto social, mas também o custo e prazo da obra.

“Com os ajustes de projeto, haverá redução das intervenções em equipamentos públicos e áreas de desapropriação, além do que, não existe mais sobreposição de projeto com o perímetro do Parque Santo Dias”, diz o relatório.

Concepção geral da extensão até Jardim Ângela
O trajeto anterior, descartado, aproveitava o prolongamento de avenida e tinha grande parte da via elevada

Trecho subterrâneo maior e mais VSEs

O trajeto revisado da Linha 5-Lilás parte em via elevada da estação Capão Redondo, passa pela lateral do pátio de mesmo nome e segue por cerca de 800 metros até a superfície na futura estação Comendador Sant’Anna.

Após a estação, a via começa a descer e num pequeno techo corre em vala até ter altura para entrar no túnel a ser construído por método NATM. O trajeto passa pela estação Jardim Ângela e termina em um VSE (poço de ventilação) pouco mais de 500 metros da estação.

Com a expansão do trecho subterrâneo, a Linha 5 ganhará mais três VSEs em vez de um apenas. O primeiro ficará logo após o início do túnel, o segundo entre ele e a estação Jardim Ângela, e o terceiro, como explicado, no final da via.

Comendador Sant’Anna

Pela descrição, a estação terá plataformas laterais no nível da superfície, com o mezanino superior servindo de acesso e área de bloqueios e salas operacionais. Salas técnicas serão instaladas em um edifício separado na superfície.

Apesar de reduzir bastante as desapropriações, o novo traçado terá um impacto maior no entorno desta estação, além de ser uma barreira urbana para pedestres e veículos.

Novo traçado
Novo traçado

Jardim Ângela

Subterrânea, a estação será constituída por cinco poços secantes com 31 metros de diâmetro cada e será mais profunda do que antes, na chamada cota 770 (770 metros de altitude).

A mudança colocará o acesso principal da estação ao norte, mais próximo de onde ficará um novo terminal de ônibus, assim como um bicicletário próximo a uma ciclovia da região.

As salas técnicas, por sua vez, ficarão dentro da estação, aproveitando o maior volume de escavação previsto.

O relatório preliminar apontou que a nova solução reduzirá o custo da obra embora mantendo o mesmo prazo de implantação.

O governo do estado espera começar a tirar do papel a extensão no segundo trimestre e entregá-la em 2029. São esperados mais 150 mil usuários por dia quando o trecho ficar pronto.

 

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  1. Acho essa extensão de suam importância, mas creio que já deveriam iniciar os estudos visando levar a Linha até a Estação Ipiranga na outra ponta.
    Linha Verde após chegada na Penha vai ficar bem lotada, e depois que chegar em Guarulhos pode ficar caótica.

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      1. Hoje em dia nem tanto, já que as novas linhas tendem a evitar o trecho Barra Funda – Brás por está sobrecarregado, então a Linha 5 indo para o Ipiranga ou Parque da Mooca faria mais sentido, já que evita a necessidade das pessoas vindo da Linha 2 e Linha 6 sobrecarregar a Linha 10 apenas para descer no Brás para pegar a Linha 5.

  2. A Linha 5 Lilás já está com superlotação e não comporta mais passageiros!
    Para atender o Jardim Ângela a melhor solução deveria ser uma Nova Linha que tivesse o mesmo traçado da Av. Guarapiranga e M’Boi Mirim. No outro sentido poderia interligar com estações de outras Linhas: Socorro L1, Aeroporto L17, Hosp. S.P. L5, Paraíso L1eL2

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    1. A Linha 5 comporta mais passageiros se a ViaMobilidade comprar mais trens para suportar essa extensão, poderia já comprar uns trens extras para numa eventual extensão até o Ipiranga ou Parque da Mooca.

      1. Levar até a futura Estação São Carlos/Pq. da Mooca NÃO traz os mesmos benefícios para a rede, pois NÃO atrai nem o passageiro vindo do ABC (já que se transferir por Tamanduateí seria mais perto e mais rápido) e nem o passageiro vindo da L15 (mesmo que se estenda o monotrilho até São Carlos), já que neste caso a transferência em V. Prudente também seria mais rápida.

        Portanto, é ponto pacífico que Ipiranga é melhor para a L5, ainda mais porque São Carlos já vai ter L6.

          1. Não é mesmo ponto pacífico (consenso) para o governo, nem para a Secretaria de Parcerias em Investimentos. Para a Cia. do Metrô, talvez, ainda não se sabe ao certo.

            Mas falei “ponto pacífico” no sentido de “consenso” entre a maioria aqui dos entusiastas que, com uma visão um pouco “mais cirúrgica” em transportes do que a média, chegou-se a essa conclusão.

            Contudo, no que depender do Governo do Estado, vai chegar 2050 e a L5 estará ainda com terminal em CKB (L2), sem ainda nenhuma expansão após sendo cogitada (mesmo com a L2 bombando).

            Muito infelizmente, esta é a realidade.

  3. Puxa, por essa eu não esperava, essa da Estação Comendador Sant’ Anna ser em superfície me surpreendeu e ainda mais com uma vala até chegar num túnel e uma Estação Jardim Ângela mais profunda, achei que o projeto antigo prevaleceria e vamos ver o que o pessoal da região vai achar disso na audiência pública! O importante é que a extensão saia do papel de fato, que fique pronta dentro do prazo, mas dentro do orçamento é até querer demais em se tratando de Brasil, bom, de prazo também, claro!

  4. espero que tenhamos também uma compra de trens pq já está muito difícil de usar essa linha no pico já com a quantidade de material rodante disponível hoje, imagina com a extensão…
    e concordo que já deveriam estar prevendo a conexão da L5 com as L10 e L15 em Ipiranga. é uma conexão muito necessária já hoje

    1. Existem muitas incertezas sobre o projeto, mas se tem uma coisa que com toda certeza acontecerá é a compra de mais trens. Alias essa é a principal razão para o pouco caso que estão fazendo com a frota F. Vai ser algo em torno de uns 10 trens novos

    1. A expansão da L5 reduzirá a quantidade de passageiros em Capão Redondo.

      Embarque pelas laterais? Mas alguém vai pegar no Jd. Ângela e desembarcar em Capão? Acho muito pouco provável.

      Basta as pessoas não se empurrarem!
      Se elas são educadas na L4 (por exemplo), por que não podem ser iguais na Estação Capão Redondo?

      A L5 opera hoje com quase 3 min de intervalo programado entre trens nos horários de pico.
      Se eu não me engano, são ~21 trens/hora/sentido.
      Dá, tranquilamente, para colocar pelo menos mais uma dúzia de viagens/trens por hora/sentido no carrossel, aumentando consideravelmente a oferta da linha (+ de 50%).
      Há também a possibilidade real de despachar trens vazios para Capão Redondo, para atender melhor a demanda entre Campo Limpo e Largo 13.

      Quem dera a expansão da Linha 2–Verde da Penha para Guarulhos (Dutra) tivesse esse mesmo cenário aí (bem “mais tranquilo”) da L5 de Capão Redondo p/ Jd. Ângela.

  5. Como disseram, a L2 não só pode ficar caótica quando alcançar Guarulhos como ela vai sim ficar caótica certamente, ainda mais com a ideia errada de levar a L19 só até Anhangabaú (L3), em vez de levar pelo menos até Brigadeiro (L2) de uma vez, como era o plano no início.

    O ideal seria a L5 passar por Ipiranga (L10/L15) e avançar apenas mais ~2 km em linha reta até Orfanato (L2), de modo a reduzir o carregamento da L2 neste ponto (considerando o pico matutino).

    Levar até a futura Estação São Carlos NÃO traz os mesmos benefícios para a rede, pois NÃO atrai nem o passageiro vindo do ABC (já que se transferir por Tamanduateí seria mais perto e mais rápido) e nem o passageiro vindo da L15 (mesmo que se estenda o monotrilho até São Carlos), já que neste caso a transferência em V. Prudente também seria mais rápida.

    Portanto, é ponto pacífico que Ipiranga é melhor para a L5, ainda mais porque São Carlos já vai ter L6.

    Para quem vier da zona norte, via L6, e quiser acessar a L5, a conexão mais rápida (mesmo que a L5 fosse para São Carlos) sempre será, inevitavelmente, via São Joaquim e Santa Cruz.

    Além do mais, não há necessidade de evitar transferências para a L1 em São Joaquim, já que a L1 será desafogada entre Luz e Ana Rosa (sobretudo entre Sé e Paraíso) a partir de 2028/29.
    Então, não teria cabimento algumas linhas rodarem superlotadas enquanto outra linha roda com “meia carga” em pleno rush.

  6. Nós moradores do trecho onde poderá haver desapropriações até a estação Comendador Santana, gostaríamos de ter mais informações sobre isso e se agora o prolongamento da avenida Carlos Caldeira, mais a canalização do córrego dos brancos e avenidas ou ruas à sua margem estão previstas para quando e à cargo de quem, prefeitura ou estado? Ninguém esclarece isto, pois sempre ouvimos que depende da obra do metrô e agora diz a matéria que terminou o consórcio, ou seja, esta região está nas mãos de quem, para ter no mínimo uma rua asfaltada e saneamento básico?

  7. Cada vez que se fala da expansão da L5 para Jd. Ângela, com apenas 2 estações (só duas!!!), tem gente que faz um barulho, sendo que Jd. Ângela não tem absolutamente nada de transporte público de maior capacidade, além do seu acesso a Capão Redondo não ser fácil e nem rápido.

    Além do mais, a L5 tem muita margem ainda para aumento de oferta.

    O mesmo não acontece com a L2, que já com oferta máxima na Penha (até 36 trens/viagens por hora e por sentido), atingirá o seu limite máximo de oferta/demanda e, mesmo assim, será expandida até Guarulhos com mais 5 estações, sendo 2 delas de alta demanda (Gabriela Mistral e Dutra). E a L19 não anula a demanda extra entre Penha e Dutra, mas sim apenas não torna Dutra ainda pior!

    A L5 tem margem de aumento técnico de oferta, em relação a hoje, de praticamente 70% na hora de pico; e a L2, apenas em torno de 35% (metade do aumento possível na L5).

    Portanto, a situação futura para a L2 é muito pior e muito mais preocupante do que para a L5, certo?!

    Mas… esse pau que bate em Chico (L2) nunca pode bater em Francisco (outras linhas), né?!?!
    Pois aí muita gente aqui, quando mexe na “sua” linha (se não for para desafogar), já estrila!

    Eu, como não sou usuário dessas linhas, posso falar com mais imparcialidade.

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