Implantar linhas de metrô é uma tarefa das mais complexas por envolver vários campos da engenharia, arquitetura e tecnologia como um todo. Mas um desafio enorme é também criar a logomarca e os símbolos que identificam um novo sistema.
Foi essa a tarefa atribuída ao arquiteto e designer gráfico João Carlos Cauduro, então com pouco mais de 30 anos de idade. Formado na USP, o paulistano estudou em Florença, berço do Renascimento, conheceu Le Corbusier, um dos maiores arquitetos da história, e foi autor de inúmeros logotipos que de marcas conhecidas como na CPTM, Itaú e Natura e Lojas Riachelo, entre tantos outros.
Cauduro faleceu nesta quarta-feira (23) aos 88 anos após uma longa doença. Mas sua marca certamente nos acompanhará por muitos anos. Foi ele quem desenhou o icônico logotipo do Metrô de São Paulo, com as duas setas em direções opostas unidas.
Quando o Metrô nasceu no início da década de 70, tinha apenas uma linha, a Norte-Sul, hoje Linha 1-Azul, e a missão de convencer os paulistanos, acostumados aos ônibus e aos bondes, estes recentemente aposentados, a experimentar o novo e revolucionário meio de transporte.
Por isso era importante que o serviço tivesse uma comunicação clara e eficiente, capaz de orientar usuários em meio a tantas novidades tecnológicas.
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Após vários estudos, o símbolo do Metrô teve três alternativas de estilo, um com as setas vazadas e em pé, a mesma configuração mas ‘deitada’, e uma terceira, com fundo branco e que se tornou a oficial.
Um vídeo de 1968 mostrava o então prefeito de São Paulo, Faria Lima, apresentando as três opções e conclamando a população a escolher entre eles. Vale lembrar que a Companhia do Metropolitano de São Paulo foi criada pela prefeitura da capital, antes de ser assumida pelo governo do estado.
Segundo a companhia, a marca “em seu contexto semântico, refere-se à sua expansão radial, em direção aos quatro pontos cardeais, conotando o sentido direcional do ir-e-vir, do levar-e-trazer, do subir-e-descer, sua velocidade e sua característica essencial: a interrelação de suas linhas“.
Assim como em outras grandes cidades do mundo, o Metrô de São Paulo passou a ser amplamente conhecido pelo seu logotipo, presente em totens, acessos, trens e material de divulgação, simbolizando um status de qualidade elevada de mobilidade.
Uma pena, no entanto, que gestões estaduais passadas tenham permitido que linhas concedidas à iniciativa privada pudessem usar suas próprias marcas na identificação de estações e ramais, causando uma certa confusão aos passageiros.
Por ser um sistema conectado e de acesso livre como é a malha metroferroviária, o emblemático logotipo de Cauduro faria muito mais sentido se estivesse exposto em todas as estações de metrô e trens metropolitanos.
Com a concessão das linhas restantes da cptm e do metro, capaz de unificarem ambas as empresas como uma agência controladora do sistema sobre trilhos e utilizarem deste símbolo em todo o sistema, inclusive nas linhas concedidas, tornando toda a malha em “metro”. A nova padronização de placas e totens nas estações já é um passo para isso.
Não vai ser nada concedido, essa Tranqueira do governador vai tomar impeachemant e ir embora pra terra dele, e o melhor metrô do país, junto com a melhor operadora de trens do país, vão continuar existindo!