Fundo de investimento francês STOA torna-se sócio da Acciona na Linha 6-Laranja do Metrô

Entidade ligado ao governo da França assumiu 12,3% de participação na Concessionária Linha Universidade (CLU), que irá operar o ramal a partir de 2025
Canteiro de obras da Linha 6-Laranja (iTechdrones)

A Acciona anunciou nesta quarta-feira (20) a venda de 12,3% de participação na Concessionária Linha Universidade (CLU) para a STOA, um fundo de investimento ligado ao governo francês e que foca em países em desenvolvimento. O investidor irá injetar um valor de R$ 317 milhões no projeto da Linha 6-Laranja do Metrô, que tem um custo estimado de R$ 15 bilhões.

Até então, a construtora espanhola detinha a totalidade da PPP em seu braço privado, mas era esperado que a empresa buscasse mais recursos para tocar a obra, considerado o maior projeto de infraestrutura na América Latina. Para reiniciar as obras no final do ano passado, a Acciona obteve no mercado um empréstimo-ponte enquanto negocia um financiamento de longo prazo com bancos como o BNDES e mesmo organismos espanhois, entre outros.

Este investimento de longo prazo nas principais PPP da América Latina resume o DNA do STOA” afirmou Marie-Laure Mazaud, Vice-CEO do STOA, descrevendo ainda os objetivos de investimento do STOA: “apoiar como pioneiro projetos de infraestrutura sustentável com altos benefícios sociais e climáticos, trazendo para o parceiro industrial responsável pela execução do projeto a vasta experiência da STOA em estruturação financeira e contratual”.

Charles-Henri Malécot, CEO da STOA, concluiu: “Nossa equipe ajudou a melhorar a estrutura contratual do projeto para que agora atenda aos padrões internacionais de project finance e seja adequada para receber um financiamento de longo prazo ‘sem recurso’ (N.E: espécie de empréstimo sem garantias adicionais), o que seria um grande avanço no contexto das infraestruturas brasileiras. O STOA também se dedica a ajudar o projeto da Linha 6 a atingir os Padrões de Desempenho da IFC por meio de um plano de ação ambiental e social detalhado”.

Cinco anos de obras

A construtora Acciona assumiu a concessão da Linha 6-Laranja em outubro passado ao substituir a Move São Paulo, empresa pertencente à Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, todas envolvidas na operação Lava Jato e com finanças delibitadas. Com experiência em outras obras metroviárias como a linha 3 da cidade de Santiago do Chile e a linha de Quito (Equador), além de trechos da Linha 2-Verde, a empresa pretende concluir a construção dos 15,3 km e 15 estações da Linha 6 até 2025.

Quando for aberta, a linha deverá transportar mais de 600 mil passageiros por dia e será operada pela Linha Universidade, segundo investimento da STOA no Brasil. O fundo também participa de um projeto de energia eólica no Nordeste.

O fundo de investimento foi criado pela Caisse des Dépôts e Agence Française de Développement, que detêm 83,3% e 16,7% do seu capital, e pertencem por sua vez ao governo francês. Vale lembrar que os 23 trens que serão usados no ramal foram encomendados junto à Alstom, fabricante sediado justamente na França.

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