A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem ofuscado o andamento de vários projetos metroferroviários em São Paulo, entre eles a Linha 6-Laranja de metrô. Em meio à gestão da operação do Metrô, CPTM e EMTU diante dos desafios impostos pela doença, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos está perto de definir o futuro do ramal subterrâneo de 15 km, hoje sob responsabilidade da concessionária Move São Paulo.
Após o anúncio do acerto entre as sócias da Move e a construtora espanhola Acciona em fevereiro, o governo estendeu o prazo de caducidade da PPP (Parceria Público-Privada) mais uma vez a fim de proporcionar tempo para que os detalhes burocráticos sejam resolvidos e o novo contrato, redigido e aprovado pelos órgãos envolvidos, incluindo a Procuradoria Geral do Estado. A data-limite para isso é o dia 24 de março, a próxima terça-feira.
No entanto, até aqui, a gestão Doria não voltou a se pronunciar sobre o assunto. O site não conseguiu confirmar se o acordo está de fato sacramentado, mas as perspectivas têm sido positivas. Reforça esse fato a declaração do secretário da pasta, Alexandre Baldy, na época do assunto, que afirmou que o processo é “irrevogável e irretratável”.
Os detalhes do negócio, no entanto, continuam pouco claros. Até o momento, o governo não explicou se a Acciona assumirá a totalidade da concessão ou se manterá os sócios originais com uma participação menor. Também não se sabe o que será feito do Consórcio Expresso Linha 6, empresa criada pelos próprios sócios da Move São Paulo para gerenciar a construção do ramal. O site pesquisou a situação da Move São Paulo na Junta Comercial e não encontrou qualquer modificação que faça menção à entrada da Acciona na sociedade.
Construção pode ser veloz
Se não houver nenhuma nova prorrogação no prazo da caducidade e o novo contrato seja assinado nas próximas semanas, as obras da Linha 6-Laranja podem experimentar um ritmo de construção nunca antes visto no país. A razão é que os trabalhos haviam ultrapassado alguns aspectos críticos quando foram interrompidos em setembro de 2016. As desapropriações, por exemplo, estão praticamente resolvidas e os canteiros já limpos e alguns até parcialmente escavados.
O maior poço, o VSE Tietê, já está preparado para receber os dois “tatuzões” chineses que estão desmontados no local. Ou seja, a previsão de uma obra de quatro anos, reforçada pela vantagem do parceiro privado em terminá-la o quanto antes, pode compensar parte do tempo perdido até aqui.
Com 15,3 km e 15 estações, a Linha 6-Laranja deve atrair uma demanda diária superior a 600 mil passageiros por dia e ligar a região do centro a bairros como Perdizes, Sumaré, Pompéia, Freguesia do Ó e Brasilândia.