Governo dá início a audiências públicas das linhas 10 e 14 da CPTM nesta quarta-feira

Conhecido como Lote ABC Guarulhos, projeto de concessão prevê investimentos de R$ 19 bilhões para atender 780 mil passageiros por dia
VLT e trem metropolitano nas linhas 14 e 10
VLT e trem metropolitano nas linhas 14 e 10 (Stradler/Jean Carlos)

A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), do governo do estado, dá início nesta quarta-feira, 12, a uma série de três audiências públicas para discutir o Lote ABC Guarulhos, projeto de concessão das linhas 10-Turquesa e 14-Ônix, da CPTM, à iniciativa privada.

O primeiro encontro público ocorrerá na capital, no auditório do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), no Bom Retiro, a partir das 9h.

No dia seguinte será a vez da audiência pública em Santo André, único município no ABC a receber a Linha 14, enquanto na sexta-feira ocorrerá o encontro em Guarulhos, cidade onde o VLT terá sua parada final ao norte.

O Lote ABC Guarulhos é o último a leiloar as linhas de trens metropolitanos sob responsabilidade da CPTM.

A empresa criada há pouco mais de três décadas havia assumido a malha da CBTU e da Fepasa, recuperando e ampliando o serviço desde então.

Em 2022, as linhas 8 e 9 foram assumidas pela ViaMobilidade e no final deste ano a Linha 7-Rubi passará a ser operada pela TIC Trens.

Principais intervenções na Linha 14-Ônix (SPI)

No final de março, o governo leiloará as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, dentro do Lote Alto Tietê.

Restará, portanto, a Linha 10, que hoje opera dentro do Serviço 710, junto à Linha 7. Já a Linha 14-Ônix é o segundo projeto próprio da CPTM que será implantado, após a Linha 13 na década passada.

O ramal, no entanto, é um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), com 41 km de extensão e 23 estações, contando um trecho chamado de “contingente”, ou seja a cargo da futura concessionária decidir se ele valerá a pena ser implantado.

O trecho, entre a futura estação ABC e o Jardim Irene, fica dentro de Santo André e a uma distância significativa de São Bernardo do Campo, município conhecido por ser um “latifúndio” de uma empresa de ônibus local.

Trem da Série 2500 (Jean Carlos)

Novos trens e estações na Linha 10

O plano de intervenções na Linha 10-Turquesa é bem vindo. O ramal, que por muitos anos operou trens antigos e lentos, deverá receber 16 novas composições, mas só a partir da próxima década.

O governo propõe a construção de quatro novas estações, Parque da Mooca (ligação com a Linha 6), Bom Retiro, ABC (antiga Pirelli) e Pari, mas neste caso é também uma opção de investimento apenas.

Outras oito estações serão renovadas (Luz, Brás, Tamanduateí, São Caetano do Sul, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba) enquanto seis serão reconstruídas – Juventus-Mooca, Ipiranga, Utinga, Prefeito Saladino, Ribeirão
Pires, Rio Grande da Serra.

Vale lembrar que a CPTM passou os últimos anos realizando obras de readequação em boa parte dessas estações.

O projeto de concessão também prevê um novo plano de vias que promete otimizar a operação ao segregar os trilhos para trens de passageiros.

A expectativa é que as viagens sejam realizadas a cada 4,5 minutos entre o Brás e Mauá. A demanda esperada para 2040 é de 552 mil passageiros por dia.

Principais intervenções na Linha 14-Ônix (SPI)

VLT quase todo segregado

A Linha 14-Ônix é o chamado projeto “greenfield”, ou seja, feito do zero. A CPTM há bastante tempo estuda uma ligação perimetral entre o ABC e Guarulhos como forma de evitar deslocamentos que passem pela região central.

A ideia é ótima, porém, a escolha do VLT como modal é questionável. A companhia, que chegou a cogitar uma linha de trens metropolitanos, acabou vencida a favor de um sistema com a maior parte da extensão segregada.

É uma forma de oferecer um serviço mais confiável já que VLTs como o da Baixada Santista ou do Rio de Janeiro sofrem com a mesma limitação do controvertido corredor de ônibus BRT, o fato de disputar espaço com automóveis e outros veículos.

Mas a pergunta que fica é: se irá segregar as vias por que não pensar em um projeto com potencial de expansão de capacidade? Segundo o governo, só a via permanente exigirá investimentos de mais de R$ 4 bilhões, portanto, não será algo corriqueiro.

Os trens de VLT terão até 45 metros e capacidade para 440 passageiros. A demanda de passageiros/hora-sentido será de 6.200 pessoas.

Estação Pimentas, em Guarulhos
Estação Pimentas, em Guarulhos: VLT terá vias elevadas e subterrâneas em seu percurso (SPI)

A escolha do modal em detrimento de um trem com as mesmas especificações da frota da Linha 10 também irá encarecer o custo de manutenção, o treinamento e impedir um uso conjunto do material rodante.

A concessão estabelece um prazo de 10 anos para o VLT ser implantado nos três trechos obrigatórios – o trecho 4 não tem prazo por razões óbvias.

O primeiro trecho, entre Hospital Jardim Helena e Rio das Pedras, deverá ser construído entre o ano 4 e o ano 7 da concessão.

A demanda esperada pelo governo é de 225 mil passageiros por dia com as três fases completas em 2040.

Veja abaixo os detalhes das audiências:

12 de fevereiro de 2025, às 9h – São Paulo/SP

Local: Auditório do Departamento de Estradas de Rodagem – DER

Endereço: Av. do Estado, nº 777, 5º andar, Bom Retiro, São Paulo/SP

13 de fevereiro de 2025, às 9h – Santo André/SP

Local: Auditório Heleny Guariba

Endereço: Praça IV Centenário, s/n – Centro – Paço Municipal, Santo André/SP

14 de fevereiro de 2025, às 9h – Guarulhos/SP

Local: Auditório OAB Guarulhos

Endereço: Rua Ipê nº 185 e 201, Jd. Guarulhos, Guarulhos

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  1. Não faz sentido as estações Pari e Parque da Mooca ficarem a cargo dessa concessionária. Quem deveria construí-las, deveria ser o Metrô e LinhaUni, respectivamente. Já que, bem provável, essas conexões devem ficarem prontas “logo”

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