Diante dos inúmeros terrenos desapropriados na Zona Leste para a implantação da extensão da Linha 2-Verde, o secretário dos Transporte Metropolitanos, Alexandre Baldy confirmou à TV Globo que o governador João Doria autorizou a contratação dos projetos executivos para o trecho que vai da estação Vila Prudente até a Penha.
Segundo o secretário, a obra deve ser iniciada até o final desta gestão, mas não precisou uma data exata. A obra, de pouco mais de 14 km, foi licitada em 2014 e teve os contratos assinados em setembro daquele ano. Porém, na época o governo de Geraldo Alckmin não assinou a ordem de serviço, documento que dá sinal verde para os trabalhos. A razão já envolvia a falta de recursos financeiros, situação que se agravou nos anos seguintes.
A obra da Linha 2, inclusive, possuía um empréstimo do BNDES liberado mas que acabou repassado para a Linha 5-Lilás. Agora, o governo do estado destinou pouco mais de R$ 120 milhões para o trecho possivelmente para financiar os projetos executivos, necessários para que os trabalhos possam seguir de forma mais célere e com custos controlados.
A título de curiosidade, obras possuem três tipos de projetos, o funcional, básico e executivo. Neste último, aprofunda-se os estudos sobre os métodos de construção, quantidade de materiais, entre outros aspectos. Mas por mais óbvio que pareça, várias obras públicas foram iniciadas sem projetos executivos, o que invariavelmente causa prejuízos, desvios e atrasos.
Inidôneas
Caso a previsão de Baldy ocorra e tenhamos o contrato de projetos executivos vigente ainda em 2019, o governo do estado terá condição de decidir como tocará a obra da Linha 2-Verde. Se desapropriações não serão problema, já que até o ano passado 308 dos 521 locais já estavam nas mãos do Metrô, resta saber se a gestão Doria irá tentar seguir com os atuais contratos de construção ou se promoverá um novo certame.
Dividida em oito lotes, a obra até Guarulhos está nas mãos de quatro consórcios dos quais o Mendes Junior é o maior com metade deles. O consórcio Cetenco-Acciona-Ferreira Guedes tem outros dois lotes enquanto o Consórcio Linha 02 Verde – Vila Prudente-Dutra (Galvão Engenharia e Somague) e o Consórcio CR Almeida-Ghella-Consbem ficaram com um lote cada.
Para quem não se lembra, a Mendes Junior teve o contrato rescindido pelo governo na obra do Rodoanel Norte por abandono e a considerou inidônea. Já a CR Almeida faz parte do consórcio Monotrilho Integração que também acabou de ter seu contrato cancelado pelo Metrô após anos em que as empresas fizeram pouco esforço para concluir o monotrilho da Linha 17-Ouro.
Enquanto define o que fazer, o governo segue em busca de recursos para tirar a extensão do papel.
Não acredito que licitar já com projeto executivo seja uma boa em obras dessa complexidade. Isso acaba amarrando muito o construtor, que pode vir a ter soluções melhores de construção