Governo do estado rescinde contrato com a Isolux na Linha 4-Amarela

Consórcio havia se comprometido a concluir estações Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie, mas desistiu desse trecho, segundo SPTV
Estação Higienópolis-Mackenzie em janeiro deste ano
Estação Higienópolis-Mackenzie em janeiro deste ano
Estação Higienópolis-Mackenzie em janeiro deste ano
Estação Higienópolis-Mackenzie em janeiro deste ano

Más notícias para os passageiros da Linha 4-Amarela que tanto aguardam a conclusão das estações Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie. Segundo o SPTV, da TV Globo, o governo do estado rescindiu o contrato com o consórcio liderado pela construtora portuguesa Isolux. Após um longo período sem atividades nos canteiros, a empresa havia chegado a um acordo com o Metrô para concluir apenas as duas estações e um terminal de ônibus em Vila Sônia – deixando as estações São Paulo-Morumbi e Vila Sônia para uma nova licitação.

Após o acordo, a construtora voltou a trabalhar em abril, mas o ritmo das obras continuou lento. O blog já havia notado que as duas estações quase não avançaram nas últimas semanas. Segundo o SPTV, o Metrô fará uma nova licitação nos próximos meses para concluir a segunda fase da linha que teve a primeira estação aberta em 2010.

O Metrô diz que cobrará multa do consórcio de cerca de 23 milhões de reais. Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos e que acumula o cargo de presidente do Metrô, Clodoaldo Pelissioni, a previsão é que as obras sejam retomadas no início de 2016 e que o prazo para conclusão das quatro estações será de 12 meses (Higienópolis-Mackenzie), 15 meses (Oscar Freire), 18 meses (São Paulo-Morumbi) e 24 meses (Vila Sônia), todos contados a partir da retomada das obras.

Linha dos problemas

Em contraste com a ótima imagem que a Linha 4-Amarela possui em relação à sua operação, feita por uma PPP com a Via Quatro, a construção do ramal passou por inúmeros problemas desde o início. Iniciada em 2004, a construção foi dividida em duas fases por questão financeira. Como não havia recursos para tocar toda a obra, o governo optou por lançar uma fase inicial focada nas estações de ligação com o restante da rede, e deixar estações secundárias para depois. Algumas estações, como Oscar Freire e Fradique Coutinho, no entanto, tiveram parte das obras realizada no início para facilitar sua conclusãõ com a linha em operação.

Em 2007, um grave acidente no canteiro acabou com a morte de várias pessoas e atrasou por mais alguns a inauguração. Tudo parecia resolvido após a abertura da linha, em 2010, e a conclusão da primeira fase, em setembro de 2011, mas a nova licitação para conclusão da segunda fase acabou criando mais dificuldades. Na tentativa de reduzir custos e aumentar a competitividade, o governo abriu uma concorrência internacional e acabou atraindo o grupo Isolux-Corsan Corviam, que venceu por um preço considerado difícil de ser viável, segundo disse o Metrô este ano.

Estação São Paulo-Morumbi: apenas um imenso buraco
Estação São Paulo-Morumbi: apenas um imenso buraco

As obras começaram em 2012 com prazos previstos para 2014, mas apenas a estação Fradique Coutinho foi inaugurada no ano passado. Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie pouco avançaram, São Paulo-Morumbi teve apenas a escavação do poço iniciada e Vila Sônia não saiu do papel – apenas a ampliação do pátio e estruturas do terminal rodoviário surgiram.

Agora, com a nova licitação numa época de crise entre as maiores construtoras do país, resta saber se haverá interessados e se eles serão capazes de dar conta da obra. Uma solução natural seria que a Via Quatro assumisse a extensão já que em tese seria a maior interessada em ampliar a quantidade de passageiros transportada no ramal que administra, mas o complexo contrato de PPP não prevê essa possibilidade nem incentiva a empresa nesse sentido. Azar dos passageiros, que continuarão a ver estações fantasmas por muito mais tempo.

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