Governo Doria congela cronograma da concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM

Após encerramento do prazo para consulta pública, Secretaria dos Transportes Metropolitanos reconheceu que crises de saúde, econômica e política impedem seguimento do processo no momento
Trem da Série 8000 da Linha 8: concessão à espera da melhoria do cenário econômico (GESP)

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos divulgou mensagem aos interessados pela concessão das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM nesta manhã informando que revisará o cronograma do processo, mas estabelecer novas datas para as próximas da licitação. A justificativa do governo Doria envolve as crises de saúde (coronavírus), econômica e política e seu impacto no ambiente de negócios no país. Além disso, a pandemia também tem dificultado os mercados globais, com várias empresas em situação financeira delicada.

A despeito de todo o empenho e dedicação que as equipes envolvidas na estruturação do projeto têm empreendido, nosso cronograma inicial terá que ser revisto em face não só das adequações, reflexões e análise que são necessárias para refletir às sugestões encaminhadas, como também para ser aderente à situação que estamos vivenciando“, diz a nota enviada por e-mail.

O governo do estado promete que tão logo haja ambiente propício à continuidade do processo fará o lançamento dos documentos finais da licitação e que o novo cronograma respeitará um prazo mínimo de 120 dias para que os potenciais interessados possam preparar suas propostas. Segundo a STM,  foram recebidas cerca de 1.680 sugestões durante a consulta pública e que serão analisadas pelo comitê que coordena os trabalhos.

Com prazo de 30 anos, a concessão prevê investimentos em novas estações, reformas e adequações, aquisição de 30 trens e implantação do sistema CBTC de sinalização a fim de reduzir os intervalos. Apenas nos primeiros seis anos da concessão, haverá um investimento estimado em R$ 2,6 bilhões a cargo do parceiro privado. As duas linhas atendiam diariamente antes da quarentena pouco mais de um milhão passageiros, total que deve atingir 1,150 milhão nos próximos anos.

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
8 comments
  1. Tomara que trave de vez, a proposta atual não é tão vantajosa assim. Na concessão da Linha Esmeralda, por exemplo, deveria exigir que a concessionária fizesse a extensão até Parelheiros, claro tomando os devidos cuidados com a questão ambiental da região.

    Em relação a Linha Diamante poderia ser exigida ajuda na remodelação do trecho hoje abandonado até Sorocaba.

    1. E vc acredita mesmo que quem for querer assumir a concessão vai querer se preocupem em fazer obra? Nem a extensão até Varginha vai sair do bolso. Os 2,6 bilhões podem nem ser investido. Infelizmente no Brasil o cara já entra num contrato desse pensando onde ele pode ganhar, onde vale a pena investir e onde pode dar o migué

    2. Não é possível ampliar a Linha 9 até Parelheiros, a não ser quer você queria deixar 8 milhões de pessoas sem abastecimento de água. Se a expansão atual já é errada, uma até Parelheiros iria acabar com os mananciais e levaria o caos para São Paulo e parte da Região Metropolitana. Não existe meio de estragar menos os mananciais restantes, ou não se tocam neles ou eles serão totalmente destruídos.

      A Linha 8 só tem demanda de trem metropolitano até Itapevi. O trem São Paulo-Sorocaba depende de uma linha nova, feita do zero que custa entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4, 3 bilhões que proporcione uma velocidade média de 115 km/h e uma viagem de 55 min (diferente dos 56 km/h possíveis com a infraestrutura atual que proporcionam uma viagem lenta de 2h30- e isso caso nenhum trem metropolitano circule entre São Paulo e Itapevi). Sem isso, não tem demanda que justifique sua viabilidade.

      Com esse dinheiro, seria possível terminar todas as obras paradas nas Linhas 8 e 9 e atender a 1 milhão de pessoas por dia. Entre beneficiar poucas pessoas com um trem regional e milhões com um trem metropolitano, a escolha é óbvia, né?

      1. Lá vem você com essa história apocalíptica pela enésima vez…

        Você chega ser uma tanto elitista com seus comentários, a população daquela região possui o mesmo direito que eu e você de ter acesso a transporte publico de qualidade. Com um bom planejamento e uma boa politica de fiscalização ambiental, e sim possível que os trens cheguem até lá. Com trem ou sem trem a degradação já existe, o ideal é que essa prevenção ocorra desde já,… você demonstra ser uma pessoa muito bem informada, mas as vezes haje no modo “ferro e fogo” sempre elevando as coisas ao extremo, sem analisar solução práticas para alguns empecilhos, com certeza já deve ter ouvido de desenvolvimento sustentável por exemplo…então né…

        E sobre a construção do trecho SP-Sorocaba é isso mesmo, praticamente uma reconstrução total, aliás creio que o termo mais correto seria a retificação do trecho. seria uma contrapartida justa, pois é óbvio que a iniciativa privada só entra “em jogadas” na onde se ganhará lucros altíssimos.

        E sobre os tempos de viagem dos trens inter-regionais e sua viabilidade, aqueles dados trazidos por você em outras matérias, gostaria de saber como foi feita a abordagem e com quem foi feita abordagem.

        1. Não se trata de ideia alitista, afinal quem acessa esse site, são pessoas de periferia em sua maioria. Todos amam trens, e sabem que é um transporte de qualidade. Mas em um país sem fiscalização alguma, como você mesmo sugeriu, é certo que a região será degradada em futuro não muito distante. Não devemos comparar os dias de hoje a 30 ou 40 anos atrás, os tempos da Sorocabana ficaram para trás, e qualquer obra nova, leva consigo progresso que aquela região não precisa. Parelheiros já está grande demais, deveriam é desestimular que mais pessoas se mudem para lá.

          1. Na verdade a região no entorno da represa está sendo tomada por grileiros associados ao crime organizado que vendem terrenos e derrubam a mata, até mesmo próximo de nascentes. O poder público sabe e não toma providência. Se o trem vai ou não aumentar isso já não sei,mas entendo que o Felipe quer dizer que a região já tem uma população grandiosa e carente de transporte público. E acho que dificilmente o trem chega em Parelheiros,mas se o problema fosse só o trem seria fácil, já q não tem trem mesmo. O problema são os grileiros

    3. Lá é uma região de mananciais, e de vegetação que deve ser preservada. Qualquer obra metroferroviária onde chega, leva consigo o desenvolvimento imobiliário e comercial da região. Aquela região precisa ser protegida mais que nunca, já basta as invasões irregulares, e as legalizações imundas de governos vulgos bolsonaristas. Aproveitando… #forabolsonaro

Comments are closed.

Previous Post

Com quarentena, Linha 3-Vermelha perdeu menos passageiros em abril

Next Post

Expansão da Linha 2-Verde até Penha espera por empréstimo de R$ 3 bilhões para garantir obras nos próximos anos

Related Posts