Governo quer assinar contrato da Linha 16-Violeta em março de 2026

Edital de chamamento público para estudos foi lançado na sexta-feira, 4, um mês antes do previsto, indicando que projeto tornou-se prioridade na gestão Tarcísio
Tatuzão da Acciona: empresa parece muito interessada em levar a Linha 16
Tatuzão da Acciona: empresa parece muito interessada em levar a Linha 16 (GESP)

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) dá sinais claros que a Linha 16-Violeta “furou a fila” de projetos metroferroviários em gestação em São Paulo.

Após o interesse demonstrado pela Acciona em agosto, o ramal de metrô ganhou tração e já é visto como algo palpável ainda nesta gestão, que termina em dezembro de 2026.

Isso porque a construtora espanhola parece bastante disposta a assumir a construção da linha, que terá 17 km em sua primeira fase, entre Oscar Freire e Abel Ferreira.

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Tanto assim que a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) antecipou em um mês a publicação do Chamamento Público a grupos interessados em desenvolver estudos do ramal.

Previsto para novembro, o edital do processo foi aberto na sexta-feira, 4, estabelecendo como prazo para manifestação de propostas até 6 de novembro.

Trajeto da Linha 16-Violeta proposto pela Acciona
Trajeto da Linha 16-Violeta proposto pela Acciona

Após isso, o governo irá avaliar essas propostas e, se de acordo, dará o aval para que elas produzam os estudos preliminares da Linha 16-Violeta, que deverão ser entregues até o começo de março de 2025.

“A etapa seguinte do processo é a preparação da modelagem, seguida da realização das audiências e consultas públicas, publicação do edital e realização do leilão”, diz a nota do governo.

O que a gestão atual ainda não revelou é o cronograma pretendido e que é bastante ousado, como este site conferiu.

Edital publicado dentro de apenas um ano

Para se ter uma ideia de como a Linha 16 “cortou o caminho” comparada às linhas 19-Celeste e 20-Rosa, basta dizer que o governo espera lançar o edital já em outubro do ano que vem – ou antes já que houve a antecipação em um mês no chamamento público.

Os outros dois ramais, que são estudados há vários anos, sobretudo a Linha 19, aparecem com previsão de publicação do edital no 3º trimestre de 2025, mas até agora não está claro qual deles será o primeiro (embora a Linha 20 seja favorita).

Novo trajeto da Linha 16-Violeta, proposta pela Acciona
Novo trajeto da Linha 16-Violeta, proposta pela Acciona

A Linha 16-Violeta, no entanto, aparece à frente das outras linhas em termos de assinatura de contrato, imaginada até março de 2026.

A ordem de serviço, como é praxe, seria assinada um mês depois e com isso as obras poderiam começar ainda em 2026, como inclusive chegou a prever o governador.

Apetite do mercado para projetos desse porte

O processo acelerado surpreende visto que a Linha 16 será importante, mas em termos de prioridade, ela tem menos a oferecer a regiões com mobilidade carente.

Seu traçado prioritário é oportuno para distribuição de passageiros, mas não vai tão longe como a Linha 19 (Guarulhos) e a Linha 20 (ABC Paulista).

O próprio governo já disse várias vezes que não vê no mercado disposição e recursos para grandes projetos como esse concentrados em apenas um ano. Imagine leilor um projeto como a Linha 20 e a Linha 16 com pequenas diferenças de semanas.

Local onde foram avistadas sondagens coincide com trajeto da Linha 16
Local onde foram avistadas sondagens coincide com trajeto da Linha 16

Portanto, a pressa em relação ao ramal Violeta pode ser um indício que ele galgou degraus na lista de prioridades. Ainda assim parece um prazo bastante curto para modelar uma concorrência tão complexa.

Por outro lado, a Acciona parece extremamente interessada em assumir a Linha 16. Como mostramos semanas atrás, sondagens de subsolo surgiram em locais por onde passa o novo trajeto do ramal, proposto pela empresa espanhola.

Será que ela já se antecipou às etapas para produzir um estudo bastante aprofundado sobre o ramal? Só ela e o governo podem dizer.

Até o dia 6 de novembro, outros concorrentes poderão se apresentar para avaliar o projeto e nada impede que concorram outros grupos que não participarem dessa fase inicial.

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3 comments
  1. Se for analisar friamente, todas as linhas são importantes ou prioritárias. O projeto da linha 20 – Rosa, por exemplo, é abrange áreas não atingidas pelo metrô, como zona sudoeste, Pinheiros e região do ABC. E não menos a linha celeste, que atenderia zona nordeste e chegaria até Guarulhos. Creio que essa linha 16- Violeta, que passa por Jardins, Ibirapuera e Moóca, por exemplo, tornou-se atrativa pelo interesse da Acciona, que vem tocando com muita competência e agilidade a contrução da linha Laranja, em tomar frente dela. Nunca será possível contentar gregos e troianos. De qualquer forma, a linha Violeta atenderá regiões de polo comercial importante, o que facilitará, ao menos, a mobilidade das pessoas ao trabalho.

  2. Ainda que tenha interesse, como vão realizar projetos em 1 ano? A Linha 16, a cargo do Metrô, demorou alguns anos pra se bater ponto final em traçado, métodos construtivos e etc, como em meses a Acciona e o GESP pretendem mudar tudo? E mais, sequer o óbvio de levar a Linha 16 até Teodoro Sampaio foi cogitado?

    E enquanto isso, a Linha 19 a ver navios.

    1. Rapaz, pior é que, vendo o mapa que a Acciona propôs, existe sim um “rabicho” que vai além da Oscar Freire… quem sabe o governo consiga negociar a ampliação e já construir a estação Teodoro Sampaio, já projetada com a conexão com a linha 20 (igual está sendo feita a estação Anália Franco e será também em Cerro Corá), e na outra ponta – leste, consiga pelo menos até a estação Rio das Pedras (Shopping Aricanduva), outra região com grandes necessidades de locomoção

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