O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) dá sinais claros que a Linha 16-Violeta “furou a fila” de projetos metroferroviários em gestação em São Paulo.
Após o interesse demonstrado pela Acciona em agosto, o ramal de metrô ganhou tração e já é visto como algo palpável ainda nesta gestão, que termina em dezembro de 2026.
Isso porque a construtora espanhola parece bastante disposta a assumir a construção da linha, que terá 17 km em sua primeira fase, entre Oscar Freire e Abel Ferreira.
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Tanto assim que a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) antecipou em um mês a publicação do Chamamento Público a grupos interessados em desenvolver estudos do ramal.
Previsto para novembro, o edital do processo foi aberto na sexta-feira, 4, estabelecendo como prazo para manifestação de propostas até 6 de novembro.
Após isso, o governo irá avaliar essas propostas e, se de acordo, dará o aval para que elas produzam os estudos preliminares da Linha 16-Violeta, que deverão ser entregues até o começo de março de 2025.
“A etapa seguinte do processo é a preparação da modelagem, seguida da realização das audiências e consultas públicas, publicação do edital e realização do leilão”, diz a nota do governo.
O que a gestão atual ainda não revelou é o cronograma pretendido e que é bastante ousado, como este site conferiu.
Edital publicado dentro de apenas um ano
Para se ter uma ideia de como a Linha 16 “cortou o caminho” comparada às linhas 19-Celeste e 20-Rosa, basta dizer que o governo espera lançar o edital já em outubro do ano que vem – ou antes já que houve a antecipação em um mês no chamamento público.
Os outros dois ramais, que são estudados há vários anos, sobretudo a Linha 19, aparecem com previsão de publicação do edital no 3º trimestre de 2025, mas até agora não está claro qual deles será o primeiro (embora a Linha 20 seja favorita).
A Linha 16-Violeta, no entanto, aparece à frente das outras linhas em termos de assinatura de contrato, imaginada até março de 2026.
A ordem de serviço, como é praxe, seria assinada um mês depois e com isso as obras poderiam começar ainda em 2026, como inclusive chegou a prever o governador.
Apetite do mercado para projetos desse porte
O processo acelerado surpreende visto que a Linha 16 será importante, mas em termos de prioridade, ela tem menos a oferecer a regiões com mobilidade carente.
Seu traçado prioritário é oportuno para distribuição de passageiros, mas não vai tão longe como a Linha 19 (Guarulhos) e a Linha 20 (ABC Paulista).
O próprio governo já disse várias vezes que não vê no mercado disposição e recursos para grandes projetos como esse concentrados em apenas um ano. Imagine leilor um projeto como a Linha 20 e a Linha 16 com pequenas diferenças de semanas.
Portanto, a pressa em relação ao ramal Violeta pode ser um indício que ele galgou degraus na lista de prioridades. Ainda assim parece um prazo bastante curto para modelar uma concorrência tão complexa.
Por outro lado, a Acciona parece extremamente interessada em assumir a Linha 16. Como mostramos semanas atrás, sondagens de subsolo surgiram em locais por onde passa o novo trajeto do ramal, proposto pela empresa espanhola.
Será que ela já se antecipou às etapas para produzir um estudo bastante aprofundado sobre o ramal? Só ela e o governo podem dizer.
Até o dia 6 de novembro, outros concorrentes poderão se apresentar para avaliar o projeto e nada impede que concorram outros grupos que não participarem dessa fase inicial.
Se for analisar friamente, todas as linhas são importantes ou prioritárias. O projeto da linha 20 – Rosa, por exemplo, é abrange áreas não atingidas pelo metrô, como zona sudoeste, Pinheiros e região do ABC. E não menos a linha celeste, que atenderia zona nordeste e chegaria até Guarulhos. Creio que essa linha 16- Violeta, que passa por Jardins, Ibirapuera e Moóca, por exemplo, tornou-se atrativa pelo interesse da Acciona, que vem tocando com muita competência e agilidade a contrução da linha Laranja, em tomar frente dela. Nunca será possível contentar gregos e troianos. De qualquer forma, a linha Violeta atenderá regiões de polo comercial importante, o que facilitará, ao menos, a mobilidade das pessoas ao trabalho.
Ainda que tenha interesse, como vão realizar projetos em 1 ano? A Linha 16, a cargo do Metrô, demorou alguns anos pra se bater ponto final em traçado, métodos construtivos e etc, como em meses a Acciona e o GESP pretendem mudar tudo? E mais, sequer o óbvio de levar a Linha 16 até Teodoro Sampaio foi cogitado?
E enquanto isso, a Linha 19 a ver navios.
Rapaz, pior é que, vendo o mapa que a Acciona propôs, existe sim um “rabicho” que vai além da Oscar Freire… quem sabe o governo consiga negociar a ampliação e já construir a estação Teodoro Sampaio, já projetada com a conexão com a linha 20 (igual está sendo feita a estação Anália Franco e será também em Cerro Corá), e na outra ponta – leste, consiga pelo menos até a estação Rio das Pedras (Shopping Aricanduva), outra região com grandes necessidades de locomoção
Dizem que o trajeto até Cidade Tiradentes não foi completamente retirado e pode ser construído numa Fase 2 da L16…Tomara que realmente saia do papel, porque essa extensão leste da Abel Ferreira até Cidade Tiradentes seria essencial para muita gente que carece de transporte ferroviário nesse trecho.
linha 16 e linha 20,será uma vergonha coloca com certa prioridade,sendo que o projeto da linha 19 já está bastante adiantado.. porém o governo insiste nessas duas linhas simplesmente para não ficar queimado com seu eleitores…
minha opinião ..
É que o governador, seu secretário e seus assessores “técnicos” acham que basta levar a L2–Verde até Guarulhos (Dutra) que está tudo bem e que pode jogar a L19 mais pra frente.
Dá para ver que eles não entendem NADA da rede de transportes, já que, apenas com a L2 em Dutra, além de esta não conseguir atender adequadamente como a futura L19 (lembrando também que a 19 vai atender parte da zona norte paulistana também), ainda por cima vai sobrecarregar demais a L2 (vai causar, neste caso, mais prejuízos do que benefícios).
Vale mencionar que, mesmo com a L19 entre Bosque Maia e Anhangabaú, a L2, ainda assim, sofrerá com superlotação alcançado Dutra, já que a capacidade máxima técnica/física de atendimento da L2 será, muito provavelmente, atingida na Penha (e qualquer extensão além disto aumenta seu carregamento).
Portanto, nunca deveria ser cogitada a sua expansão para Guarulhos sozinha (ou seja, sem a L19).
Deveriam pensar em ao fazer esta linha expandir a linha 6 até a futura estação São Carlos. Isto deveria ser uma condição para que se fizesse a linha 16 .
Mas é justamente isso que você citou que será feito. A L6–Laranja vai chegar à futura Estação São Carlos (conexão futura com a L10) muito antes de a futura L16–Violeta aparecer por lá.
A Acciona tem obtido sucesso na Linha 6, o que torna natural que assuma também a Linha 16. O governador, interessado em mostrar resultados, deverá liberar novos contratos e obras à medida que surgirem oportunidades, com o objetivo de tirar esses projetos do papel.
Março de 26 é a data limite para Tarcísio se descompatibilizar do governo do estado para ser candidato presidencial (caso concorra). Isso explicaria esse prazo apertado de lançamento de projeto que o próprio estado não considera tecnicamente prioritário?
Mesma data em que ele quer colocar uma nova tuneladora para começar a escavar na Penha (sentido Guarulhos).
“Coincidências”…
Em vez disso, deveria destravar e viabilizar a expansão da L15 para C.T., e colocar a L19 (não a L2 após Penha) em obras.
É legal esse avanço da construção do Metrô, mas o traçado dessa linha não beneficia a periferia de SP, pra torrar bilhões assim, teria que ser um traçado que realmente beneficiasse a turma do fundão, começando pela periferia em direnção ao centro, quem mora na Cid Tiradente por exemplo vai ter que continuar usando o ônibus pra sair de lá e tome mais de 1h até o centro, já a turma do Ibirapuera, já tem Linha Azul e Lilás a disposição, ai teriam mais essa 16???
O trecho mais carente de transporte metroviário da L16 é justamente o trecho entre Abel Ferreira e Cidade Tiradentes (ainda mais que a L15 ainda não foi para lá) e deveria ser o trecho prioritário (ou pelo menos que tenha no contrato a obrigação de construção deste trecho no edital e não seja apenas contingente (dependendo da boa vontade da concessionária, o que não irá acontecer e não irão construir nunca se for assim). Tenho familiares que moram nesse trecho e estava entusiasmado de enfim ter metrô nas proximidades sem ter que perder muito tempo pegando ônibus até a L2, L3 ou L15…mas ai suprimem justamente o trecho mais carente de metrô…É complicado
Tecnicamente e racionalmente, é bem mais fácil, bem mais rápido (bem menos demorado) e bem mais barato levar a L15 até Cidade Tiradentes (do que a futura L16, que ainda nem existe em nenhum canto da cidade).
De Jacu-Pêssego até C.T. já não estará mais tão longe.
Pelo menos no curto e médio prazo, a L15 dá sim conta da demanda, já que hoje opera bem abaixo da sua capacidade.
Se o carregamento de passageiros (de pico) da L15 aumentar, por exemplo, entre 2,5x e 3x (150% a 200%) do que está hoje ao atingir C.T., ainda assim a linha conseguirá atender a demanda.
Porém, é claro que não deverá haver mais o “conforto” de hoje, com lotação máxima de até 4 pessoas/m² em média.
Também seria bom pensar em levar a L15 para a futura Estação São Carlos (L6) junto com a sua expansão para C.T.
Particularmente, um palpite: acho difícil que, chegando a C.T., o carregamento crítico (máximo) de passageiros aumente muito mais que o dobro do que está agora.
A agilidade do processo tem 2 motivos: um eleitoral, lançar a obra com Tarcísio governador. Alckmin fez o mesmo com a linha 13, lançou as pressas para poder cortar a fita.
O outro motivo é favorecer a Acciona. Com mais tempo, outros estudos podem aparecer. Com menos tempos, o pleito fica nas mãos da empreiteira espanhola. E aí mais um contrato com apenas 1 concorrente, marca registrada das administrações de Tarcísio.
Depois que o contrato foi assinado, meu amigo, esquece. Se vai dar certo, se vai ser lançado, quando vai ficar pronto, o governador já vai estar longe daqui.