Anunciado em junho do ano passado pelo governador João Doria como solução definitiva para ligar a Linha 13-Jade ao Aeroporto de Guarulhos, o people mover deve as propostas apresentadas pela GRU Airport à ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil, nesta semana. De acordo com Alexandre Baldy, secretário dos Transportes Metropolitanos do governo do estado, essa reunião ocorrerá na próxima quarta-feira, 5.
Embora tenha sido mediado pela gestão Doria, a construção do “people mover”, também chamado de monotrilho pelo governo, será de responsabilidade da concessionária que administra o aeroporto, o maior da América do Sul. Para isso, o governo federal abrirá mão de parte da outorga devida pela GRU Airport, em valores próximos a R$ 200 milhões. O projeto, no entanto, depende de aprovações em várias instâncias. Baldy, inclusive, afirmou também que as propostas recebidas pela concessionária nos últimos meses serão enviadas em seguida para o Ministério da Infraestrutura, além de serem discutidas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) ainda neste mês.
Para que seja possível destinar os recursos e contratar um fornecedor que construa os trens e as vias, será preciso que o contrato de concessão do aeroporto seja alterado para prever essa contrapartida. Embora Doria tenha dito no ano passado que esperava que as obras começassem em setembro e fossem concluídas no primeiro semestre de 2021, o projeto deve demorar mais tempo por conta da burocracia existente.
Promessa não cumprida
A ideia de construir um people mover ligando a linha da CPTM com os três terminais de Guarulhos foi lançada pela GRU Airport em 2012, quando assumiu a operação do aeroporto. Até então, o governo do estado pretendia construir uma estação em frente ao Terminal 2 e a uma distância capaz de ser percorrida a pé ou por esteiras. Mas a concessionária tinha outros planos para a área reservada e não autorizou que a Linha 13 entrasse na sua área de atuação. Como compensação, prometeu entregar o “monotrilho” um dia antes de o ramal entrar em operação, o que ocorreu em 2018. Em vez de people mover, a GRU colocou ônibus ligando os terminais à estação.
Em carta publicada nesta segunda-feira, 3, no jornal Folha de São Paulo, os ex-secretários dos Transportes Metropolitanos da gestão Alckmin, Jurandir Fernandes e Clodoaldo Pelissioni, comentaram sobre os bastidores da decisão: “Numa série de reuniões capitaneadas pela Infraero, o governo paulista foi informado de que deveria alterar o projeto da linha ferroviária, deslocando a estação para a vizinhança do terminal 1. Em contrapartida, a GRU Airport se comprometia em construir um monotrilho entre a estação de trem e os movimentados terminais 2 e 3. Esboços foram apresentados. Um deles previa, inclusive, uma segunda plataforma ferroviária para o trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro que o governo Dilma sonhou em implantar“, explicaram.
Pelo que se soube, vários fabricantes estrangeiros e nacionais demonstraram interesse em tocar o projeto, entre eles as brasileiras Aeromóvel e T´Trans, a mexicana Modutram, a alemã Siemens, a coreana Rotem, a canadense Bombardier e as chinesas CRRC e BYD, entre outras.
Com cerca de 2,6 km de extensão e quatro estações, o people mover de Guarulhos será gratuito, com tempo de viagem estimado em seis minutos entre o Terminal 3, o mais distante, e a estação Aeroporto Guarulhos, da CPTM. O tempo de construção deve ser de cerca de 18 meses e, para Baldy, as obras poderão começar ainda neste semestre, o que faria com que o serviço estreasse até o final de 2021.
Vi uma reportagem sobre o sistema aeromóvel de Porto Alegre funcionando anos atrás e soube por outra notícia daqui que eles vão participar do processo de licitação para ligar o GRU à linha da CPTM. A maior vitrine deles hoje é oferecer o mesmo tipo de serviço entre a estação de trem e o Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre desde 2013, além de já existir um sistema em funcionamento em Jacarta, na Indonésia, desde 1989 em um parque ecológico.
Espero que ofereçam uma proposta interessante e viável para sair vencedora.
Fora ser produto de uma tecnologia nacional, ela tem muitos méritos do ponto de vista econômico e do meio ambiente.
Boa tarde, gostaria de saber se alguém tem noticias sobre a construção do corredor de ônibus Alto do Tietê.
O engraçado é que a concessionária libera este “treco” para a construção, mas não a estação de trem junto ao aeroporto, o que seria o correto e aí assim, a resolução do problema. É o shopping que eles diziam que construiriam nem se quer saiu do papel. Obras paliativas que não resolvem nada e mais atrapalham do que ajudam.
A estação de trem junto ao aeroporto não seria o correto e ainda prejudicaria o funcionamento da linha 13 inteira em caso de problemas no aeroporto.
Sem falar que uma estação dentro do aeroporto impediria a expansão da linha e a própria expansão do aeroporto (3ª pista) por conta do projeto geométrico da linha.
O modelo atual é o melhor, para a segurança do aeroporto (uma estação da Linha 13 dentro do aeroporto iria atrair ainda mais pedintes, ambulantes, criminosos e sobrecarregaria a segurança do aeroporto) . Em caso de problemas, fecha-se o people mover e a linha 13 continua funcionando.
Discordo Ivo.Até porque o projeto original era justamente este, além do que não falo da estação “dentro” do aeroporto em sí. Além disso, projetos futuros da linha 13 ainda constam esta estação junto ao aeroporto sentido o bairro de bom sucesso. Com relação a pedintes, acredito que seja meio segregacionista, até porque CGH também tem e lá o monotrilho (modal que eu critico muito) pelo menos a estação estará próxima ao aeroporto e com túnel de acesso.
Enfim, seria interessante também o governo estadual pressionar a Anac para a liberação do aeroporto de Caieras já que o próprio órgão já noticiou que SP vai precisar de um novo aeroporto até 2030. Talvez isto sirva como uma “pressão” em cima da GRU Airport para flexibilização já que hoje Guarulhos não tem concorrência.
Nenhum projeto real prevê estação dentro do aeroporto e expansão até Bonsucesso, pois o projeto geométrico da linha impede a implantação. Dória divulgou uma proposta eleitoreira de estação da Linha 13 dentro do aeroporto impossível de ser implantada (só seria possível com a demolição da atual estação aeroporto e de meio quilômetro de vias elevadas para serem refeitas).
Não haverá aeroporto comercial em Caieiras, logo essa pressão é desnecessária. O tal terceiro aeroporto já foi descartado pelo seu alto custo diante do subutilizado aeroporto de Campinas. Com o dinheiro desse terceiro aeroporto é possível implantar um trem que ligue São Paulo ao aeroporto de Campinas em 60 min.
Acho que a solução do people mover pode ser ainda melhor que a própria estação de trem no aeroporto, pois permite atender aos 3 terminais, coisa que nao aconteceria com a estacao direta, e quem descesse no terminal 2, teria que andar até o 1 ou o 3. No aeroporto de JFK o “people mover” de la, atende os 8 terminais + área de locadoras e conecta com o metrô. E funciona muito bem.