Instalação de telhado em pátio é indício claro da lentidão das obras da Linha 17-Ouro

Consórcio responsável pelo contrato já acumula mais de três meses instalando telhas em pequeno trecho do Bloco A do pátio Água Espraiada em ritmo que se mantido fará trabalho levar ao menos um ano
Trabalhos na cobertura do pátio ocorrem há três meses com evolução pequena (iTechdrones)

Já fora do calendário eleitoral de 2022, a Linha 17-Ouro do Metrô tem apresentado uma evolução bastante aquém para um projeto que está prestes a completar uma década em obras.

O consórcio Monotrilho Ouro, formado pelas empresas KPE e Coesa, assumiu o contrato em dezembro de 2020 em meio à promessas do governador João Doria (PSDB) de que o ramal de monotrilho seria entregue até dezembro deste ano.

Essa hipótese, que já era pouco provável naquela época, passou a ser impossível à medida que os trabalhos ocorrem num ritmo muito lento, mais focado em atividades secundárias e sem a mobilização vista em canteiros de outras linhas.

Um termômetro do marasmo que toma as obras da Linha 17 é o trabalho de instalação da cobertura metálica do Bloco A, um imenso galpão onde serão feitos os principais trabalhos de manutenção dos trens da BYD.

A presença constante do canal iTechdrones, parceiro do site, no local proporciona um registro único e que atesta a falta de celeridade do consórcio, que executa tarefas pontuais nos diversos canteiros sob sua responsabilidade.

Desde outubro, o canal mostra o telhado do prédio que em cerca de três meses ainda está por finalizar apenas uma porção equivalente a 25% da cobertura (clique na galeria acima para ver a evolução dos registros).

Em que pesem detalhes de atividades que não são captados pelo drone, não há como negar que se trata de tempo demais para uma execução relativamente simples. Basta comparar o frenesi que ocorre em vários canteiros da Linha 6-Laranja, tocada pela Acciona.

A empresa contratada pelo consórcio aparece na primeira gravação, em 22 de outubro, iniciando a colocação das telhas que pouco menos de um mês depois já cobriam uma boa área.

A viga-trilho que caiu durante lançamento em janeiro (Reprodução)

De 28 de novembro para 29 de dezembro, ou seja durante 31 dias, não se vê avanço digno de nota, como se o trabalho tivesse sido interrompido momentamente. Desse dia até esta sexta-feira, 28, quando o iTechdrones voltou ao local, a novidade foi a instalação de clarabóias em metade da área.

O exemplo do telhado do pátio é um em muitos numa obra que teima em não parecer prioritária. Sejam imagens do iTechdrones ou do próprio Metrô, são raros os momentos flagrados em que há uma mobilização significativa de funcionários e máquinas. A exceção era o lançamento das vigas-trilhos na região da Marginal Pinheiros, mas que está suspenso após o acidente com a queda de uma das estruturas.

A despeito da má vontade da grande imprensa com o monotrilho, fato é que o governo também “faz sua parte” em dar motivos para que a Linha 17-Ouro seja hoje uma piada de mau gosto.

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7 comments
  1. Assino em baixo tudo relatado na matéria!
    O Monotrilho vira piada na cidade pela ineficiência da gestão do Estado de SP.

  2. AMIGO CUIDADO PARA VOCÊ NÃO PERDER SUA COLUNA , INFELISMENTE VOCÊ TEM RAZÃO , VÃO ESPERAR A SÉTIMA RODADA DOS AEROPORTOS PARA NOVA EMPRESA EXIGIR UMA PARADA PARA O AEROPORTO OU SEJA UM ACESSO DECENTE E PRÓXIMO.

  3. Parece que é o fim da era dos monotrilhos no Brasil. A Bahia também arrumou um problema para poder rescindir o contrato com a skyrail.

  4. Não se pode ficar prometendo algo que não se pode ou não se tem condições de cumprir, mas os gestores principalmente do PSDB de São Paulo continuam insistindo e iludindo os incautos á no mínimo trinta anos e parte da mídia especializada que divulgam estas artimanhas eleitoreiras de forma repetitiva!
    Modernizar e potencializar subestações elétricas da CPTM são fundamentais para a confiabilidade e segurança das operações, visto que são frequentes os problemas de transtorno de manutenção que elas causam, bloqueando toda circulação.
    Esta insistente procrastinação e postergação já passou o momento de terminar, pois ao invés de se investir e capacitar ás linhas da CPTM existentes para receber e redistribuir um fluxo muito maior de usuários, os gestores de SP criaram uma mentalidade robusta com metrô e pífia com os trens metropolitanos, e vivem iludindo a população anunciando múltiplas linhas coloridas de Metrô, Trem Intercidades sem se concluir as modernizações, expansões e reformas que já estavam iniciadas e planejadas que são mais econômicas e de rápidas execuções.

  5. É inegável o boicote de construtoras a esta linha. É entrar uma e sair outra e a operação tartaruga continua. O governo do estado, que lidera de longe os investimentos em transporte sobre trilhos no país, com a maior malha metro ferroviária em qualidade e extensão, tem mesmo que contratar construtoras estrangeiras, que saibam trabalhar. Vejam o caso da linha laranja, que somente deslanchou depois que um grupo estrangeiro assumiu a obra. Construtoras nacionais estão acostumadas a atrasar obras e pedirem aditivos. Devemos lembrar do governo federal petista que ficou 15 anos no poder e não construiu 1 linha sequer no país e o governo federal atual que não projetou e começou nada também. Mal consegue tirar do papel o People Mover de Guarulhos…

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