O Lote ABC Guarulhos, que contempla a concessão da Linha 10-Turquesa e também a implantação e operação do VLT da Linha 14-Ônix, prevê o investimento em novos trens, ao contrário do Lote Alto Tietê (linhas 11, 12 e 13), mas eles vão demorar a chegar.
Os documentos divulgados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) para a consulta pública e audiências públicas revela que a Linha 10 contará com 16 trens fabricados do zero.
O investimento previsto é de R$ 1,15 bilhão, no entanto, eles só deverão chegar a partir do final de 2029 e possivelmente entrarem em operação a partir de 2030.
A razão é que o contrato estabelece que o primeiro deles entre em serviço no 39º mês de assinatura de contrato. Como o governo estima assinar a concessão no 2º trimestre de 2026, a previsão é que isso ocorra no segundo semestre de 2029.
Esse cenário, é claro, só se transformará em realidade caso não ocorram atrasos no processo de licitação.
Trens emprestados
Enquanto a Linha 10 não contar com a nova frota, a operação será feita por trens mais antigos e alguns emprestados.
A ideia é que sejam repassados ao futuro concessionário cinco trens da Série 2070, os oito Série 7500 existentes e 15 Série 7000 emprestados.
Esses Série 7000 farão parte da frota da futura concessionária das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.
As composições ficarão na Linha 10 até 2030, quando oito deles serão devolvidos (à medida que os novos trens são entregues) a partir do 49º ano de concessão.
Em 2031, as sete unidades restantes voltarão para as linhas 11, 12 e 13.
Portanto, a partir deste ano a Linha 10 contará 29 trens, 55% deles novos. A aquisição será feita pela Parceria Público Privada celebrada entre o governo e a empresa privada.
Com essa concessão, o que será que pode acontecer com o serviço Expresso L10?
A meu ver, o Expresso L10 deveria ser totalmente remodelado.
Em vez de jogar toda a demanda de manhã na superlotada Estação Tamanduateí, seria melhor ampliar o serviço, tornando-o expresso entre Mauá/Luz.
Os trens do loop interno de Mauá (que passará a ser, com o fim do Serviço 710, de Mauá a Luz) poderiam se tornar expressos, nos horários de pico, fazendo uso de TODA a via auxiliar (central) entre Santo André e Brás.
Contudo, o serviço expresso seria apenas no sentido dominante de demanda (fluxo), ou seja, sentido Luz no pico da manhã, e sentido Mauá no pico da tarde/noite, já que só existe apenas uma única via central (e que hoje fica ociosa, nos picos, entre Tamanduateí e Brás).
Desta forma, seria possível ter um trem expresso a cada 10 min no máximo, em vez desse atual pequeno expresso apenas a cada meia hora e que só lota ainda mais a Linha 2, a qual já sabemos bem como já vai superlotar no futuro.
Quero só ver como vai ser essa rinha de concessionária quando uma estiver com trem da outra e tiver que devolver e atrasar. Não vai ser como emprestar da CPTM, que é o filho feio do governo.
Mas se pensar bem acho que já sei sim: o governo da reequilíbrio econômico financeiro para todos e todos ficam felizes. Simples assim.
Os 5 trens Série 2070 terão completado 30 anos de operação em 2038.
Os 8 trens Série 7500 terão completado 30 anos de operação entre 2041/2042.
Quando um trem-unidade completa 30 anos, só existem duas opções:
– sucateamento por fim de vida útil ou;
– reforma para prolongamento da vida útil por mais 20 anos;
Dessa forma, a concessionária terá que adquirir 13 novos trens no final da Década de 2030 ou reformar os 13 trens recebidos da CPTM. Como haverá aquisição de trens para a futura Linha 14, aposto mais na aquisição de 13 trens novos em meio aos trens novos da futura Linha 14, o que fará o custo unitário por trem cair substancialmente.
É o desgoverno acabando com São Paulo….