Ramal metroferroviário mais ocioso da rede, a Linha 13-Jade da CPTM deve permanecer com intervalos altos ainda por um longo tempo, pelo que explicou de forma indireta o secretário Alexandre Baldy, do Transportes Metropolitanos, em entrevista com blogs especializados em mobilidade nesta semana.
Questionado pelo site MetrôCPTM sobre quando a Linha 13 passaria a operar conforme planejado, com 8 minutos de intervalo entre os trens, o responsável pela pasta reconheceu que um dos entraves já foi resolvido, o sistema de sinalização, contratado junto ao consórcio CTA (liderado pela Siemens). “Hoje mesmo (11 de março) eu tive uma reunião pela manhã com o Pedro Moro (presidente da CPTM) e o fornecedor do sistema (Siemens) e creio que em menos de 45 dias foi concretizado a implantação do sistema de sinalização na Linha 13, algo que levou um prazo muito além do que era o esperado, mas que agora foi concretizado”.
De fato, o sistema de controle de trens deveria ter sido entregue na época da inauguração do ramal, há três anos, mas passou por seguidos atrasos. Ao mesmo tempo faltavam trens, o que agora deixou de ser um problema afinal há oito composições da Série 2500 disponíveis, mas das quais menos da metade é utilizada de fato.
Apesar de reunir condições de ampliar o serviço entre as estações Aeroporto Guarulhos e Engenheiro Goulart, Baldy reconheceu a Linha 13 deve permanecer com intervalos altos por mais tempo, até pelo menos o fim da pandemia. O secretário culpou a administração anterior (do ex-governador Geraldo Alckmin) por ter lançado o projeto sem levá-lo até a região central. Ao responder sobre a utilização da no frota de trens chineses, ele reconheceu ser necessário “fazer esse planejamento com os oito trens da Série 2500, mas que neste momento da pandemia é difícil…Foi feito um planejamento lá atrás, eu não quero discutir, mas ele está feito, está pronto, e agora a gente tem que maximizar a sua utilização”.
A maior eficiência da Linha 13-Jade, na sua visão, está condicionada à implantação do People Mover, sistema de transporte sobre trilhos que ligará a estação ao Aeroporto de Guarulhos, e à modernização das vias da Linha 12, o que permitirá que mais trens utilizem os trilhos até pelo menos o Brás.
“A Linha 13 tem dois projetos, o People Mover, que tem avançado bastante, que eu tenho a perspectiva que até o fim deste mês a gente consiga deslanchar para chegar até o seu presente destino, e sobretudo o que é mais importante, que é a reformulação do tramo da malha viária que vai para o centro, para que a gente consiga ter essa utilização da linha e fazer com que as nossas intervenções os intervalos se reduzam, que as utilizações sejam mais performadas e que a gente possa ter na Linha 13 a sua otimização cada vez melhor”.
Esse projeto, contratado junto à empresa MPE, foi assinado em agosto e deveria ser concluído no primeiro semestre de 2022, permitindo que o intervalo entre Calmon Viana e Tatuapé na Linha 12-Safira seja reduzido para 3 minutos em vez de 5 minutos no pico atualmente. Com isso, seria possível inserir mais viagens da Linha 13 como as que são realizadas pelo Expresso Aeroporto apenas de hora em hora.
No entanto, a CPTM não explica porque em seu relatório de transparência consta que esse projeto só será concluído em meados de 2024.
Solução para a plataforma 5
Baldy também comentou sobre a situação de aperto na plataforma 5 da estação da Luz, onde o Expresso Aeroporto faz sua parada. O trecho é usado apenas parcialmente, causando acúmulo de passageiros à espera dos trens. O secretário disse que há um estudo para resolver o problema, mas não revelou qual a solução nem um prazo para isso ser efetuado.
Antes de levar a Linha 13 até o Centro, tinha que levá-la ao Aeroporto né? Porque a atual administração não leva a linha de forma segregada até o Centro ao em vez de ficar criando “remendos” na malha? Jogar a culpa em quem tava antes é fácil, difícil é ter capacidade de consertar “erros”.
Existe alguma gravação dessa entrevista? Me parece que muitos assuntos de interesse público foram discutidos nela, e seria útil poder vê-la em sua totalidade.
o legal de jogar a culpa na administração anterior, é que desde 1993 o estado é adminstrado pelo mesmo partido, e outro detalhe, alckmin é padrinho politico de JD, se nao fosse por ele, hoje o Jestor nao seria governador nem prefeito.