Linha 15-Prata é a mais bem avaliada do Metrô de SP

Contrariando críticas da grande imprensa e especialistas, ramal de monotrilho atinge os maiores índices de satisfação dos passageiros da companhia, segundo revelou executivo
Área de mudança de via que teria apresentado problema nesta quarta-feira (iTechdrones)

Contrariando artigos da grande imprensa e críticas de especialistas, a Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo é considerada a mais bem avaliada pelos passageiros, entre as quatro operadas pela companhia.

A informação foi revelada por Paulo Meca, diretor de engenharia e projetos do Metrô em entrevista para a ABIFER na semana passada. Segundo o engenheiro, o índice de aceitação mais recente obtido pela área de operação é de 92% de aprovação – as informações sobre o levantamento não são divulgadas pela companhia, no entanto.

“Todo mundo imagina, ‘a população não gosta do monotrilho’. Ledo engano porque a pesquisa que o Metrô faz com os passageiros – e recentemente a nossa área de operação divulgou – mostrou que o monotrilho tem o maior índice de aceitação entre as quatro linhas operadas pela companhia”, afirmou o diretor.

“A Linha 15 teve 92% de índice de aceitação da população”, revelou. “A imprensa tentou incentivar os usuários a falarem mal do monotrilho mas [a situação] inverteu. As pessoas dizem ‘tá me levando com rapidez'”, explicou Meca

A evolução da pesquisa de satisfação das quatro linhas operadas pelo Metrô de SP (Reprodução)

O Relatório Integrado de 2020 cita o dado geral da pesquisa, considerando as quatro linhas, e que em 2020 teve o índice médio saltando de 59% para 67%, o que evidencia uma enorme diferença em relação ao número obtido pela Linha 15.

O diretor de engenharia defendeu o modal, a despeito das críticas frequentes. “Nós tivemos que pagar o preço de correr atrás de uma tecnologia que até então a gente desconhecia. Dizer que ele é polêmico? Sem dúvida, ele é polêmico. Dizer que o modal é inadequado? Jamais”, garantiu Meca.

“Tem espaço para todos os modais. Se a gente fosse olhar por preferência, todo mundo prefere o Metrô, mas quanto custa um quilômetro de metrô? Quanto custa fazer uma estação subterrânea? Para determinada demanda que eu tenha, será que o metrô convencional, subterrâneo, é o mais adequado? Será que um VLT, um monotrilho não podem ser perfeitamente adequados, dependendo da demanda que você quer transportar?”, questionou.

Via da Linha 15-Prata (Jean Carlos)

Meca justifica a boa avaliação dos usuários por uma constatação simples: “Nós aferimos que uma pessoa que pegava ônibus em São Mateus para chegar à Vila Prudente levava 1h30. Hoje leva de 25 a 30 minutos de monotrilho“, disse.

“‘Ah, mas o monotrilho teve problema, com pneu, run-flat’. Verdade, tivemos. Talvez pagamos o preço de uma certa inexperiência nossa, mas os problemas foram corrigidos e está funcionando”, garante.

Por fim, o diretor fez um apelo. “Nós precisamos terminar os projetos. Não adianta a gente ficar bombardeando ‘ah, é uma porcaria porque custa caro, porque está atrasado’. Toda hora eu ouço falar da Copa de 2014, que era quando o monotrilho da Linha 17 seria entregue. Eu acho que não é por aí”.

“Eu não tenho dúvida nenhuma que a hora que a Linha 17 começar a funcionar e, principalmente, ligando o Aeroporto de Congonhas, que hoje não tem trem, todos nós vamos ver que ele [monotrilho] terá um índice de aceitação muito alto”, concluiu.

Estação Morumbi da Linha 17 (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

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19 comments
  1. Trocaria o início do texto por: “Contrariando artigos da grande imprensa, críticas de especialistas e a Secretaria de Transportes Metropolitanos, que afirmou não construir mais monotrilhos por que ‘a população não quer outra Linha 17’”…

  2. Bastante legal de ver alguém dentro da companhia falando abertamente de problemáticas que a gente houve há anos se falarem.

    Acho q o grande problema do grande público é não saber quem culpar, se culpa tanto o metrô como se fosse uma entidade individual, e a gente sabe que são diversas setores e pessoas q não são indenpendentes, todas a mando de um governo q tbm são feitos de muitas pessoas, é mto difícil dizer q a empresa como um todo é ruim por várias decisões q não foram tomadas pela bancada técnica da empresa q essa sim tem q ser aplaudida, não é a toa que temos um dos melhores metrôs do mundo, confiabilidade e regularidade do metrô sp é absurdamente boa perto de outras capitais do mundo com sistema até mais famosos q o nosso.

    1. Simples. Porque uma coisa é a opinião interna/técnica do Metrô enquanto empresa pública (ou seja, dos funcionários de carreira), outra é a direção política dada pelo Governador João Dória e sua equipe.

  3. Ele conseguiu externar tudo o que quem entende de mobilidade urbana, principalmente de São Paulo, pensa sobre o modal. Inclusive o site poderia entrevistar os candidatos ao GESP e ver se algum tem o objetivo de ressuscitar a linha 18 e sobre os planos de mobilidade urbana de cada candidato.

  4. Eu já andei de monotrilho da Vila Prudente a São Mateus e achei um bom meio de transporte. Espero que com esta pesquisa resolvam acelerar as obras da linha 17 e retomar as obras da linha 18 como monotrilho.

  5. Ainda acredito que o próximo governador (a exceção do acecla do Dório Rodrigo Garcia) irá retomar a linha 18 bronze, até porque nem o projeto para implantação do BRT foi executado ainda…

  6. Já peguei esse sistema de metrô. Teria que aumentar melhor a velocidade, e outra quando vc pega ele 11 da noite vem lotado e é muito lento. Ontem mesmo parou na estação oratório e ficaram um tempo esperando. Acho que esse monotrilho esperava mais rapidez dele. Há um mês atrasa linha travou perto da VILA Prudente, e tiveram que desembarcar nos trilhos e descerem a pé. Acho que esse índice de satisfação pode ser verdadeiro, mas os problemas como por exemplo de domingo não funcionar é um absurdo

  7. Sem querer questionar a pesquisa, mas acho que a opinião pode ter sido influenciada pelo fato de que as pessoas que utilizam essa linha, até 4 anos atrás estavam utiizando ônibus, ou fazendo trajetos mais longos. Logo a percepção de melhora é muito grande por se ter um parâmetro recente. Acho que é um bom modal, mas não dá pra dizer que é melhor que o metrô pesado.

      1. É igual, MENOS no número de passageiros transportados. Em breve estará tão lotado que ñ vai mais comportar a demanda. A Grande São Paulo, precisa de transporte PESADO (trem ou metrô). O resto é perfumaria, que só pode atender trechos pequenos e específicos.

        1. É igual até no número de passageiros transportados. A Linha 15 teve todo seu projeto estudado e calculado em um horizonte de 30 anos.

          Para não dar conta da demanda, só se a Zona Leste fosse a região que mais crescesse (em população e economicamente) em todo o mundo. Como isso nunca irá ocorrer (hoje a região está estabilizada e consolidada), o monotrilho sempre dará conta da demanda.

          A Grande São Paulo precisa de TODOS os meios (inclusive monotrilho).

          Achar que tudo tem que ser metrô é uma visão ingênua ou torpe.

  8. Causa estranheza as declarações do sr. Paulo Meca de que “A imprensa tentou incentivar os usuários a falarem mal do monotrilho mas a situação se inverteu”.
    Mas se o Monotrilho é tão bom, por que substituíram a Linha 18-Bronze que possui alta demanda, trafega em mais de 95% em um fundo de vale ao Córrego dos Meninos / Rio Tamanduateí, portanto sujeita a inundações constantes com inumeráveis cruzamentos em nível por BRT, uma vez que o “gestor” BolsoDória disse que seria uma decisão técnica?
    Vale lembrar que se está construindo e expandindo uma das múltiplas linhas incompletas e inacabadas porém gostaria que se possível fosse feita por este blog Metrô CPTM, passados 18 meses, quais foram as conclusões do laudo independente do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que foi contratado por ser um organismo altamente qualificado para uma avaliação dos acontecidos no ano passado por ocasião do incidente após 111 dias paralisados sem atender a região, a Linha 15-Prata retomou a operação nas estações Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus dia 18 de junho de 2020, passados mais de ano e meio do seu retorno aparentemente resolvido, embora ainda não esteja funcionando a plena carga.

    Quem bancou este prejuízo desta longa paralisação? De quanto foi o custo diário?

    Da mesma forma como e quanto foram os gastos e prejuízos financeiros com o PAESE e quantas intervenções houveram nos últimos cinco anos por ocasião das paralisações não programadas do sistema Metrô / CPTM, por conta das múltiplas paralisações não programadas, inclusive esta recente dez. 2021.

    Estas informações são importantíssimas para se poder avaliar o desempenho destes sistemas.

    1. Leoni, o governo Doria alegou questão de segurança operacional para não divulgar as conclusões do laudo do IPT. Tentamos obter acesso via SIC, mas foi negado por esse motivo. Abraços.

      1. Prezado Ricardo Meier, Inicialmente gostaria de agradecer seu retorno do meu questionamento, e desejar a todos componentes deste ótimo blog muito bem elaborado e elucidativo, com alta qualidade dos colaboradores entre outros, como o Jean Carlos, o Caio Lobo, da mesma forma de todos comentaristas participantes e um ótimo Ano de 2022. att. Leoni

  9. Concordo com o sr. Paulo Meca quando diz; “Nós precisamos terminar os projetos. Não adianta a gente ficar bombardeando”. Mas se são os próprios dirigentes que ficam prometendo inumeráveis linhas novas sem concluir as iniciadas, esta Linha15-Prata mesmo está incompleta nos dois extremos, por que substituíram a Linha-18 Bronze por BRT?

    Faltou informar no https://www.metrocptm.com.br/parecer-tecnico-do-mp-nao…/ uma informação importantíssima. De quanto foi o custo monetário do incidente sem vítimas após os 111 dias paralisados da Linha 15-Prata em 2020?
    Da mesma forma como e quanto foram os gastos diários e prejuízos financeiros com o PAESE e quantas intervenções desde quando foi inaugurada por ocasião das paralisações não programadas do sistema Metrô / CPTM especialmente desta Linha 15-Prata, inclusive esta recente dez. 2021.

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