Linha 15-Prata pode entrar em “pacote” de concessão com outros ramais

Ramal de monotrilho do Metrô de São Paulo terá a primeira tentativa de concessão em 2019 formalmente cancelada em breve após desinteresse da CCR em assumi-la
Trem S29 da Linha 15-Prata
Trem S29 da Linha 15-Prata (CMSP)

Aparentemente “esquecida” nos planos de concessão do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), a Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo também deverá ser repassada para a iniciativa privada no futuro.

O ramal de monotrilho deveria ter sido concedido à ViaMoblidade Linha 15 em 2019 após leilão onde apenas a empresa participou. Mas uma trapalhada promovida pela Justiça de São Paulo impediu a assinatura do contrato, aceitando argumentos absurdos que diziam que o governo do estado não poderia conceder o ramal sem aprovação legislativa, entre outros aspectos surreais.

Mais tarde a mesma Justiça anulou a decisão após descobrir que o grupo privado não havia sido ouvido na ação. Apesar de liberada pela Justiça, a concessão foi pausada pelo governo estadual por razões nunca esclarecidas.

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Semanas atrás, no entanto, Márcio Hannas, CEO da CCR Mobilidade, afirmou que o grupo não tinha mais interesse em assumir a Linha 15-Prata nas condições originais. “Esse processo já faz muitos anos. Então, obviamente, esse processo licitatório já caducou. E o que cabe agora é uma nova licitação. Não faz sentido assumir um contrato de uma licitação feita há tanto tempo atrás em certamente outra realidade”, disse o executivo durante entrevista à Revista Ferroviária.

Marcio Hannas no podcast da RF (Revista Ferroviária)
Marcio Hannas no podcast da RF (Revista Ferroviária)

A declaração acabou gerando uma repercussão distorcida sobre o assunto, com veículos de imprensa afirmando que o governo havia “revogado” a licitação. Segundo o site apurou, esse processo está em andamento, ou seja, não foi concluído.

A decisão é natural já que a gestão atual está implementando uma estratégia diferente de concessões, em que os ramais em operação deverão servir como atrativos para a construção de outras linhas.

Seguindo esse raciocínio, o governo planeja oferecer a Linha 1-Azul dentro de um pacote com a Linha 20-Rosa, e a Linha 2-Verde associada à Linha 19-Celeste, por exemplo.

O formato dessas concessões estão em estudo ainda e pode sofrer alterações. O que se entende, no entanto, é que a Linha 15-Prata também fará parte desses “pacotes”.

Linha 14-Onix
Linha 14-Onix (STM)

Uma possibilidade seria integrá-la à concessão das linhas 10-Turquesa e 14-Ônix, da CPTM, que está no radar da Secretaria de Parcerias em Investimentos.

Os três ramais terão vários pontos de conexão, o que tornaria a operação bastante eficiente.

A Linha 10, por exemplo, terá pontos de interligação com a Linha 15 em Ipiranga e com a Linha 14 na futura estação ABC. Já a Linha 14 também encontrará a Linha 15 na estação Sapopemba.

Seja como for, é pouco provável que o ramal de monotrilho volta a ser oferecido de forma isolada, o que reduziria seu poder de atração.

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12 comments
  1. Atrativo só se for pra empresário mesmo, porque pra população privatização é sinônimo de trens sujos, e reequilíbrios financeiros bilionários com dinheiro que deveria ser usado em saúde e educação.

    Reequilíbrio de 1 bilhão da Linha 4-Amarela mandou lembranças.

    Quando será o próximo reequilíbrio, e balde de sabão que um trem verá?

    1. Estadual, meu caro. Saiba separar as coisas.
      O poder público investe, o privado lucra e, quando não convém mais, devolve – vida Supervia. Esta é a regra.

      1. Os cidadãos pagaram impostos para construir o metrô e obtiveram o retorno através de um serviço (apenas na teoria) mais rápido, confortável, seguro e limpo que os ônibus municipais.

        Metrô não é a Petrobrás para dar lucros bilionários (que só existem porque os governos anteriores seguiam as Leis de Mercado). A ViaQuatro recebe um lucro gordo porque opera apenas o filé do metrô, mas se você fizer a contabilidade de todo o sistema (de Amador Bueno a Ribeirão Pires), verá que a ferrovia custa muito mais do que arrecarda.

  2. Lembrando q essa concessão cancelada da linha Prata tinha o valor em cerca de 120 milhões, praticamente dando de graça pro ente privado, até a concessão das linhas 8 e o teve um valor maior, cerca de 900 milhões.

    1. Mas aí você está comparando uma linha que, na época, tinha 6 estações em funcionamento com mais 5 que nem estavam prontas, com duas linhas que tinham mais de 15 estações cada.

      Achei justo, mas o Estado tinha que ficar com aquelas frescuras…

    2. Coragem de entrar num monotrilho depois da privatização eu não tenho… descarrilam os trens, imagina o monotrilho que fica a uma altura considerável.

  3. Pô nem o metrô consegue prestar um bom serviço nessa linha, com muitos problemas, falhas, paralisações para obras que no 1° dia da volta a linha tem problemas, quem dirá a iniciativa privada.
    Se a ADM for igual a linha amarela, sem falhas, com seguranças nos trens, sem pedinte ou comércio ambulante, aí eu apoio. Se for igual a ViaImobilidade eu reprovo, aí é melhor deixar na mão do metrô já que é pra ficar péssimo.

    1. O curioso é que as linhas 4, 5 e 8/9 tem qualidades muito diferentes entre si, apesar de ser o mesmo operador privado.

      1. A qualidade superior vista nas linhas 4 e 5 (e nas rodovias paulistas) são uma forte evidência de que a CCR não nenhuma empresa boca-de-porco, igual a muitas operadoras de ônibus no Brasil.

        Não está havendo qualquer “lucratividade sobre a precarização do serviço” nas linhas 8 e 9, como tanto é alardeado pelo populismo marxista, “apenas” uma desorganização causada pela substituição abrupta de ferroviários experientes por trabalhadores novatos e mal-treinados. E na malha de superfície, a o fator humano pesa muito mais do que no metrô subterrâneo.

        1. É de causar espanto o desconhecimento de alguns, acho que deverias estudar melhor antes de postar besteiras, pois Linhas 4, 5,7,8 e 9 em SP foram construídas com dinheiro público e dadas em concessões para serem operadas para o setor privado os mesmo não construiu 1 km dessas linhas e Rodovias e mesmo assim recebem mais receitas um total escarnio para a população que veja o $ da sua tarifa encher bolsos de quem não construiu um único metro de trilho.

  4. Tomará que isso aconteça!!
    Tomará que modifiquem o horário de funcionamento do Monotrilho, que o início da operação seja as 04h00.

    Com essas conexões com a Linha 10 e 14 vai ajudar milhões de pessoas que hoje saem de casa às 03h00 para conseguir
    chegar na região Central de SP antes das 06h00 para Trabalhar.

    Cidade Tiradentes, Jardim Iguatemi, Jacu Pêssego, Boa Esperança, São Mateus , Sapopemba são alguns bairros contemplados com a linha 15 nas proximidades.

    A prova viva disso é chegar no Terminal São Mateus todos os dias as 03h40 e ver a quantidade de pessoas que ali estão para pegar ônibus para região Central de São Paulo.

    Sou um deles, Moro ao Lado da Estação Jacu Pêssego,pego ônibus as 03h30 para o Terminal São Mateus onde pego a Next Mobilidade as 04h00 até Santo André para pegar a Linha 10 é ir até Barra Funda onde chego às 04h45 da manhã.

    Geralmente às 04h45 sae o primeiro monotrilho de Jardim Colonial para Vila Prudente,

    A Linha 15 iniciando as 04h, vai chegar no máximo em Ipiranga as 04h30, fazendo conexão com a linha 10 na sequência antes da 05h da manhã estarei no Centro de São Paulo. Sendo assim trará qualidade de vida é maior tempo de descanso.

    Tem diversas pessoas que eu conheço que fazem isso,

    A finalidade do monotrilho é transportar pessoas, quanto mais a linha chega na região distante do centro de SP, o ideal é iniciar mais cedo a operação.

    Nessa visão coloquem para iniciar as 04h da manhã, com a chegada desses novos trens,com a diminuição dos intervalos, com o trecho de Jacu Pêssego e Ipiranga funcionando duvido que a demanda nessa linha será menor que 400 mil passageiros por dia.

    Essa matéria feita pelo site é o que realmente deve acontecer e que aconteça logo!!!!

  5. só maluco para assumir essa linha 15 é um grande estante branco ineficiente e cara só para quem não tem outra opção.

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