Linha 15-Prata vai retirar operador dos trens a partir de agosto

Metrô irá utilizar o sistema GoA4, que permite operação automática, no ramal de monotrilho, assim como ele foi projeto originalmente. Sindicato questiona decisão
Composição da Frota M na Linha 15 (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)
Composição da Frota M na Linha 15 (Jean Carlos)

O Metrô de São Paulo decidiu retirar os operadores dos trens de monotrilho da Linha 15-Prata. A mudança terá início em agosto e será gradual, com funcionários a bordo das composições inicialmente.

O projeto foi comunicado aos funcionários no final da semana passada por meio de um comunicado interno que circula nas redes sociais. A decisão foi criticada pela presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, em postagem em redes sociais.

Segundo o texto enviado pela companhia, os operadores que atuam no ramal serão realocados para outras funções na Linha 15 e também para operar trens em outras linhas.

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O Metrô ainda lembrou que a Linha 15 foi “concebida para operação segura sem a necessidade de operadores de trem”.

Comunicado enviado pelo Metrô aos funcionários
Comunicado enviado pelo Metrô aos funcionários

Monotrilho projetado para operar de forma automática

O início da operação no padrão GoA4 na Linha 15 era esperada desde que o monotrilho começou a funcionar, há exatos 10 anos.

O sistema de sinalização CBTC, fornecido pela Bombardier (hoje Alstom), e a tecnologia embarcada nos trens Innovia 300, que não têm cabine de comando, é semelhante à vista na Linha 4-Amarela.

Ou seja, o projeto foi desenhado para que os trens se movimentem controlados à distância, mas essa realidade nunca esteve perto de acontecer. Entre os motivos estão os vários problemas e falhas que afetaram o ramal desde o início.

O trem da Linha 15 foi projetado para operar sem condutor
O trem da Linha 15 foi projetado para operar sem condutor

Nos últimos meses, no entanto, o Metrô tem realizado vários ajustes junto com o Consórcio CEML para corrigir problemas e aprimorar a operação a ponto de finalmente ter condições de colocar o padrão GoA4 em serviço.

Possivelmente alguns funcionários continuarão circulando dentro dos trens, como ocorre na Linha 4, porém, sem terem um posto fixo, embarcando e desembarcando em várias estações do ramal.

Na noite desta segunda-feira, 15, o Metrô enviou uma nota ao site:

A Linha 15-Prata vai começar a operar gradativamente em sistema UTO (Unnattended Train Operation), em que os trens funcionam de forma segura, sem atuação do operador de trem embarcado, em sistema semelhante ao já utilizado na Linha 4-Amarela, por exemplo, e para o qual a Linha 15-Prata foi projetada.

Foi isso que o Metrô planejou e o cidadão espera – transporte com tecnologia de ponta, seguro e de acordo com os mais modernos padrões globais. A operação está em acordo com o projeto da linha, cujas composições e sistemas foram desenvolvidos para o funcionamento totalmente remoto, como já acontece em outros monotrilhos do mundo e até mesmo em linhas de metrô convencional.

Ao longo de seus 50 anos de operação, o Metrô mantém a segurança do passageiro como premissa inegociável e, para chegar a essa fase de operação na Linha 15, o sistema de controle está dotado do GoA4, com todas as garantias de segurança para esse tipo de sistema, que mantém o controle da operação e dos trens no Centro de Controle Operacional (CCO/CC15), com acesso a todos os recursos para comunicação com o passageiro.

Nessa primeira fase, o Metrô vai contar com os operadores ainda dentro do trem e tudo vai evoluir gradativamente a partir do monitoramento e comportamento do sistema, que já vem sendo testado exaustivamente pelo Metrô. As estações também contarão com operadores especializados.

Importante ressaltar também que nenhum operador perderá o emprego, pois seguirão atuando na própria Linha 15 ou serão remanejados para as demais linhas operadas pelo Metrô, conforme solicitação dos próprios empregados.”

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  1. Essa linha é um lixo, superlotação e uma falha técnica a cada dez minutos, hoje trabalhei em home office não pude ir trabalhar na empresa, pois estava um caos causado por falha em equipamento de via, fala sério kk, fora os finais de semana que está parada, essa é a pior linha do metro.

  2. Com o sem operadores não terá nenhuma diferença.

    Agora falta retirar essas cordas amarelas nojentas que proíbem o passageiro com direito garantido por lei em sentar nos bancos reservados, Bancos que

    por muitos anos são bancos para os funcionários que vivem sentados em seus celulares ganhando grana sem fazer nada.

    1. Só tem AQUELE banco no trem todo? Não taque no lombo do operador a culpa de ter um monte de folgado que não cede o lugar pra quem precisa. Peguei trem com meu pai esses dias e NINGUÉM cedeu lugar pra ele, mas nem por isso acho que o operador precise pedir licença pra ter espaço de atuar no console do trem.

  3. Nada haver aqui na região de São Mateus e Aricanduva fazer o BRT Aricanduva para integrar a Linha 15 em São Mateus e Jardim Colonial com a futura estação Aricanduva da Linha 2.

    O ideal é fazer outra linha de Monotrilho saindo de Jardim Colonial pela Aricanduva até a futura estação Aricanduva, percurso de 11 Km.

  4. É… Isso porque ainda mês passado vocês soltaram reportagem mostrando que tinha terceiros mexendo no console de operação…

    Vai dar ruim.

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