Linha 16-Violeta já tem primeira obra quase pronta. Entenda

Ramal de metrô ainda será licitado nos próximos meses e só estreará na próxima década, mas ao menos um trabalho está sendo concluído em uma estação
Laje onde ficarão as vias da Linha 16-Violeta em Anália Franco
Laje onde ficarão as vias da Linha 16-Violeta em Anália Franco (Reprodução)

A despeito de todo barulho do governo do estado e veículos de mídia que apenas ecoam ‘manchetes’ fictícias, a Linha 16-Violeta de metrô ainda é um sonho distante.

O ramal que promete ser uma alternativa de transporte rápido para uma parte da Zona Leste ganhou importância desde que a construtora Acciona mostrou interesse em tirá-lo do papel.

Atualmente, a empresa está realizando estudos diversos a pedido do gestão estadual para apresentar em maio um panorama mais claro sobre os custos e potencial da Linha 16.

Para isso, a Acciona receberá até R$ 42 milhões, valor que a AEMESP, a associação de engenheiros e arquitetos do Metrô de SP, acha um desperdício já que o trabalho poderia seguir sendo feito pela companhia do estado – e sem custos extras já que há uma equipe para isso.

Estruturas de concreto e aço mantém o espaço estável durante os trabalhos (Reprodução)

De posse dos estudos, caberá à Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) elaborar os detalhes para uma futura licitação de concessão da linha metroviária.

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Segundo um diretor da Acciona, a expectativa é que isso ocorra em novembro deste ano, prazo que soa otimista já que é preciso seguir um roteiro que inclui sondagens com empresas, consultas e audiências públicas, além de encontrar uma lacuna de tempo em que possíveis interessados estejam em condições de disputá-la.

Retirada de terra ainda ocorria dias atrás (Reprodução)

Linha 16-Violeta pronta em 2033?

Se tudo isso for superado, então teremos cerca de sete anos para que a Linha 16 fique pronta em seu trecho inicial, de 16 km e 15 estações entre Oscar Freire e Abel Ferreira.

Ou seja, no melhor dos cenários, ela seria entregue por volta de 2033, imaginando que um contrato seja assinado ainda em 2026.

Portanto, será preciso esperar alguns anos até que canteiros de obras tomem forma e os tatuzões voltem a abrir túneis na capital paulista.

Projeção da futura estação Anália Franco
Projeção da futura estação Anália Franco: na parte esquerda inferior é possível ver um trem em vermelho onde ficará a Linha 16

Mas, acreditem, ao menos uma pequena parte da Linha 16-Violeta está em vias de ser concluída.

Para os mais atentos isso já era esperado há vários anos, desde que o Metrô contratou a extensão da Linha 2-Verde até Guarulhos (Dutra).

Isso porque a estação Anália Franco já foi projetada prevendo uma conexão com outra linha metroviária.

Ela era a extensão leste da Linha 6-Laranja, mas em 2018 passou a ser uma estação da Linha 16-Violeta após o Metrô tirar do papel a ideia.

Aposta oportuna, mas arriscada

O conceito é similar ao que foi feito na estação Chácara Klabin, também da Linha 2, que quando foi construída já previu a chegada da Linha 5-Lilás.

No caso de Anália Franco, o consórcio responsável está finalizando toda uma área abaixo das plataformas da Linha 2, onde estará a via da Linha 16.

Estação Chácara Klabin da Linha 5-Lilás (Jean Carlos)
Estação Chácara Klabin da Linha 5-Lilás (Jean Carlos)

Imagens recentes mostram esse enorme espaço quase todo escavado, com colunas e vigas de aço sustentando estruturas que um dia verão os trens do nova ramal.

A estratégia do Metrô é oportuna, mas arriscada. Ela funcionou em Chácara Klabin, mas acabou inútil nas estações Paraíso e Pedro II.

Na primeira esperava-se implantar uma extensão até Moema enquanto na estação da Linha 3 plataformas subterrâneas foram erguidas para a Linha Sudeste–Sudoeste (atual Linha 4), mas servem de abrigo para moradores de rua durante os dias mais intensos de inverno.

Espera-se que o subsolo de Anália Franco não seja em vão no futuro.

 

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7 comments
  1. Ricardo, não entendo seu pessimismo com o avanço da situação da linha 16.
    Muito melhor ter um interesse de uma empresa que tem se mostrado competente para construir em tempo suas obras do que ficar esperando somente a boa vontade política.
    Torço para que a Acciona vença a disputa e possa provar sua competência numa obra de ponta a ponta.
    Enquanto isso, espero que o Metrô siga em suas obras e projetos.
    Já em relação à ViaMobilidade, quem sabe eles despertem do sono letárgico e busquem extensões em suas linhas.

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  2. Alguém tem uma previsão de qdo o Cora Coralina (tatuzão) chegará na Estação Orfanato e Também no poço Falchi Gianini (final)? Última notícia, sem o alarde como ocorre na linha 6, o tatuzão havia chegado no Poço Madrid.

  3. Acho exagero dizer que a estratégia do Metrô é arriscada. O planejamento do Metrô no início naturalmente estaria sujeito a muito mais alterações, pois eram as primeiras linhas da cidade sendo construídas. Hoje há uma clareza maior sobre quais e como serão as futuras linhas.

  4. O filme de 1968 de apresentação do Metrô colocava a inauguração das linhas para 1974 (N-S), 1978 (L-O), 1981 (Paulista) e a Sudeste-Sudoeste para pouco depois. Então não era inútil construir as estações já prevendo a passagem das linhas seguintes. O regime militar não ter conseguido cumprir os prazos são outros quinhentos, mas desde que eu me conhecia por gente e muitíssimos anos antes da inauguração da L-O, a Radial Leste, na região do Belém, era tomada por tapumes com o logo do Metrô: era, sim, intenção deles construir tudo rapidamente.

    Quando a est. República da Leste-Oeste foi inaugurada, por exemplo, o mezanino era cheio de painéis indicando a expansão da rede, com mapas esquemáticos das linhas Paulista (de Vila Madalena a Oratório), Ramal Moema (a partir de Paraíso) e Sudeste-Sudoeste em Y: de Caxingui a Sacomã, com a outra ponta indo de Pedro II a Vila Bertioga (comentário jocoso de um sujeito ao meu lado naquele dia: Olha! O Metrô vai descer a Serra!).

    Curiosidade: a estação Pedro II tem esse nome (e não Parque D. Pedro, que seria mais esperado) porque a SE-SO também teria a estação Pedro I (na avenida Pedro I no Ipiranga, mais ou menos onde hoje se projeta a estação Monumento). Quando Pita começou a construir o famigerado Fura-Fila na av. do Estado, o Metrô disse que estava cancelado, então, o trecho Sudeste da SE-SO, porque metrô era um investimento caríssimo para se sobrepor a outro modal de trajeto similar (o Fura-Fila seria atendido por VLTs). Foi isso que os jornais da época publicaram. Há uma lenda de que o subsolo da Várzea do Glicério teria uma rocha virtualmente intransponível, impossibilitando a passagem de um tatuzão entre Pedro II e est. Glicério, na praça Nina Rodrigues (hmmmm…), e que por isso o trecho SE teria sido abandonado.

    1. Só uma correção: Fura Fila nunca foi cogitado em ser VLT, desde a concepção e a construção sempre foi um projeto de ônibus biarticulado guiado por canaleta.

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