Linha 20-Rosa do Metrô pode se estendida até a Linha 10-Turquesa da CPTM

Ramal de metrô subterrâneo deve ganhar cerca de 3 km para se conectar à estação Prefeito Saladino, em Santo André
Linha 20-Rosa deve chegar a Linha 10-Turquesa (GESP)

Com o fim da Linha 18-Bronze, cancelada pelo governo Dória em julho, o Metrô estuda levar a Linha 20-Rosa até a estação Prefeito Saladino, da CPTM. A informação apareceu no relatório mensal de empreendimentos da companhia em novembro e foi notada pelo site ViaTrolebus. Sem trazer mais detalhes, a apresentação apenas cita que o ramal irá da Lapa até a estação da Linha 10-Turquesa.

Até então, a previsão era de que a Linha 20 começasse na divisa entre São Bernardo e Santo André, possivelmente na futura estação Afonsina, uma das paradas planejadas para o ramal de monotrilho. Sem a Linha 18, no entanto, o Metrô optou por avaliar uma extensão de cerca de 3 km para levá-la até o ramal da CPTM, já bem próximo do centro de Santo André. Com isso, o acesso à Zona Sul da capital será facilitado também por passageiros que utilizam a Linha 10 e que na configuração anterior precisariam fazer uma baldeação extra para chegar até a nova linha de metrô.

Curioso notar que o corredor BRT, escolhido para substituir o monotrilho, não parece ser suficiente para dar conta da futura demanda de passageiros que buscariam chegar à conexão com a Linha 20 na região de Rudge Ramos. A capacidade de atrair usuários da Linha 20 é certamente imensa afinal a viagem do ABC até regiões como Moema, Itaim e Pinheiros, além de conexões com outros ramais, é enorme.

O novo trecho comportaria de uma a duas estações intermediárias ao cortar o bairro do Campestre, próximo à divisa com São Caetano do Sul, mas essa definições só virão com a conclusão do projeto funcional, previsto para ser contratado em 2020.

Por falar nele, uma emenda ao orçamento 2020 do governo do estado proposto pela deputada estadual Carla Morando destinou R$ 5,4 milhões para elaboração do projeto funcional da Linha 20-Rosa – contra R$ 20 milhões antes estimados. Com isso, a secretaria dos Transportes Metropolitanos poderá remanejar os valores necessários para lançar a licitação que aprofundará os estudos para a implantação do ramal de metrô subterrâneo nos próximos anos, de acordo com os planos da atual gestão.

Mais 3 km ao projeto da Linha 20

Cerca de 28 km de extensão

Se não houver grandes alterações no traçado, a Linha 20-Rosa deverá ter cerca de 28 km de extensão total, uma das maiores de São Paulo. E também custará muito caro não só por ser longa, mas passar em regiões de alto poder aquisitivo como o eixo da avenida Faria Lima. Nos planos originais, o projeto seria feito em duas etapas, a primeira dentro capital, entre Lapa e Moema, e a segunda chegando à região de Rudge Ramos. Agora, Doria tem dado a entender que o trecho dentro do ABC Paulista será priorizado.

Caso isso ocorra, o custo inicial deverá ser menor, mas também os benefícios para a rede, dependendo de onde a Linha 20 chegará. Se terminar na estação Moema, da Linha 5, o novo ramal terá apenas mais uma conexão, com a Linha 1, em São Judas. A grosso modo, seria uma forma mais eficiente de ir até o extremo Sul da capital e também uma alternativa para chegar ao centro, mas continuaria sendo tortuoso chegar a pólos geradores de emprego como Vila Olímpia, Itaim e Pinheiros.

A escolha da estação Prefeito Saladino, por sua vez, evitará uma saturação da parada principal da Linha 10 em Santo André, a estação Prefeito Celso Daniel, no centro do município, e que já conta com um enorme terminal de ônibus do Corredor ABD.

Vale ressaltar que a Linha 20 ainda está num horizonte muito distante, cuja chance de vê-la aberta na próxima década é remota.

 

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  1. Sinceramente, mesmo sem qualquer embasamento em estudos (e por isso corro o risco de estar muito enganado), o trecho tido como prioritário agora (“Prefeito Saladino – Moema) não terá uma demanda que venha a interessar um Parceiro Privado (no caso de uma PPP) para a construção dessa obra. A demanda seria basicamente a mesma que do Monotrilho da Linha 15 – Prata. O ideal seria a construção sendo feita da forma como pensada anteriormente: primeiro o trecho Lapa – Moema para depois este trecho.

    Claro, com isso não quero dizer que devemos esquecer esse projeto. Por aqui ainda temos o hábito de agir em áreas sensíveis como transporte público apenas quando a situação está caótica, nunca a fazendo de forma planejada. O único ponto mesmo é que atrair o capital privado (o que provavelmente será uma das bandeiras caso a licitação ocorra neste governo, o que acho insensato, pois não haveria tempo hábil para a elaboração de estudos e consultas públicas de forma mais aprofundada) seria algo difícil, pois a linha, neste trecho, passa por regiões que não possuem nenhum eixo comercial forte. Estão próximas a tais regiões, mas nada comparado com o que temos na Faria Lima, Vila Olímpia e adjacências.

    As regiões pelas quais tende a passar essa linha, em que pese possuírem um adensamento populacional bom, não estão no eixo central das cidades. Claro, isso pode ser corrigido ou melhorado com um remanejamento do transporte público municipal, mas ainda assim é complicado crer que haverá uma adesão maciça, pois o ramal não possibilitaria, num primeiro momento, um acesso rápido e efetivo. Deve ser destacado que no ABC, quem não é adepto da cultura do carro é adepto a cultura do ônibus fretado, os quais vão para regiões como as mencionadas anteriormente.

    Por óbvio, isso é um achismo de minha parte, o qual posso estar totalmente enganado, mas vejo essa linha, sendo construída pensando primeiro no trecho do ABC até Moema como mais ou menos (eu disse mais ou menos) o que ocorreu com o primeiro trecho da Linha 05 – Lilás: terá uma demanda, mas ela somente terá sua capacidade atingida de forma plena com a sua construção até a Lapa. Essa linha tem um potencial enorme se pensada como um todo, ante sua capacidade de conexão com as mais diversas linhas do Metrô e da CPTM. Por mais caro que possa ser, creio que executar essa linha toda de uma vez seria a melhor solução, a qual sim acabaria por trazer ganhos significativos para todos, atraindo de fato interessados na utilização do ramal.

  2. Acho que a inclusão do trecho até Pref Saladino seria para aproveitar o espaço existente na região para pátio, como ocorre após a est Tamanduateí ( se vem que ali ainda tiveram de desapropriar várias quadras… ). Mas se agora houver ( utopia) uma boa conversa com a união sobre o uso daquele espaço que sobra nas laterais da linha 10 pode ser que ajude a reduzir o custo de instalação do pátio. Se fizeram em bitola larga, poderiam aproveitar as oficinas da linha 1 para manutenção ( poderiam dar uma modernidade nelas pra aumentar sua capacidade )

  3. O Governo do Estado cancelou a Linha 18 alegando falta de recursos e que a demanda tinha abaixado e anunciam a Linha 20 que vai sair muito mais cara.

    Deus que me perdoe, mas espero que essa obra do BRT não saia do papel na gestão e que o próximo governador volte com o projeto original.

    1. Concordo plenamente cara, esse projeto de BRT não tá com nada, tanto que vão construir um metrô. Mas não foi o governo que falou que a demanda da região era baixa? Por que o projeto de metrô para essa mesma região?

    2. Foi uma decisão errônea e sem justificativas técnicas, visando apenas a questão econômica, que não deixa de ser importante, porém é o retorno a médio/longo prazo que deveria ser visado. Metrô atrai passageiros mesmo em uma região que “perdeu” demanda.
      Com a concorrência direta com o corredor ABD, vide comentário supracitado, é impossível e incoerente um corredor ser lançado para concorrer com outro. É como se tivéssemos linhas intermunicipais concorrendo com as municipais de algum município. Incoerente. Metra deve bater o pé para evitar a construção dessa obra, exceto se quiser administrar o BRT futuramente numa eventual concessão.

      1. Linha 18 basicamente foi cancelada por conta do cartel de ônibus que existe na região do ABC.
        Sobre a L20, o trecho Moema-Prefeito Saladino se mostra claramente concorrente ao corredor ABD e já como o corredor é gerido pela iniciativa privada isso ainda vai dar muita treta.
        Depois desse anúncio já começaram discussões sobre o por que não estender a L20 até Sapopemba criando conexões com a L15, e além da L14, o corredor foi um dos principais pontos abrangidos.

        Não sei quantos anos a Metra ainda tem de operação no corredor, porém um exemplo de pressão que o governo sofre por conta de linhas de ônibus e metrô concorrendo entre si é a L4, em que no acordo de concessão nenhuma linha intermunicipal pode concorrer com ela.

    3. Pois é, meu xará. A alegação deles é no sentido de que o projeto em si da denominada linha 18 – Bronze, por conta do seu trajeto e da forma como a PPP foi costurada não seria economicamente viável, como se os dados estivessem inflacionados. Porém, cade os estudos que demonstram isso? Passados 6 meses do anúncio do cancelamento sequer houve a apresentação de um esboço de estudo, mas apenas um rabisco sobre um mapa falando de um novo caminho.

      De fato as informações são soam nada críveis. O traçado poderia realmente não atrair o público que se espera com o traçado completo da Linha 20, mas tinha um potencial significativo de crescimento e, quem sabe futuramente, distribuir o deslocamento dos moradores do ABC Paulista entre tais ramais. Não custa lembrar que São Bernardo do Campo possui mais de 800 mil habitantes e Santo André em torno de 600 mil. São populações grandes, sem considerar o deslocamento que existe no sentido oposto (moradores da Capital que trabalham e/ou estudam no ABC), o que justificaria a coexistência de ambas as linhas, mas para isso se tornar realidade, só o tempo nos dirá, infelizmente…

  4. Gente, pq n fazem na faria lima via cut and cover? Fecha as faixas mais próximas da ilha central, furam e fazem a linha sem desapropriacao? Tem o problema do transito, mas nao de verba. E nos trechos das estacoes fecha a avenida toda.

    1. O método “Cut and Cover” iria destruir a Faria Lima, causar um trânsito enorme por anos e falir todos os empreendimentos comerciais da avenida. E, no fim, iria custar mais caro que usando a tuneladora.

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