Em cerimônia em que anunciou a implantação da ‘Plataforma Digital de Parcerias”, o governo do estado de São Paulo revelou que a Linha 5-Lilás será concedida à iniciativa privada dentro do novo programa.
Inaugurada em 2002, a linha está em expansão atualmente e deve chegar a 20 km de extensão até 2018, quando as obras têm previsão de conclusão. “Vamos abrir a concessão e o setor privado vai operar toda a Linha 5-Lilás, inclusive o trecho que já está concluído e em funcionamento. Quem vencer, vai operar de Capão Redondo até Chácara Klabin”, disse o governador Geraldo Alckmin durante o anúncio.
O modelo de concessão ainda não foi definido, reconheceu o governo. Pode ser do tipo ‘onerosa’, em que o vencedor pagará a maior contrapartida financeira, ou por investimentos, em que há o compromisso de ampliar ou melhorar o ramal.
Seja qual for o escolhido, é uma alternativa diferente ao da Linha 4-Amarela, a única atualmente operada pela inciativa privada. Nesse caso, foi adotada uma PPP (Parceria Público-Privada) em que o consórcio privado e o governo dividem custos e receitas.
Segundo o governo, estão sendo investidos R$ 9,1 bilhões na expansão da linha que deve transportar cerca de 750 mil pessoas diariamente quando estiver completa.
Empregos
A opção pela concessão surpreendeu porque a linha será bancada na totalidade pelo governo – os trens, por exemplo, já foram comprados e a maioria, entregues. Uma das razões apuradas seria a questão de mão de obra. Com várias linhas em construção, o Metrô precisaria ampliar seu quadro de funcionários significativamente, o que é complexo para uma empresa que, embora contrate pela CLT, tem vários entraves de investimento, além de um sindicato difícil de negociar.
Com a concessão, o governo facilitaria a operação da linha e evitaria aumentar o contigente de funcionários do Metrô. Por ser independente do resto do sistema, a Linha 5 tem características que beneficiam esse modelo – as linhas 15 e 17 também devem passar pelo mesmo processo.
Caso isso ocorra, oMetrô operaria diretamente as linhas 1, 2 e 3, que estão interligadas, e teria empresas privadas operando as linhas 4, 5, 6, 15, 17 e 18, três delas, por PPP e as outras três por concessão.
Resta saber se haverá interessados em operá-la num momento em que os principais players têm ligação com as construtoras envolvidas na operação Lava Jato.