Linha 7-Rubi precisa mais do que trens novos

CPTM colocou em operação o sétimo trem da Série 8500, mas modernização da linha segue a passos lentos
Série 8500 da CPTM na Luz: o trem é novo, já a linha…
Série 8500 da CPTM na Luz: o trem é novo, já a linha…

Dizer que a Linha 7-Rubi é pior da CPTM é chover no molhado. Literalmente. Que o diga os problemas que os passageiros tiveram nas últimas semanas após as chuvas que bloquearam uma das vias do ramal. Como se sabe, ela é, de longe, a mais precária da rede, com vários trechos operados em baixa velocidades, estações decrépitas e um tempo de viagem absurdamente longo.

É verdade que a situação está mudando aos poucos, sobretudo em outro eterno problema da linha, os trens. A maior parte das composições antigas herdadas da CBTU, circula por ela, que acabou não premiada com trens mais modernos de encomendas anteriores. Agora, com as primeiras unidades da Série 8500 sendo entregues, nada menos que sete dos nove trens operacionais estão locados nela, mas não basta só isso, é preciso que a modernização das vias e estações avance mais rápido.

Mesmo os trens da Série 8500 hoje circulam com restrição de potência por conta da infraestrutura precária. Vários trechos de trilhos precisam ser modernizados para que a velocidade média suba, sem falar na necessidade de um suprimento maior de energia e de estações modernizadas.

Pois é justamente esse último item que deu um passo para trás. A reconstrução da estação Jaraguá teve o contrato rescindido pela CPTM. É o fim de mais um história em que o consórcio responsável não cumpriu sua função e em vez de termos a solução do problema ganhamos um novo. Agora, será preciso fazer outra licitação para retomar a obra. E isso para não citar outras estações hoje quase sem condições de uso e que seguem sem previsão.

Tão perto tão longe

O que espanta em algumas ações da CPTM é a demora em resolver problemas aparentemente simples. O imbróglio da extensão da Linha 9 até a Varginha é um deles. Ela tem a faixa de domínio, trata-se de um trecho na superfície na sua maior parte e com estações de estrutura comum, mas lá se vão anos de construção até que tudo parou em dezembro passado. Mas é a existência de duas estações ‘Lapa’ que mostra como a companhia estatal precisa urgentemente de uma gestão mais atuante – e investimento do governo.

Por incrível que pareça, as duas estações, uma da Linha 8 e outra da Linha 7, são separadas por 400 metros e operam sem nenhuma ligação. Em que pese o fator histórico (de terem sido construídas por companhias concorrentes), é absurdo pensar que a CPTM ainda não construiu uma estação unificada duas décadas depois de assumir o trecho. O governo já cogitou a ideia, mas até hoje nada aconteceu. E não será apenas com trens novos que a realidade dos passageiros da Linha 7-Rubi irá melhorar.

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