A construção da estação Ipiranga, da Linha 15-Prata, teve a sessão de entrega de propostas realizada nesta segunda-feira, 12, com a participação de quatro consórcios. A menor proposta foi feita pelo Consórcio Expresso Ipiranga, formado pela Alya Construtora e a Coesa Construção e Montagens, que pediu R$ 448 milhões para executar o serviço, que também inclui as vias elevadas até a Vila Prudente.
A seguir, o Consórcio ESB (Engibrás Engenharia, S.A. Paulista de Construções e Comércio e a Benito Roggio e Hijos) estabeleceu um valor de R$ 449,8 milhões. Já o Consórcio Construtor Linha 15 -Prata (Heleno & Fonseca Construtécnica e Nova Engevix) propôs um preço de R$ 507 milhões e por fim o AGIS Consórcio Linha 15-Metrô-SP (AGIS Construção e AGIS Sistemas) solicitou R$ 548,8 milhões.
A próxima fase envolve a apresentação das planilhas de preços e serviços e os documentos de habilitação pelo Consórcio Expresso Ipiranga, que terá até 15 de dezembro para isso. Caso tudo esteja correto, o Metrô então fará a homologação da proposta e os preparativos para assinatura do contrato.
É nesse ponto que os demais concorrentes poderão entrar com recurso administrativo, contestando a seleção da proposta. Pelo montante expressivo e a margem apertada, essa possibilidade é bastante provável.
Mesmo consórcio de outra licitação
O Consórcio Expresso Ipiranga é formado pelas mesmas empresas que fizeram a única proposta para promover mudanças no viário da Avenida Ragueb Chohfi, por conta da implantação da extensão à leste. Esse trecho inclui as estações Boa Esperança e Jacu Pêssego. A Coesa, embora homônima da empresa responsável pelas obras da Linha 17, é um braço diferente, também sob controle do grupo OAS. Já a Alya é uma construtora sediada em Caraguatatuba cujo representante em documentos oficiais é um funcionário com e-mail da empresa Queiróz Galvão.
Chamou a atenção a participação de menos proponentes nessa licitação se comparada à que selecionou o Consórcio Boa Esperança, responsável não apenas por duas estações novas da Linha 15 como também o Pátio Ragueb Chohfi. Na ocasião, nada menos que 11 participantes.
As propostas foram entregues em maio de 2021, mas apenas vencedor só foi anunciado seis meses depois. Espera-se que no caso da estação Ipiranga essa situação não se repita. O escopo da obra visa ligar o monotrilho à Linha 10-Turquesa, da CPTM, a fim de distribuir a demanda de passageiros, hoje concentrada em Vila Prudente, por conta da Linha 2-Verde.
A estação Ipiranga da Linha 15 promete ser a mais moderna e sustentável do ramal, com plataformas laterais, iluminação natural e geração de energia solar por paineis em sua cobertura. A previsão é que ela seja inaugurada em 2025.
É sempre muito estranho, para não dizer outra coisa, essas associações de construtoras. São sempre as mesmas, cada hora com um CNPJ novo, driblando possíveis impedimentos, tentando parecer uma empresa idônea. Mas vamos lá né, essa estação Ipiranga será muito importante não só para a linha, mas para o sistema metroferroviário aliviando a linha 2-Verde.
Com a SELIC nas alturas, é obvio que menos empresas irão participar de licitações. É mais facil investir na renda fixa do que se sujeitar a margem de lucro baixíssima pra construção de uma estação.
Causa estranheza uma só interessada, e que esta nova estação terminal do Monotrilho Linha 15-Prata de acordo com as plantas apresentadas será simples e com acessos as plataformas laterais da velha Estação Ipiranga da CPTM que permanecerá a mesma, portanto não possuirá nada de inovação e modernidade.
Os problemas maiores do projeto são as questões da integração, funcionabilidade, acessibilidade e intermodalidade, comprovadamente muito inferiores ao que foi feito em Tamanduateí.
Se está perdendo uma ótima oportunidade de se fazer algo mais funcional e moderno com relação a esta estação, e é a comprovação que a CPTM continua sendo tratada como de segunda categoria e investindo em novas estações somente nas concessões.
A maioria das estações da CPTM entre Lapa e Ipiranga estão em condições precárias em questões como: Integração, Funcionalidade, Acessibilidade e Intermodalidade, comprovadamente inferiores à de Barra Funda, por que continuam a sendo preteridas e desprezadas!