Mesmo com obras lentas, consórcio Monotrilho Ouro ganha novo reajuste de R$ 14 milhões

Empresa formada pela KPE e a Coesa assumiu o contrato de obras civis remanescentes da Linha 17-Ouro em novembro de 2020 por R$ 498 milhões. Valor já está R$ 40 milhões mais caro
Pátio Água Espraiada em novembro de 2022 (iTechdrones)

As obras civis da Linha 17-Ouro teimam em evoluir de forma lenta e não tem sido diferente com o contrato assinado com o Consórcio Monotrilho Ouro em novembro de 2020. Na época, apenas a empresa Coesa Engenharia era responsável pelo projeto, que engloba a conclusão das obras do pátio Água Espraiada e de sete das oito estações da fase prioritária, além de trechos de via, entre outros.

A Coesa assumiu a obra após levar a licitação para a Justiça, onde conseguiu anular a contratação da empresa Constran. Após a desclassificação da concorrente, a Coesa assinou o contrato com o Metrô em novembro de 2020 por um valor de R$ 498.582.294,72 e um prazo para entrega dos serviços de 30 meses a partir da assinatura da ordem de serviço, ocorrida em dezembro daquele ano.

ACOMPANHE O METRÔCPTM NAS REDES SOCIAIS

No entanto, desde então os trabalhos executados pela empresa ligada ao grupo OAS têm sido vagarosos, com estações ainda incompletas e o enorme pátio passando a maior parte do tempo com poucos funcionários. Uma das poucas exceções é o trecho da Marginal Pinheiros, onde o consórcio (que ganhou a companhia da empresa KPE, também pertencente à OAS em julho de 2021) está perto de concluir o lançamento das vigas-trilho.

Ou seja, a meta de entregar as sete estações, pátios e vias até junho de 2023 é atualmente algo impossível diante dos atrasos acumulados.

Mas se peca em cumprir o cronograma, o consórcio Monotrilho Ouro tem sido bem sucedido em obter reajustes financeiros no contrato. O mais recente deles foi assinado nesta segunda-feira, 7 de novembro, e prevê um aumento de R$ 13.873.537,26.

Placa do Consórcio Monotrilho Ouro, formado pela KPE e Coesa (Jean Carlos)

Obra R$ 40 milhões mais cara

No aditivo, o 5º assinado até aqui, o Metrô não explica por que decidiu reajustar o valor, além de corrigir unidades de medida do contrato original. Na lista de materiais e serviços atualizada consta apenas o “item 30”, cuja descrição “preços novos” adiciona R$ 17 milhões aos custos do projeto – a diferença para menos geralmente vem da supressão de outros itens, daí o valor de quase R$ 14 milhões.

Com o novo aumento, o contrato de obras civis da Linha 17-Ouro chega a um total de R$ 538.452.171,04, ou cerca de R$ 40 milhões mais caro do que o previsto. O reajuste acumulado, portanto, é de 8%, ainda distante do limite de 25% estabelecido pela legislação relacionada à concorrências públicas.

Porém, trata-se de uma empresa que reconhecidamente não está cumprindo os prazos, algo que o próprio presidente do Metrô, Silvani Pereira, lamentou em seus perfis em redes sociais em algumas ocasiões.

Sabe-se que em projetos complexos como o da Linha 17-Ouro há imprevistos durante o andamento das obras, mas isso não parece ser motivo para justificar tamanho atraso. Se mostrasse a mesma eficiência em obter reajustes na execução dos serviços, o Consórcio Monotrilho Ouro certamente já estaria bem perto de concluir o prometido.

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
5 comments
  1. Lembrando que tem que levar em consideração que os materiais de construção estão absurdamente caros após a pandemia ,o Ferro tá caríssimo por exemplo ,mas a L17-OURO já vai começar com problemas pode ter certeza ,era pra ela ser nos moldes da L15-PRATA Com estações amplas e trens de 7 carros já que vai atender dois extremos super populosos PARAISOPOLIS e JABAQUARA ,vão cometer o mesmo erro da CPTM com a L13-JADE que era pra ser subterrâneo para atender o aeroporto por dentro igual a como será na L17-OURO, mas foi em elevado e não liga nada a lugar algum

    1. A maior lenda urbana moderna.
      Eu queria ter só 0.05% de comissão de todo contrato assinado nesta obra, mas sou cidadão correto e não seria legal ter envolvimento em esquemas de desvios de verba.

  2. Lembrando também que me devem 20% corrigidos de minha casa desapropriada em 2012, o Metrô tomou posse em Novembro de 2013 e até agora nada!!!!!!!!!

Comments are closed.

Previous Post

Entenda onde ficarão as estações e desapropriações da Linha 2-Verde em Guarulhos

Next Post

Confira o avanço das obras da Linha 13 até Barra Funda em novembro

Related Posts