A Linha 6-Laranja do Metrô terá 15,3 km de extensão operacional, ou seja, o trajeto por onde serão distribuídas as 15 estações do ramal. Já a extensão total dos túneis é um pouco maior, de 15,8 km, segundo dados da ex-concessionária Move São Paulo.
Deste total, 12,2 km (77%), serão construídos por dois “tatuzões”, máquinas com dezenas de metros de comprimento e que escavam a um ritmo diário de 15 metros, deixando para trás os túneis praticamente prontos, com anéis de concreto montados como se fossem legos gigantes.
Essa fase da obra, no entanto, ainda não começou. A construtora espanhola Acciona, que assumiu o projeto em outubro do ano passado, está preparando as duas tuneladoras para partirem do VSE Tietê, uma imensa vala localizada na Margina Tietê.
A previsão é que a primeira delas, cuja parte da estrutura já se encontra no fundo do poço, comece a escavar a partir do final deste ano ou começo de 2022. Mas isso não significa que os 3,6 km não incluídos no escopo desses equipamentos estejam parados.
São justamente esses trechos que já começam a somar metros importantes na implantação dos 15,8 de vias subterrâneas.
Vídeo do canal iTechdrones desta semana ilustra bem essa situação. O drone sobrevoou o poço Tietê e flagrou a escavação da ponta norte, sentido pátio Morro Grande.
Como foi explicado pelo site, a existência de falhas geológicas no caminho do tatuzão motivou a Acciona a realizar uma escavação por método NATM (também chamado de túnel mineiro), com cerca de 100 metros de extensão. Um novo poço está sendo escavado nessa altura onde o segundo tatuzão chinês começará de fato seu trabalho no ano que vem e que tem como desafio avançar sobre terreno rochoso.
Do outro lado do rio Tietê, a construtora espanhola também já começou o trabalho de escavação manual de um túnel singelo e paralelo ao principal. Localizado justamente embaixo do rio, essa via servirá para estacionamento de trens de estratégia, inseridos no carrossel em horários de pico.
Essa escavação começou no SE Aquinos, o poço mais adiantado da obra e que recentemente viu uma nova frente de trabalho surgir, desta vez no sentido São Joaquim. Trata-se de um trecho da via dupla principal que está sendo feita no método NATM. Embora o site não possa afirmar com certeza, parece envolver a construção de um trecho de túnel mais largo para permitir que os trens possam acessar o estacionamento de trens.
Como se vê, a Linha 6 tem boa parte das vias construída sem o uso do tatuzão. Isso inclui as 15 estações, que acrescentam uma boa extensão com suas plataformas, além dos poços de ventilação e túneis de apoio.
Pelo que se acompanha nesses cerca de oito meses de obras, a perspectiva é animadora, com abertura de vários canteiros simultâneos e a celeridade que se espera de um projeto dessa magnitude e importância para São Paulo.