Os trens da Linha 15-Prata do monotrilho começaram a operar a partir deste sábado (18) entre Vila Prudente e Jardim Colonial sem a necessidade de transferências na estação São Mateus.
A mudança na operação se deve a ativação de um novo aparelho de manobra localizado à leste da estação Jardim Colonial. Desta forma o passageiro não deverá mais realizar a transferência em São Mateus.
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Entretanto, para melhorar o fluxo operacional, a estratégia de trens diretos até Jardim Colonial estará restrita por enquanto apenas ao período da noite durante os dias úteis e aos finais de semana.
Durante o horário de pico e no meio do dia os trens irão operar no esquema anterior, com necessidade de troca de composição para chegar a Jardim Colonial.
O Metrô de São Paulo tem como objetivo melhorar a agilidade na chegada de trens em suas estações terminais. Como São Mateus possui uma área de manobra antes da estação, não é possível agilizar as partidas já que todo o embarque e desembarque é feito apenas em uma das posições de parada dos trens.
Com o track switch de Jardim Colonial, será possível ampliar o número de trens e realizar embarques e desembarques simultâneos com dois trens. Há também outro track switch após Vila Prudente que deverá ser inaugurado em breve, permitindo estratégias ainda mais eficientes de operação.
Pressão para melhorar o serviço
Com as novas aéreas de manobra, a Linha 15-Prata dará início a uma fase importante em sua operação, em que será possível ao Metrô estabelecer um serviço com maior oferta e velocidade. Além disso, o ramal colocará em funcionamento uma versão do software de controle que deverá ser usada com mais frequência e assim ser aprimorada para que os intervalos caiam e o número de passageiros transportados cresça para níveis mais próximos do projeto.
Trata-se de uma etapa crucial para reverter a imagem abalada pelos incidentes surreais por que passa o ramal e que têm sido um prato cheio para críticos do modal, a despeito de não serem problemas relacionados ao fato de ser um monotrilho. Na prática, a única falha relacionada ao tipo de transporte até hoje foi o estouro do pneu há três anos, mas que também foi motivada pelo projeto da Bombardier e das vias e não algum “defeito crônico” de todo e qualquer monotrilho.
As recentes falhas com o sistema de sinalização, de comunicação e mesmo o desgaste prematuro do concreto nas emendas das vigas devem ser creditados ao Consórcio CEML, contratado para entregar um produto confiável, e ao Metrô também, por aceitar equipamentos e serviços mal executados ou projetados.
A ‘trapalhada’ do segundo choque dos dois trens que colidiram na semana passada talvez seja o maior exemplo de como a Linha 15-Prata tem sido maltratada pelas empresas responsáveis por ela. Está mais do que na hora de se aprender com os erros e entregar um serviço decente para a população. A chance está na mesa.
Ricardo Meier
Tem previsão de qnd vai começar nos dias úteis durante o dia?
Ricardo, na sua materia sobre o abismo tarifario na Linha 4, faltou voce colocar, se eh que esse dado e publico, qual o custo por passageiro da operacao? A ViaMobilidade mesmo recebendo aquilo tudo, ainda consegue ter lucro? Ou mesmo a R$6,20, ainda seria necessario um subsidio caso a operacao fosse publica? Obrigado
Olá, Fer, tudo bem? Sua sugestão é bastante oportuna. Por ser uma empresa de capital aberto, a ViaQuatro publica seus resultados anualmente, porém, os dados de 2022 ainda não foram divulgados. Fiz uma continha simples e rápida cruzando o balanço de 2021 com dados da CCR, sua principal acionista e o custo por passageiro ficou em torno de R$ 2,79. Considerei apenas os custos pelos serviços prestados e as despesas operacionais (R$ 310 milhões) para um total de de 110,9 milhões de passageiros transportados. Vale dizer que apenas 12% dos passageiros da Linha 4 usam apenas o ramal e que custam a tarifa de remuneração cheia. A ViaQuatro informou que a tarifa média em 2021 foi de R$ 2,90, o que refletiu num lucro de R$ 59 milhões apenas com a receita tarifária e acessória. Naquele ano, o governo do estado fez um pagamento de mais de R$ 1 bilhão após acordo com a concessionária por conta de atrasos na expansão do ramal.