Com a entrega da estação Jardim Colonial (Linha 15-Prata) nesta quarta-feira (29), o Metrô de São Paulo atingiu oficialmente 104,4 km de extensão. Isso faz com que permaneça como o 3º maior sistema do gênero na América Latina, atrás da Cidade do México e de Santiago do Chile.
Na prática, no entanto, o passageiro que utiliza a malha metroferroviária de São Paulo dispõe de uma extensão bastante superior ao das duas cidades, capitais federais de seus países.
A rede sobre trilhos paulista chegou a 377 km, segundo o governo, 353 km deles na região metropolitana de São Paulo.
A Cidade do México, que é sempre lembrada pela grande imprensa como referência para o atraso brasileiro nesse aspecto, possui 201 km, incluindo 20 km da Linha 12, que sofreu um grave acidente em maio deste ano após o desabamento de parte da via elevada – o ramal está fora de serviço desde então.
Já a capital chilena dispõe de 140 km distribuídos em sete linhas, a mais nova delas, a Linha 3, inaugurada em 2019.
Ou seja, mesmo que o governo do estado entregue a Linha 17-Ouro (6,7 km), a Linha 6-Laranja (15,3 km) e as extensões das linhas 2-Verde até Penha (8 km) e 15-Prata (4,4 km), em tese o Metrô paulistano continuará atrás do chileno, com cerca de 139 km de extensão.
Como este site já se posicionou anteriormente, fazendo eco com outros blogs que acompanham a mobilidade urbana, trata-se de um grande erro ignorar a malha operada pela CPTM que em muitos sentidos é superior a de muitos sistemas existentes na América Latina.
Com 13 linhas atualmente, a malha metroferroviária chegou a realizar mais de 204 milhões de viagens em outubro de 2019, maior marca da história. Esse recorde dificilmente será batido a curto prazo por consequência da pandemia e seus reflexos na sociedade, mas isso não significa que a expansão sobre trilhos deva ser menos urgente.
Em 47 anos de operação, o Metrô de São Paulo mantém um ritmo de expansão muito baixo, de 2,18 km por ano, após a inauguração de Jardim Colonial. Se não houver uma aceleração bastante elevada nessa média, levaremos 91 anos para atingir a marca de 200 km de linhas, ou o ano de 2065.
Com o tempo será difícil distinguir o que é Metrô o que é trem….
Basta ver a quantidade de concessionárias no mapa da rede, a L5 vai aparecer no papel com o mesmo logo do então “trem” L8, e L9. L4 é referência do máximo da tecnologia (via Quatro) e terá logo parecido com o trem que vai para Itapevi… E ainda tem o Monotrilho, que herdou a marca “Metrô” logo vai para alguma concessionária e ficará o dilema se é trem, metrô ou monotrilho de uma vez.
“Metrô” mesmo serão apenas as linhas 1, 2 e 3, por enquanto, até serem concedidas, também. Metrôzão mesmo tendo linhas com tecnologias superiores como a L4 e futuramente a L6…
Quem nasce em 2020, futuramente, não terá distinção entre o que é metrô, o que é trem quando atingir a maioridade.
Muito bem lembrado! Linhas como 9-Esmeralda, 11-Coral, e 13-Jade não devem em nada para o Metrô.
Até 2025 serão mais 30 km, considerando o término das obras da linha laranja, a extensão da linha verde até a Penha e o término do trecho inicial da linha ouro. Como disse bem o artigo, a malha metroferroviária tem hoje 377 km de um sistema de boa qualidade e superior das cidades latino americanas mencionadas. Sempre é bom lembrar que os sistemas mexicano e chileno receberam maciços investimentos federais, diferente do sistema paulista, que cresce à custa de investimentos do estado.
Concordo totalmente, Ricardo. Vários sistemas sobre trilhos pelo Brasil recebem o nome de “metrô”, como os de BH e Porto Alegre, e possuem uma qualidade MUITO inferior às linhas da CPTM. Linhas 9, 11 e 13 são um luxo só. Precisamos valorizar e reconhecer o que temos.
Putz o trecho em construção da linha 17 ouro só tem 6,7km??? Que vergonha, pensar que talvez vamos ter essa linha operacional somente em 2023m isso com muita sorte.
Bem que o governo poderia ir adiantando a construção até Paraisópolis e vila paulista, não são extensões tão complicadas assim.
Infelizmente este trecho da linha 17 Ouro – Metrô entre Washington Luís até Jabaquara tem uma complexidade gigantesca devido a questão habitacional.
Após a conclusão da Fase 1 na parte de obras civis e com chagada gradativa dos trens poderia já buscar a realização entre o trecho Morumbi a São Paulo Morumbi.
Triste é a situação do RJ com a Supervia: uma malha gigante, que atende um monte de município carente e superpopuloso, porém sucateada. Uma vergonha para nós brasileiros que amamos a Cidade Maravilhosa.
Se o trem de Belo Horizonte, recife e Porto Alegre é metrô, a CPTM também é com o pé nas costas. Alias, até o metro do RJ em questão de qualidade fica atrás da CPTM
Já tive a oportunidade de viajar para outros paises. A rede metroferroviaria de São Paulo é de muita qualidade. O metrô finalmente está expandindo msm não sendo com a velocidade desejada e a melhora da qualidade da CPTM deve ser reconhecida. Com as concessões das linhas de metrô e CPTM à iniciativa privada a qualidade e eficiência irão aumentar ainda mais. Uma rede metroferroviaria de quase 400 km deve ser valorizada.