O Metrô de São Paulo divulgou seus resultados financeiros e operacionais do 3º trimestre de 2024. A companhia teve avanços consideráveis em vários indicadores, registrando lucro bruto no período entre julho e setembro, ou seja, quando comparado receitas com os custos dos serviços prestados.
No entanto, a companhia segue acumulando prejuízos elevados. Entre janeiro e setembro, o resultado negativo chegou a R$ 735,8 milhões, mas 20% inferior ao prejuízo no mesmo período em 2023.
O site analisou as informações fiscais da companhia e traz um resumo dos principais destaques do período:
Financeiro
A companhia teve o melhor desempenho do ano durante o começo do segundo semestre de 2024. A receita da companhia teve um aumento de 14%, chegando a R$ 682 milhões.
A queda no custo do serviço prestado foi da ordem de 14%, sendo desembolsados R$ 644 milhões para a operação das quatro linhas existentes.
O resultado gerou, pela primeira vez no ano, um lucro bruto da ordem de R$ 38,4 milhões. O resultado no mesmo período do ano passado havia sido de prejuízo de 96,8 milhões, mostrando avanços significativos no desempenho da empresa.
O desempenho também pode ser notado pelo cenário de menor dependência do estado.
Durante o trimestre, o Metrô reduziu seu prejuízo líquido em 40% saindo de um déficit de R$ 264 milhões para R$ 155 milhões na comparação com o mesmo período de 2023.
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Operacional
O resultado operacional do Metrô indicou um aumento do número de passageiros transportados da ordem de 2%, atingindo 125 milhões de pessoas beneficiadas pelo serviço.
Desses passageiros, a maioria utiliza o Bilhete Único como forma de acesso ao sistema sobre trilhos. Foram registradas quedas de 47,5% e 64,6% na utilização do bilhete “Edmonson” e do cartão BOM respectivamente.
O Metrô de São Paulo não é remunerado pelos passageiros que realizam transferências, de forma que 49 milhões de usuários utilizaram os serviços de forma não remunerada, ou seja, sem que o Metrô recebesse valores pelo transporte dessas pessoas.
Tarifa técnica
Os resultados do Metrô mostram que a atualização da tarifa no transporte ajudou a companhia a reduzir a enorme diferença entre receita e despesa.
A receita operacional líquida cresceu 14% neste ano enquanto a demanda subiu apenas 2%. A empresa também tem conseguido segurar os custos de prestação de serviços, que tiveram um aumento discreto até aqui.
As despesas operacionais, no entanto, ainda se mostram instáveis, em meio ao pagamento de indenização trabalhista e a venda de ativos.
O resultado financeiro, por outro lado, mostra uma melhoria considerável, saindo do negativo para um saldo de R$ 22 milhões.
Para voltar ao azul, no entanto, o Metrô depende de alguns fatores, entre eles ser remunerado de forma mais adequada pela prestação do serviço.
Nesse sentido, o presidente da companhia, Júlio Castiglioni, estaria discutindo com o governo do estado o pagamento de uma “tarifa técnica”, semelhante ao que é pago às concessionárias.
O valor seria, portanto, mais alto que o atual repasse feito por uma câmara de compensação em que Metrô e CPTM estão no fim da fila.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, a proposta foi mencionada pelo gerente de operações Milton Junior, em reunião com os funcionários em 24 de outubro.
Esse prejuízo contábil leva em conta a depreciação dos ativos das linhas 4 e 5, que não são mais operados pelo metrô, algo totalmente descabido, e, portanto é irrelevante.