Metrô de São Paulo sai em busca de financiamento no mercado

Companhia vai emitir R$ 400 milhões em debêntures para financiar sua dívida, passo inicial para entrada no mercado de capitais, afirmou presidente ao jornal Valor
Trem do Metrô de São Paulo (Jean Carlos)
Trem do Metrô de São Paulo (Jean Carlos)

A informação havia sido revelada por uma coluna do jornal Folha de São Paulo dias atrás, mas sem muitos esclarecimentos, porém, nesta quarta-feira (3), artigo do Valor Econômico trouxe luz à intenção do Metrô de São Paulo de entrar no mercado de capitais.

O jornal de economia entrevistou o presidente da companhia, Silvani Pereira, que explicou um pouco do projeto, cujo ponto de partida será a emissão de R$ 400 milhões em debêntures.

Trata-se de uma forma de buscar financiamento de médio e longo prazo sem depender apenas de repasses do estado. A ideia, segundo Silvani, é realizar a operação entre dezembro e janeiro de 2022 voltada a investidores profissionais e sem que elas sejam conversíveis em ações – o Metrô pretende também passar a ser uma empresa de capital aberto, mas do tipo que não negocia ações na bolsa.

Restava entender o motivo de o Metrô buscar financiamento no mercado já que a empresa, embora do tipo mista, não tem como meta a lucratividade e nem investe diretamente na expansão das linhas, por exemplo.

Silvani Pereira, presidente do Metrô (CMSP)

Segundo a reportagem, a estratégia faz parte da mudança de perfil da companhia, que tenta ampliar suas receitas não acessórias ao mesmo tempo em que busca potencializar os futuros projetos de linhas como a 20-Rosa.

Com a meta de reequilibrar sua situação financeira até 2023, o Metrô poderá então amortizar a dívida. A valorização de seus ativos por meio de projetos diversos que estão sendo estudados tende a ser um atrativo para investidores no futuro, ajudando a empresa a se manter no azul, algo que tem sido bastante difícil nos últimos anos.

Se em 2020 o prejuízo acumulado foi de R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre deste ano o número já era negativo em R$ 630 milhões – o Metrô deixou de atualizar o relatório de transparência com frequência, como fazia antigamente.

A pandemia fez os resultados se agravarem, mas a situação financeira da empresa já estava no vermelho antes disso. Em 2018 foram R$ 519 milhões e em 2019, R$ 533 milhões, para citar dois exemplos recentes.

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4 comments
  1. Uma dúvida!
    Se o metrô negociasse suas ações na bolsa de valores não traria mais investidores em menos tempo para a companhia?

  2. O Metrô deveria abrir capital na bolsa e diversificar o portfólio. A empresa tem know how e poderia investir em projetos em outros estados e quem sabe em outros países.

  3. O Metrô de Quito, no Equador, está praticamente pronto e os governantes de lá não sabem como fazer para operar a primeira linha da cidade, o Metrô SP poderia assessorar o pessoal de lá e ganhar alguma coisa com isso, além de ajudar o povo de lá a contar mais rápido com uma linha pronta, cuja operação querem adiar para 2024 porque não sabem como fazer para operar!

  4. Transporte público enquanto negócio não é viável em nenhum lugar do mundo. A função de empresas como o metrô é fornecer um serviço com função social. O retorno vem para a sociedade como um todo, com um meio de transporte eficiente, rápido, de grande volume, tirando carros das ruas e consequentemente melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Por isso o transporte deve ser subsidiado.

    Esse governo tem idéias mirabolantes para arrecadar dinheiro pro metrô com receitas acessórias, mas não tem capacidade de descobrir o óbvio que é o subsídio ao transporte público. Se desfizesse o cartel que existe com empresas do transporte público, ou até mesmo com concessionárias de rodovias, q ganham fortunas em cima do estado, talvez haveria mais dinheiro para investir no nosso transporte público.

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