Metrô de SP retoma licitação de terceirização de manutenção dos trens da Linha 15-Prata

Primeiro pregão eletrônico, realizado em outubro, acabou sem um vencedor após dois proponentes serem desclassificados. Nova sessão de entregas de propostas está marcada para 5 de março
Linha 15-Prata de monotrilho (Jean Carlos)
Linha 15-Prata de monotrilho (Jean Carlos)

Mais de dois meses após considerar o primeiro pregão eletrônico fracassado, o Metrô de São Paulo relançou nesta sexta-feira, 29, a licitação de serviços de manutenção dos trens Innovia 300, de monotrilho, que operam na Linha 15-Prata.

O plano da companhia é terceirizar os reparos e inspeções nas composições fabricadas pela Bombardier (atualmente Alstom). O certame será definido pelo menor preço e a prestadora do serviço trabalhará a partir do Pátio Oratório, realizando a manutenção durante as madrugadas e fins de semana principalmente.

Primeiros trens de monotrilho do Metrô, os Innovia 300 têm apresentado vários problemas desde que entraram em serviço em 2014. Além disso, a garantia do fabricante venceu em 21 dos 25 trens citados nos documentos da licitação.

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Dos quatro que ainda estariam com cobertura da Alstom, o trem M01 já ultrapassou a data limite na última quarta-feira (27). O trem M04 vencerá em 27 de junho de 2024 enquanto o M05 tem garantia até setembro e o M02, em novembro.

Duas unidades, a M22 e M23, que se chocaram em janeiro de 2019, não aparecem na licitação e podem ter sido sucateadas pelo Metrô.

A companhia aproveitou peças de ambos para reconstruir os trens M14 e M15, que também sofreram um acidente semelhante, mas voltaram ao serviço recentemente.

A tabela de quilometragem dos 27 trens da Linha 15

Protesto do sindicato

A contratação de uma empresa privada para realizar a manutenção dos trens da Linha 15 motivou vários protestos do Sindicato dos Metroviários, que colocou o assunto em sua pauta contra os planos de privatização do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A entidade clama pela contratação de mais funcionários concursados em vez de terceirizações, mas a prática de usar empresas privadas para atividades de manutenção é comum na CPTM, por exemplo.

Monotrilhos M22 e M23, que se colidiram em 2019 e não fazem parte da licitação (Reprodução/TV Globo)

Ainda assim, o sindicato conseguiu uma liminar na Justiça que coloca sob júdice o certame, mesmo que o Metrô aponte um vencedor.

Na primeira rodada em outubro, duas empresas foram consideradas aptas inicialmente, mas acabaram desclassificadas. A Temoinsa por ter proposto um valor muito alto, segundo o Metrô (R$ 80,5 milhões) e a Threeng por não ter apresentado documentos que comprovassem sua qualificação técnica.

O pregão eletrônico está marcado para ocorrer em 5 de março.

 

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4 comments
  1. Essa situação é culpa do sindicato dos metroviários.

    Primeiro, o sindicato nunca cobrou concurso para novos funcionários para a Linha 15 (só recentemente o fez).

    Segundo, o Metrô projetou a linha 15 para ser concedida e ela o foi.

    Terceiro, depois da concessão da linha 15, o sindicato arrumou uma liminar obscura que suspendeu a concessão.

    Quarto, quando o Metrô tinha recursos disponíveis para realizar um concurso, o sindicato exigiu que eles virassem PLR dos funcionários atuais da empresa.

    Assim o Metrô não conseguiu conceder a linha 15 e nem realizar concurso por falta de recursos (dado que o sindicato dos metroviários exigiu que os recursos disponíveis virassem PLR para os funcionários já contratados).

    Dessa forma, a curto prazo, só resta a terceirização da manutenção de trens para manter a linha 15 funcionando.

    Não existe um sindicato mais anti-metrô que o sindicato dos metroviários. A cada ação desse sindicato (controlado pelo PSol e PSTU), a empresa pública fica mais frágil. Só vão parar quando ocorrer a extinção da empresa.

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