Mais de dois meses após considerar o primeiro pregão eletrônico fracassado, o Metrô de São Paulo relançou nesta sexta-feira, 29, a licitação de serviços de manutenção dos trens Innovia 300, de monotrilho, que operam na Linha 15-Prata.
O plano da companhia é terceirizar os reparos e inspeções nas composições fabricadas pela Bombardier (atualmente Alstom). O certame será definido pelo menor preço e a prestadora do serviço trabalhará a partir do Pátio Oratório, realizando a manutenção durante as madrugadas e fins de semana principalmente.
Primeiros trens de monotrilho do Metrô, os Innovia 300 têm apresentado vários problemas desde que entraram em serviço em 2014. Além disso, a garantia do fabricante venceu em 21 dos 25 trens citados nos documentos da licitação.
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Dos quatro que ainda estariam com cobertura da Alstom, o trem M01 já ultrapassou a data limite na última quarta-feira (27). O trem M04 vencerá em 27 de junho de 2024 enquanto o M05 tem garantia até setembro e o M02, em novembro.
Duas unidades, a M22 e M23, que se chocaram em janeiro de 2019, não aparecem na licitação e podem ter sido sucateadas pelo Metrô.
A companhia aproveitou peças de ambos para reconstruir os trens M14 e M15, que também sofreram um acidente semelhante, mas voltaram ao serviço recentemente.
Protesto do sindicato
A contratação de uma empresa privada para realizar a manutenção dos trens da Linha 15 motivou vários protestos do Sindicato dos Metroviários, que colocou o assunto em sua pauta contra os planos de privatização do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A entidade clama pela contratação de mais funcionários concursados em vez de terceirizações, mas a prática de usar empresas privadas para atividades de manutenção é comum na CPTM, por exemplo.
Ainda assim, o sindicato conseguiu uma liminar na Justiça que coloca sob júdice o certame, mesmo que o Metrô aponte um vencedor.
Na primeira rodada em outubro, duas empresas foram consideradas aptas inicialmente, mas acabaram desclassificadas. A Temoinsa por ter proposto um valor muito alto, segundo o Metrô (R$ 80,5 milhões) e a Threeng por não ter apresentado documentos que comprovassem sua qualificação técnica.
O pregão eletrônico está marcado para ocorrer em 5 de março.
Tarcísio veio pra fazer a malha de trens de SP virar uma Mega SuperVia carioca. Parabéns aos envolvidos.
Essa situação é culpa do sindicato dos metroviários.
Primeiro, o sindicato nunca cobrou concurso para novos funcionários para a Linha 15 (só recentemente o fez).
Segundo, o Metrô projetou a linha 15 para ser concedida e ela o foi.
Terceiro, depois da concessão da linha 15, o sindicato arrumou uma liminar obscura que suspendeu a concessão.
Quarto, quando o Metrô tinha recursos disponíveis para realizar um concurso, o sindicato exigiu que eles virassem PLR dos funcionários atuais da empresa.
Assim o Metrô não conseguiu conceder a linha 15 e nem realizar concurso por falta de recursos (dado que o sindicato dos metroviários exigiu que os recursos disponíveis virassem PLR para os funcionários já contratados).
Dessa forma, a curto prazo, só resta a terceirização da manutenção de trens para manter a linha 15 funcionando.
Não existe um sindicato mais anti-metrô que o sindicato dos metroviários. A cada ação desse sindicato (controlado pelo PSol e PSTU), a empresa pública fica mais frágil. Só vão parar quando ocorrer a extinção da empresa.
a linha não foi concedida, e o sindicato cobrou sim contratação de novos funcionários
Cobrou apenas agora, depois que inviabilizou a concessão e a contratação de novos funcionários.