Metrô de SP suspende licitação de projeto básico da Linha 20-Rosa

Tanto vencedor do certame como segundo colocado entraram com recursos administrativos em relação à decisão da comissão de licitação
Trem do Metrô (CMSP)
Trem do Metrô (CMSP)

A licitação para desenvolvimento do projeto básico de arquitetura e engenharia da Linha 20-Rosa foi suspensa pelo Metrô de São Paulo em 26 de julho.

A decisão ocorre uma semana depois que a companhia habilitou o Consórcio MNEPI Linha 20 como vencedor da concorrência.

Curiosamente não apenas o segundo colocado, o Consórcio Sener Setepla – Egis – Setec, deu entrada em recurso administrativo como o próprio vencedor reclama do resultado apontado pelo Metrô.

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O MNEPI Linha 20 afirma que a comissão de licitação errou a nota técnica atribuída a ele e deve revisá-la para cima. Além disso pede a desclassificação dos oncorrentes Sener Setepla – Egist – Setec e CASL20 – Civil – Arquitetura – Sistemas porque teriam usado como comprovante de experiência profissionais com diplomas obtidos no exterior.

Além disso, o vencedor do certame pede que o Metrô revise para baixoas notas atribuídas aos dois consórcios.

Notas técnicas do Lote 1 e 2 (CMSP)
Notas técnicas do Lote 1 e 2 (CMSP)

Orçamento com equipe de técnicos minúscula e preço abaixo do orçado

O Sener Setepla – Egis – Setec, por sua vez, aponta que o MNEPI Linha 20 teria obtido a melhor nota comercial por meio de um artifício, o de ter considerado uma mesma equipe de técnicos para produzir os projetos das duas partes da Linha 20-Rosa.

O Metrô dividiu a licitação em dois blocos, o primeiro entre as estações Santa Marina e Abraão de Morais e o segundo a partir dela até Santo André.

Os dois blocos têm um cronograma de execução paralelo, o que exigiria duas equipes diferentes, mas o consórcio derrotado alega que o MNEPI Linha 20 apenas considerou um pequeno grupo de 10 profissionais, insuficiente para dar conta da demanda dos trechos.

Tabela que mostraria que o consórcio vencedor fez propostas muito baixas, até mesmo que o orçamento do Metrô
Tabela que mostraria que o consórcio vencedor fez propostas muito baixas, até mesmo que o orçamento do Metrô

Como prova, o Sener Setepla – Egis – Setec mostra cálculos em que as propostas financeiras do rival estão bem abaixo do orçamento do Metrô e da média dos valores dos quatro concorrentes (participou ainda o Consórcio Projetista L20, da Systra).

O consórcio pede que o MNEPI Linha 20 seja desclassificado em um dos dois blocos do ramal.

Base para a concessão do ramal à iniciativa privada

O projeto básico da Linha 20-Rosa é necessário para que o governo do estado possa modelar a futura concorrência para concessão do ramal à iniciativa privada, que deverá construí-la e operá-la.

A comissão de licitação deve levar algumas semanas para revisar os documentos e acatar ou não os recursos, sob risco de ainda ocorer algum tipo de ação na Justiça caso um dos consórcios considere que a decisão administrativa não foi justa.

Em nota, o Metrô lembrou que o recurso administrativo é algo de praxe em licitações e que irá retomar a licitação assim que julgar as alegações. Veja íntegra:

O Metrô esclarece que suspendeu a licitação para contratar o projeto básico da Linha 20-Rosa, para a análise de recursos das empresas participantes. O certame está justamente na fase de recurso, que é um instrumento obrigatório pela lei de licitações públicas, permitindo o manifesto de todos os participantes e ampliando a lisura do processo, que será retomado após essa etapa.

 

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  1. Sinceramente, a gestão atual do metrô está péssima no quesito licitação, não avançam direito com nenhum certame!

  2. Quaisquer Linhas de Metrô como a 19-Celeste, 20-Rosa entre outras levam no mínimo quinze anos para entrar em operação parcial e serem concluídas e começar a entrar em operação parcial, é mais ágil e econômico estender e modernizar as operantes, lembrando que o mandato é para 4 anos, e o seu “sucessor não costuma dar continuidade em obra que não é sua” porem agem como fossem eternos e seu sucessor dará continuidade, a prática comprova que nunca é isto que ocorre!
    Por exemplo quando o Alkmin se estava decidido que se iniciaria a Linha 18-Bronze e cancelaria a Linha14-Onix, o Doria quando estava em campanha até surgiu em inúmeros ‘Out-doors’ abraçado com o Orlando Morando prefeito de São Bernardo e esposa Carla no lançamento do Monotrilho, após tomar posse, cancelou a Linha mesmo se propondo a pagar uma multa absurda para o consórcio VEM ABC para lançar o BRT da Metra, e relançou a Linha 14-Onix Pirelli Guarulhos, e uma nova Linha que correria em paralelo ao Linha Integradora-710, a Linha 20-Rosa cruzando Lapa e terminal Santo André como compensação, já em 2021 foi definido que não adentraria no ABC somente no trecho Santa Marina São Judas, foi considerado prioritário, e recentemente o Rodrigo Garcia cancelou o trajeto da Linha 17-Ouro até Paraisópolis e depois alertado do erro que prejudicava sua campanha eleitoral voltou atrás.

    1. Primeiro que nenhuma das operantes atende o trecho das novas linhas, segundo, as regiões que seriam integradas na rede – vide.Guarulhos com a L19 – ficam a ver navios? É possível fazer as obras em paralelo, as próprias linhas 2 e 6 já mostram isso…

      1. Com as inumeráveis postergações além destas obras físicas os gestores veem colecionando fracassos com sucessivos erros de planejamento ignorando o “Plano Diretor”, divulgando, iniciando e interrompendo a execução de novas linhas Metrô em detrimento da CPTM de forma concomitante sem concluir as que estão iniciadas, invertendo prioridades, fazendo politicagem com os projetos, desperdiçando o dinheiro público com concessões afoitas, priorizando TIC em detrimento dos Trens Metropolitanos tais explanações podem ser comprovadas em diversas atitudes descabidas.
        Não precisa ser um expert para perceber que político age como se fosse uma biruta, divulgando prioridades de empreendimentos de acordo com suas conveniências já se estão preparando um trampolim político no financiamento das próprias campanhas políticas nas concessões afoitas, e não na mobilidade e o bem-estar da população.
        Por fim, ainda há a questão da Câmara de Compensação – embora este Governo perdulário negue que nunca vá assumir isto, ela não é eterna ou permanente, com tantos operadores para pegar sua fatia, já se caminha velozmente para uma situação caótica de insolvência na qual o Estado subsidia as concessionárias privadas gastando mais do que usava nas estatais, principalmente se for conceder as linhas que essas empresas já operam, pois o aumento de usuários devido às contrapartidas dos contratos nunca será o suficiente para equalizar essa balança, prejudicando o erário e os contribuintes.

  3. e impressionante como governo de sp se esquece do povo do grande abc no transporte isso vem desde o governo dória passando pelo Tarcísio que não sabe nada de metrô só sabe privatizar e dinheiro os sábios metrô e viamobilidade cadê o monotrilho do abc e agora mais um linha 20 cancelaram vão voltar nisso não vai acabar como monotrilho do abc e um descaso do grande abc governos só querem dinheiro status

  4. Nunca esquecer do Alckmin e do governo de esquerda do PSDB em SP de 1995 até 2018 e depois de 2019 até 2023…ou seja, 27 anos de esquerda governando SP.

  5. Desculpe, mas esse tipo de matéria mais confunde o leitor do que esclarece. É uma não notícia, isso ocorre em toda licitação, é algo previsto em qualquer edital, praxe.

    1. Olá Bruno, discordo educadamente de você. Embora seja previsto no edital, não é uma regra ocorrer um recurso administrativo. E isso tem impacto no cronograma, ou seja, pode trazer reflexos para a implantação. Muitas vezes não dá em nada, mas há vários casos em que o Metrô ficou meses tentando chegar em um entendimento sobre um recurso.

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