Algo que já era notório há anos tornou-se realidade: sem nenhum interesse em seguir no projeto, o consórcio Monotrilho Integração, responsável pelo principal contrato da Linha 17-Ouro, formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida e também a fabricante de monotrilhos Scomi, da Malásia, teve o contrato rescindido pelo Metrô. A informação foi divulgada nesta manhã pelo jornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo e confirmada pelo Metrô ao site.
“O Metrô abriu ontem processo para rescisão do contrato com o Consórcio CMI – responsável pela implantação da Linha 17 – Ouro. Nos últimos 2 anos foram feitas várias tratativas para a retomada das obras do monotrilho. Já foram abertos mais de 17 processos administrativos pelo atraso das obras, entre vários problemas. O consórcio tem 5 dias para apresentar defesa prévia“, explicou a companhia.
Segundo a reportagem, o Metrô alegou que a Scomi faliu, embora essa informação não exista oficialmente. Na prática, o consórcio Monotrilho Integração já havia comprometido o andamento do projeto há muito tempo. Desde o surgimento da operação Lava Jato e a crise econômica que afetou o país e reduziu os recursos financeiros no estado, a obra da Linha 17 encolheu: deveria ter quase 18 km, mas a gestão Alckmin somente seguiu com a fase 1 com pouco mais de 7 km, trecho mais focado em atender o Aeroporto de Congonhas.
Licitada de forma atabalhoada, a obra começou pelas vias para bastante tempo depois ter as estações e o pátio iniciados. Nesse meio tempo surgiram imprevistos como o acidente com uma viga-trilho que paralisou os trabalhos por muitos meses. Problemas com ciclistas que usam a ciclovia da CPTM também obrigaram o consórcio a construir outra via do outro lado do rio a fim de liberar o trecho original para as obras das vias paralelas à Linha 9-Esmeralda.
A grande questão, no entanto, foi a suspensão dos trechos 2 e 3 da obra que passariam pela região do Morumbi de um lado e até o Jabaquara do outro. Ambos dependiam de um trabalho conjunto com a prefeitura que precisava construir avenidas por onde o monotrilho seria erguido. Foi quando ficou claro que o trajeto da Linha 17 era extremamente complicado. Passava ao lado de cemitérios, condomínios e córregos que dificultaram sua execução. Além disso, moradores de algumas regiões protestaram contra sua construção.
No fim, sem dinheiro, o governo do estado resolveu congelas esses trechos e que estavam previstos no contrato com o consórcio Monotrilho Integração. Foi então que Andrade Gutierrez e CR Almeida, que também venceram as licitações de quatro estações e também do pátio de manutenção tentaram reajustar seus contratos sem sucesso. Desde esse momento, o grupo resolveu sair de cena, mas o Metrô tentou evitar a rescisão o que levou a disputa aos tribunais.
A Scomi, que mantinha interesse no projeto, chegou a assumir projetos de sistemas e garantir sua parte, porém, todas as promessas da empresa ficaram no papel. Nenhum trem chegou a ser construído seguindo as especificações do Metrô muito menos as fábricas no Brasil fizeram algo além de soldar as caixas de alguns vagões.
Trens e sistemas
A rescisão era algo esperado diante da situação que passa a obra. O gargalo, que era o pátio de manobras, agora envolve a instalação de sistemas e fabricação dos trens. Sem a Scomi, que já havia desistido de fornecê-los, o governo do estado procura um novo fornecedor que seja capaz de adaptar seu projeto às vigas-trilho da empresa malaia. Embora esse não seja um grande problema, exigirá tempo até que a instalação de sistemas variados comece a ser realizada para que os testes comecem.
Quanto ao trabalho da Andrade Gutierrez e CR Almeida, restava pouco a fazer. A empresa deveria ter lançado vigas-trilho no trecho da Marginal Pinheiros além de fornecer esses elementos para o pátio. Já as estações são hoje a parte mais tranquila, com cronograma em dia a ponto de o Metrô ter prorrogado suas entregas por conta dos atrasos de outros canteiros de obras.
O grande desafio agora será acelerar os trabalhos para que a linha, que começou a ser construída em 2012, entre em operação antes que complete 10 anos de obras, um escândalo de incompetência e descaso, sem dúvida.
Atualizado às 19h00 com informações enviadas pelo Metrô.
A situação já era visível, apenas algumas das frentes de obra funcionando, com boa parte abandonada há tempos. Só botaram o último prego no caixão.
São tantos contratos porcos e mal feitos, prioridades ignoradas, obras e projetos que deixam a desejar em eficácia, marketing eleitoreiro de sobra… PSDB simplesmente não consegue levar a sério o transporte sobre trilhos de SP. E aguardemos 2022, pra ver Covas governador e Dória presidente.
“PSDB simplesmente não consegue levar a sério o transporte sobre trilhos de SP”.
Penso exatamente igual a vc Rafael, nunca levaram a sério mesmo e isso desde os primordios basta lembrar do que fizeram com a FEPASA acabando com o transporte de passageiros pelo interior do estado, de maneira propositalmente predatória.
O sonho do partido é lotar a cidade de õnibus, basta ver a ideia “genial” de transformar o projeto da linha bronze de monotrilho em BRT.
Felipe pare de falar bobagem a antiga Fepasa tinha nos corredores dos trens buracos enormes tampados com maderite diferente de hoje que temos 85% da frota da CPTM com AR condicionado e as estações em sua grande maioria ja reformadas e adapitadas para pessoas especiais não e ainda o ideal pois queremos 100% mais neste momento e o possivel pare de falar bobagem seu mala.
Mala é vc,seu babaca, até agora não havia ofendido ninguém.
Mas vc é puxa saco do PSDB e de toda corja, tapa os olhos para realidade, ou simplesmente mesmo sabendo de tudo prefere defender cegamente o partido, não é a primeira vez que vc faz isso outro dia vc estava comparando a Linha Amarela do Metrô com as demais.
Estou falando dos trens que serviam o interior do estado e não do metropolitano, só vc prestar um pouquinho de atenção.
Ricardo,
Esse traçado do monotrilho passando pelo Morumbi seria subterrâneo? Ou todo o traçado (fase 1, 2 e 3) é por via elevada?