Com o caixa em baixa e vários projetos de concessão planejados pelo governo do estado, o Metrô e a CPTM devem repassar à iniciativa privada parte do escopo das duas empresas, conforme publicação no Diário Oficial. Enquanto o Metrô planeja conceder a administração de 17 terminais rodoviários anexos às suas estações, a CPTM prepara uma licitação para contratar o serviço de manutenção preventiva e corretivas dos seus trens mais modernos.
Como ainda são estudos, ambos terão audiências públicas realizadas em breve: o Metrô convocou os interessados em discutir o assunto nesta quinta-feira (22) no Instituto de Engenharia na Rua Dr. Dante Pazzanese, 120. Já a CPTM marcou a audiência para o dia 5 de outubro no auditório do seu Centro de Treinamento e Desenvolvimento, na Lapa (Avenida Raimundo Pereira de Magalhães nº 1000). A ideia aparentemente é reduzir os custos de manutenção e mão de obra hoje realizados com pessoal e insumos próprios.
40 anos para explorar
O projeto do Metrô envolve os terminais localizados ao lado de 13 estações, quatro na Linha 1-Azul (Parada Inglesa, Santana, Armênia e Ana Rosa) e 13 na Linha 3-Vermelha (Artur Alvim, Patriarca Norte, Vila Matilde Norte, Penha Norte, Carrão Norte, Carrão Sul, Tatuapé Norte, Tatuapé Sul, Belém Norte, Belém Sul, Brás, Barra Funda Sul e Barra Funda Turística). Juntos eles movimentam quase um milhão de pessoas por dia. A premissa para o proponentes é a de manter o funcionamento desses terminais, mas explorá-los comercialmente conforme o concessionário considerar mais interessante. Ou seja, a hipótese mais provável é de que edifícios comerciais como shoppings, hotéis e prédios de escritórios sejam erguidos nesses terrenos sem no entanto que as paradas de ônibus sejam retiradas.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o Metrô espera obter vantagens com o novo plano diretor da cidade que prevê benefícios fiscais para quem construir em bens que são reversíveis ao poder público – a empresa trabalha com um tempo de concessão de 40 anos.
A busca por receitas não tarifárias parece ter virado prioridade em ambas empresas. O Metrô já participa de alguns empreendimentos ao lado de estações e recebe uma parte do faturamento desses shoppings. Já a CPTM divulgou recentemente a intenção de licitar uma área ao lado da estação Brás para a construção de um shopping e de um hotel.
Manutenção auxiliar
A CPTM, por sua vez, prepara uma licitação para terceirizar parte da manutenção dos seus trens mais recentes e que devem permanecer frota após a renovação por que passa a empresa. Para isso, a companhia quer que um parceiro privado assuma o trabalho de manutenção corretiva e preventiva dos trens das Séries 2000, 2070 (2000 fase II), 2100, 3000, 7000, 7500, 8500, 9000 e 9500 – estes últimos os mais recentes recebidos na frota.
A medida dá entender que o setor seria terceirizado, porém, consultada, a asssessoria disse ao blog que esse trabalho já é em parte feito por empresas privadas e que a nova licitação só renova esse serviço. No entanto, hoje o serviço feito por entre privados é bem mais restrito, envolvendo algumas séries específicas.
boa notícia, muito boa! parabéns RICARDO.
A manutenção dos trens da CPTM, já nem inclui a frota 8000, considerando que a mesma vai junto pra iniciativa privada?