Metrô mantém desclassificação de consórcio nas obras de adequação da Avenida Ragueb Chohfi

Consórcio formado pelas empresas Coesa e Álya, que foi o único a entregar proposta para o certame da Linha 15-Prata, teve o valor considerado muito alto pelo Metrô e decidiu entrar com recurso contra a decisão
Trecho da Avenida Ragueb Chohfi que precisará ser alargado para que o monotrilho possa ser implantado (iTechdrones)

O Consórcio Expresso Ragueb teve o recurso administrativo negado pelo Metrô de São Paulo, que manteve a decisão de desclassificar a proposta feita por ele na licitação de adequação viária da Avenida Ragueb Chohfi, parte da extensão da Linha 15-Prata.

Formado pelas empresas Alya Construtora e a Coesa Construção e Montagens, o consórco foi o único a participar da sessão de entrega de propostas, realizada em dezembro.  O grupo pediu R$ 250,6 milhões para realizar o serviço, que envolve preparar a Avenida Ragueb Chohfi para receber as vias do monotrilho após Jardim Colonial. O Metrô também incluiu algumas mudanças viárias na região do Pátio Oratório e próxima à estação São Mateus, na chamada “Baia de regulagem”.

No entanto, o Metrô considerou o valor muito elevado comparado ao orçamento feito para a obra, de cerca de R$ 183 milhões, e por isso desclassificou a proposta, mesmo com a redução oferecida pelo consórcio, que concedeu um desconto de 2,8%. “Considerando que sua proposta ainda permanece cerca de 33% acima do orçamento metrô atualizado para base da proposta, a redução foi insuficiente para sua classificação”, disse a companhia na ata da sessão.

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Não satisfeito, o consórcio entrou com recurso administrativo em janeiro, alegando que os preços oferecidos estão alinhados com os praticados pelo mercado. A empresa instou o Metrô a assinar o contrato por conta do impacto em outros projetos como o da construção das estações Boa Esperança e Jacú Pêssego, que não poderão ser abertas sem que ocorra a adequação da Avenida Ragueb Chohfi.

Em vez de apontar aspectos factuais, o consórcio afirmou ter feito um “estudo aprofundado” para entregar uma proposta “de forma muito minuciosa”. A Coesa e a Álya ainda reclamaram que a proposta não deveria ter sido desclassificada por estar acima do orçamento do Metrô.

As mudanças na avenida Ragueb Chohfi (CMSP)

“Falácia”

Na decisão em que negou provimento ao recurso do Consórcio Expresso Ragueb, o Metrô  foi categórico a afirmar que “não é obrigado a aceitar uma proposta acima do orçamento estimado”.

“O recorrente [consórcio] usou um preceito válido para criar uma falácia; tanto o artigo da Consultoria Zênite quanto a doutrina do Professor Joel tratam da seguinte situação: nos casos onde é possível a apresentação de lances, caso do pregão eletrônico, é permitido que a Comissão de Licitação negocie com o licitante para obter ‘a redução do preço, em montante que atenda ao orçamento da Administração’, o que é permitido, mas sempre buscando valores do orçamento estimado, ou, se esse objetivo não for atingido, o certame será fracassado ou revogado”, explicou o parecer jurídico da companhia.

“Portanto, por não ter apresentado proposta abaixo do orçamento estimado, a desclassificação do recorrente foi válida, atendendo todos os requisitos do edital e da legislação aplicável”, concluiu o documento.

Estação Ipiranga da Linha 15: mesmo consórcio foi o vencedor da licitação com proposta de quase R$ 500 milhões (CMSP)

Contratos polpudos

As empresas Coesa e Álya estão à frente do Consórcio CEML, que foi responsável por implantar grande parte da Linha 15-Prata, incluindo o fornecimento dos trens de monotrilho. As duas empresas também venceram a licitação de construção da estação Ipiranga, com uma proposta de quase R$ 500 milhões e que deve ter o contrato assinado em breve após o Metrô negar recurso a um consórcio concorrente.

Com a desclassificação do consórcio, o Metrô deverá relançar a licitação na esperança de encontrar mais interessados. Chama a atenção, no entanto, o valor elevado do serviço, que equivale a cerca de 36% do custo para construir uma estação (Ipiranga) e vias elevadas para ligá-la à estação Vila Prudente. O Consórcio Expresso Ragueb, no entanto, pretendia executar o projeto de mudança de um trecho de avenida cobrando metade do que pediu para vencer a licitação de Ipiranga.

Embora usado como argumento para convencer o Metrô a aceitar sua proposta, o atraso na readequação da Avenida Ragueb Chohfi pode realmente impactar na abertura da extensão já que sem as mudanças no viário não há como implantar as colunas e vias do monotrilho.

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  1. Eles deveriam acrescentar mais uma faixa, deixando assim 3 por sentido de trafégo, esse trecho é muito movimentado e tem apenas 2 faixas, ja q vão ter q alargar, é melhor deixar bem maior

    1. Aumentar faixas não resolve o problema. Criar mais faixas só resolve o problema por um curto período de tempo. Um exemplo são as faixas que adicionaram na Marginal Tiete que não resolveu o problema do transito. O nome disso é Induzir Demanda

      1. Eu moro na região e posso dizer q vai dar uma aliviado no trânsito sim, uma vez fiquei quase uma hora no trecho entre Boa Esperança e Iguatemi, talvez como vc disse não resolva por completo mais ja ajuda

  2. O Metro esta equivocado. Só o tempo que vai demorar pra conseguir outra empresa, os materiais de construção (feero e cimento) vão aumentar mais que esse percentual, que poderia ser negociado.
    Infelizmente que vai ser prejudicado é a população e toda a região com a demora e transtornos.

    Pra mim o Metro errou

  3. Nessa região deveria ser o metrô convencional que tem capacidade para transportar mais pessoas.
    O Monotrilho não vai dar conta dessa demanda da Cidade Tiradentes até Vila Prudente.

    1. Não tinha como fazer um metrô convencional, o monotrilho era o único modal viável, talvez qnd a linha 16 – Violeta estiver pronta ele chegue a CT, pq ai a demanda vai ser menor

  4. A empresa Coesa deveria estar proibida em participar de qualquer projeto estatal devido a incompetência mostrada na Linha 17 Ouro.

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