Metrô mantém vivo projeto de levar a Linha 15-Prata até a estação Ipiranga

Licitação de 2014 que prevê a execução do projeto básico recebeu o oitavo aditivo em setembro e deve ser finalmente iniciada
Monotrilho da Linha 15: suspenso indefinidamente (GESP)

De um projeto com 19 estações e cerca de 28 km, a Linha 15-Prata deve terminar o ano com 10 estações e 13 km de extensão, aproximadamente. Em 2021, ela ganhará a estação Jardim Colonial, ampliando sua extensão em pouco mais de um quilômetro, mas bem longe dos planos originais. Na gestão de Geraldo Alckmin, as fases posteriores que previam a chegada na região de Cidade Tiradentes acabaram sendo congeladas por falta de recursos, além de problemas com a falta de duplicação da avenida Ragueb Chohfi.

Mas já existem indícios de que a gestão Doria pode retomar parte dessas obras. O primeiro deles é a inclusão de mais duas estações após Jardim Colonial nos planos do governo e o outro envolve a ligação da Linha 15-Prata com a Linha 10-Turquesa na atual estação Ipiranga da CPTM.

Sua inclusão no projeto ocorreu há cinco anos como forma de distribuir a demanda que poderia se concentrar apenas em Vila Prudente. Ao ligar o ramal à Linha 10-Turquesa da CPTM, o Metrô conseguirá facilitar o acesso à região central e ao ABC. Além disso, há estudos para levar a Linha 5-Lilás de Chácara Klabin até o Ipiranga, com mais três estações. Se esse cenário um dia se confirmar boa parte dos passageiros que hoje usa a Linha 2 para chegar à Zona Sul da capital poderia fazer essa conexão de forma direta.

Por essa razão, o fato de o Metrô ter mantido vivo desde 2016 um contrato com a empresa Planservi Engenharia para execução do projeto básico da estação pode ser considerada uma boa notícia. A companhia assinou o oitavo aditivo no começo deste mês para que o contrato continue valendo apesar de tanto tempo passado e reconheceu que ela está nos planos: “estamos tomando as providências para retomada do contrato e conclusão dos projetos até a estação Ipiranga”, afirmou o Metrô em nota enviada ao site.

Estação Ipiranga da Linha 10: com pouco mais de 10 mil usuários por dia, parada da Linha 10 pode ganhar mais conexões no futuro (Alexandre Giesbrecht)

Outro contrato retomado pelo Metrô diz respeito à segunda fase da Linha 17-Ouro, que prevê sua ligação com a Linha 1-Azul no Jabaquara. A companhia reduziu o valor do contrato e autorizou o reinício dos serviços com a empresa EBEI para a execução do projeto básico das estações Jabaquara, Hospital Sabóia, Cidade Leonor, Vila Babilônia, Vila Paulista e Jardim Aeroporto e Congonhas, essas duas últimas hoje já em obras.

Assim como no monotrilho da Linha 15, também o ramal na Zona Sul depende de intervenções do poder público para recuperar um córrego, realocar famílias que moram em condições precárias, além de desapropriações. Nesse caso, porém, a companhia diz que o trecho não está ainda no horizonte: “o Metrô está empreendendo esforços na conclusão do trecho de 7,7 km ligando o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi.”

 

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  1. Mais do que necessária essa conexão. Ajudará a distribuir o fluxo e evitar um problema recorrente nas linhas metroviárias de SP: o ramal inteiro com poucas conexões com as demais linhas. Claro que isso é decorrente de uma carência de investimentos em expansão no setor, fazendo com que apenas agora as linhas tronco sejam tiradas do papel.

    Quanto a esta nova estação, deveria ter sido feita desde o início. Vila Prudente não dar a conta, no curto prazo, do fluxo de passageiros. Além do mais, a linha 2 – Verde já vai sair totalmente lotada da Vila Prudente nos horários de pico, dificultando o embarque em outra parada bem movimentada por ser o único ponto de conexão no ABC: Tamanduateí.

    Agora é torcer para que os avanços ocorram rapidamente, de forma até mesmo a ajudar a melhorar o entorno da estação Ipiranga, a qual vejo com poucos usuários devido a seu acesso horrível e o entorno com muitas indústrias abandonar, dando um ar muito grande de insegurança a qualquer um.

  2. O governador só falta construir um B.R.T do jardim colonial até cidade Tiradentes e ainda dizer que é a continuação da linha 15 prata.

    1. O povo de São Mateus e Tiradentes é mais engajado em lutas sociais do que o do ABC em decorrência da ausência do Estado na região, então se vierem com essa história, vai ter muita manifestação, piquete em canteiro de obras e muita dor de cabeça aos inconsequentes que vierem com esse embuste.

      1. Creio que além de expandir a linha 15 para o Ipiranga,creio que o governo estadual em conjunto com a prefeitura deveria estudar a possiblidade de converter o Expresso Tiradentes em um VLT para servir de extensão operacional para linha prata para dar mais uma alternativa para acessar o centro de São Paulo

  3. Vai ser lindo quando o Monotrilho e a Linha 5 Lilás chegar ao Ipiranga, e tenho grandes esperanças que um dia chegue pois com a expansão do Monotrilho ao Colonial (e vistas de mais duas adiantes no médio prazo e quem sabe até Hospital Tiradentes num futuro mais distante) e a expansão da Linha 2 Verde até a Penha, se tornará emergencial ligar a Linha 5 e a linha 15 ao Ipiranga para desafogar a linha 2 Verde que certamente ficará tão saturada ou até pior que a atual linha 2 vermelha, haja vista que boa parte dos usuários da vermelha que trabalham na região da Paulista, Jabaquara e Moema passarão a pegar a linha verde na Penha.

    E me parece que conectar essas “pontas” nem é algo tão complicado, ao menos comparado com outros projetos de linhas que o Metrô quer tirar do papel a partir do zero. Claro que sob o meu olhar de leigo, e posso estar errado, mas sinto que expandir linha que já existe é mais “tranquilo” do que construir linha que ainda não existe.

    Enfim, essas conexões sendo feitas, a mobilidade de São Paulo levará mais dignidade e qualidade de vida ao povo dessa fatia sul da Zona Leste que é tão sofrido e esquecido pelo poder público.

  4. Ainda sonho com o dia que anunciarem que o expresso tiradentes vai ser substituído pela L15. Se a expansão até o ipiranga ainda ta de pé ta na hora do governo começar a pensar em melhorias pra L10, nem que uma das soluções seja concede-la.

  5. Seria uma boa se a estação do FURA-FILA de Ipiranga fosse feita também, daí teríamos uma superintegração em Ipiranga.

    Aliás, meu sonho era que o FURA-FILA fizesse as três estações que falta (Luís Gama, Cipriano Barata e Ipiranga), fosse estendido além do Terminal Mercado até a Armênia (com estações “Mercado Municipal”, “PARI”, “Cruzeiro do SUL” e “Armenia”) e fosse convertido a VLT e entregue ao metro.

    Assim, poderíamos usar a região do Terminal Mercado como pátio, além do trecho entre a linha principal e a estação Vila Prudente (aquele pequeno trecho poderia ser convertido para um “pátio” ou área de estacionamento de alguns trens, se a engenharia permitisse) e assim teríamos uma linha bem interessante: integração com a linha 2 em Sacomã; integração com a linha 15, 10 e 5 em Ipiranga; integração com a linha 3 em Pedro II; Integração com a linha 4 em PARI; integração com a linha 1 em Armênia.

    uma linha dos sonhos e quase toda já feita !! (estações e área rodante já existe, faltaria só a estações não feitas e a extensão até Armênia, o pátio e os trilhos e a energização, enfim).

  6. Aproveitando o ensejo sobre essa possível futura expansão da Linha 5-Lilás até Ipiranga, eu iria mais longe: puxaria esta linha mais uns 2 km mais ou menos além de Ipiranga, em linha [quase] reta, e faria a Linha 5 terminar na futura estação ORFANATO, encontrando-se, portanto, com a Linha 2 novamente (aliás, desse modo, este é o trajeto mais curto para encontrar esta linha mais uma vez).

    Assim, se for passar pela L5, então não só quem estiver nas linhas 15 e 10 será beneficiado, mas também todo mundo que estiver vindo pela L2 entre Guarulhos (Dutra) e Orfanato, e de quebra se diminui o carregamento da L2 justamente uma estação antes de explodir a sua demanda, ou seja, no trecho que será CRÍTICO (eufemismo para caótico): entre Vila Prudente e Paraíso.
    Será que nunca cogitaram isso? Seria incrível do ponto de vista da rede. Mas garanto que, mesmo assim, a Linha 2 continuaria superlotada nesse cenário, porém, obviamente, menos do que se for obrigar todas as pessoas do trecho entre Dutra e Orfanato a baldear só em Klabin, passando pelo trecho que será bem crítico da L2 (citado acima).

    Tudo isso seria parte de um conjunto de ações para evitar que a Linha 2-Verde se torne a mais insustentável da rede em termos de lotação.

    A partir do momento em que se cria um problema (aliás, bem grave), tem de se criar as soluções também. Não é só puxar uma linha (por sinal, a um custo bem alto) e dizer: “gente, agora a Linha Vermelha ficou bonitinha para vocês usarem”, mas ao mesmo tempo não estar nem aí se o passageiro da Linha 15 (e o da L10 então?!) vai ter problemas sérios para seguir viagem pela Linha 2 futuramente.

    Em termos de rede metroferroviária, há um vazio entre a Linha 3 e a Linha 15 em uma boa porção da zona leste (principalmente a parte mais longe do centro) que vai continuar sem ter um atendimento mais facilitado por essa rede mesmo após a expansão da Linha 2. Uma nova linha nesse trajeto (que antes era a extensão leste da Linha 6, mas depois foi aparentemente substituída pela talvez futura Linha 16-Violeta) seria muito melhor para a zona leste como um TODO do que essa “simples” esticada da Linha Verde, pois a nova linha levaria o metrô para mais perto de muito mais bairros e, por si só, também daria sim uma BOA aliviada no carregamento da Linha 3 sem precisar matar a Linha 2 para tal. Só que do jeito que decidiram fazer, não vai ter “ganha-ganha”, mas sim “ganha-perde”, isto é, para resolver o problema de alguns, outros terão de pagar o preço. Mas vai convencer alguém (que será beneficiado) disso tudo… Já li coisas do tipo: “se a Linha 3 aguentou superlotada/saturada por todos esses anos, então a Linha 2 também vai conseguir”. Enfim, nessas horas prefiro o silêncio, até porque o egoísmo humano me dá preguiça!

    1. Caro Victor, boa tarde!

      A tua análise é perfeita!

      De fato, haverá uma necessidade futura de levar a L5 ao Orfanato para desafogar Vila Prudente.

      Sobre o “miolo” periférico da zona leste que não será contemplado com a expansão da L2, eu tenho uma teoria que certamente soará absurda para muitos (ou não), mas a gente tem o dom da imaginação que nos faz concatenar hipóteses: o traçado da expansão da L2 beneficia exclusivamente bairros mais nobres e de classe média alta/média da Zona Leste (Orfanato, Vila Formosa, Anália Franco, Guilherme Giorgi etc). Há anos que cogito a hipótese (que por si caminha no plano das ideias hipotéticas) de que os mandatários das últimas duas décadas colocaram em prática uma certa política higienista na expansão da rede de Metrô.

      Depois de Mário Covas, nunca mais se expandiu Metrô pesado às regiões mais periféricas da cidade (regiões cujo IDH-M está abaixo de 0,700).
      A linha verde bem poderia ter seguido até São Mateus pois assim reverteria consideravelmente o fluxo de pessoas que se deslocam todos os dias à L3.
      Vejam, São Mateus e Sapopemba são, respectivamente, 2º e 3º distritos mais populosos da Zona Leste ((dados da Prefeitura de São Paulo ) perdendo apenas para Itaquera que já é muito bem atendido pela rede metroferroviária) e estão no top 5 dos distritos mais populosos da capital.

      Ou seja, apenas Sapopemba e São Mateus formam um conjunto de pouco mais de 1,1 milhão de paulistanos.
      Obviamente que não são todos esses que usam diariamente a rede, mas digamos que certamente seriam muito melhor atendidos por uma rede de Metrô pesada, assim passariam a pegar o Metrô na porta de casa ao invés de se deslocar massivamente à L3 como em larga medida ainda o fazem hoje.

      Ok, há o Monotrilho L15, mas, com ele, a capacidade de transporte caiu pela metade comparada com a capacidade do metrô pesado, ou seja, ele já nasce saturado ao chegar em São Mateus, e ainda há o trecho até Tiradentes que ainda nutro alguma esperança que algum dia se concretize (ao menos até o pátio Ragueb para dar mais dinâmica no carrossel: duplicaria o número de trens por um lado sem aumentar o número de usuários pois quem mora na região da Ragueb se deslocará ao monotrilho de qualquer forma (por meio de ônibus), portanto, estender até a Jacú-Pêssego é uma questão humanitária que pouco contribuirá com o aumento da saturação da linha (pelo contrário, aliviará, como disse, em decorrência do pátio Ragueb e consequentemente mais trens que percorrerão um trecho maior).

      A partir disso, a gente passa a ligar alguns pontos: estaria o governo a partir do fim do mandato do Mário Covas colocando em prática uma política de não facilitar a ida dos mais pobres às regiões mais ricas da cidade?
      Parece-me bem típico daquela elite paulista rastaquera e mesquinha que tem nojo de pobre e com isso segrega desde sempre (vide quartinho de empregada e “elevador de serviço”, duas vergonhas sui generis do Brasil).

      Sei muito bem (pois convivi boa parte da vida entre as duas realidades) que há uma certa elite paulista que se sente “atacada” quando vê pobre se dando bem na vida, como se desenvolvimento humano fosse uma exclusividade de quem nasceu em meio as oligarquias locais. (Esse comportamento tem diminuído consideravelmente, mas estou falando de dez, vinte, trinta anos atrás quando essas linhas foram pensadas e projetadas).

      E todos nós sabemos que quando o Metrô é feito, toda a região se desenvolve em pouquíssimo tempo. Vide Vila Prudente, 10 anos atrás era um bairro de classe média baixa impermeado de favelas e comunidades. Hoje parece uma expansão de Pinheiros.

      Veja, não é paranoia ou coisa do tipo, basta olhar aos distritos pelos quais a L2 passará: a densidade dessas regiões é a metade ou menor do que a metade da densidade das regiões mais distantes e pobres como São Mateus e Sapopemba.
      Imagina como deve ter ficado horrorizada essa elite ao cogitar a hipótese de ver gente pobre de São Mateus chegar na Paulista em pouco mais do que 30 minutos com apenas 1 catraca?

      Ah, mas há a promessa de desafogar a L3, certo?

      Como bem disseste o Victor e colegas, qualquer linha que se expanda nesse miolo da Zona Leste diminuiria consideravelmente o fluxo da L3. Quem mora na região sabe muito bem que o único acesso ao Metrô sempre foi pela linha 3. Cortasse paralelamente a ZL com outra linha, resolveria boa parte do problema.

      Depois, ligasse a L3 com a L2 e demais linhas da região por meio de algum monotrilho para escoar a massa que partisse da L3 que fosse às regiões mais ao sul da capital.

      Enfim, fui muito longo, mas como frequentemente diz Carlos Andreazza em suas análises políticas, “há método”.
      Há a probabilidade de eu estar fantasiando demais, por mais que desde Covas não se tenha planejado nenhuma linha de metrô pesado às regiões mais pobres e periféricas da capital, a não ser agora, depois de duas décadas, com Vila Sônia, 1 única estação que saiu mais pela conveniência de estar próxima da final da L4 do que por outra coisa.

      São apenas conjecturas, mas que certamente geram um bom debate sobre o impacto social e o poder de mitigação das desigualdades sociais que há no momento de projetar uma linha de Metrô pesado.

      Abraços.

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