O Metrô de São Paulo finalmente formalizou a rescisão unilateral do contrato de obras civis remanescentes da Linha 17-Ouro junto ao Consórcio Monotrilho Ouro. O termo foi publicado pela companhia nesta sexta-feira, 19, após envio de carta à empresa em 9 de maio.
Formado pelas empresas KPE e Coesa Engenharia, o consórcio iniciou os trabalhos em dezembro de 2020 e deveria ter concluído a construção de sete estações (Aeroporto de Congonhas, Brooklin Paulista, Washington Luís, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan) e do Pátio Água Espraiada, além de serviços secundários.
O prazo oficial era justamente em meados de 2023, mas o que se vê ao longa das avenidas Roberto Marinho, Washington Luís e Marginal Pinheiros é um cenário para lá de conhecido: estruturas incompletas e abandonadas há mais de uma década.
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A Coesa Engenharia assumiu o contrato após uma longa disputa judicial em que conseguiu desclassificar a vencedora original, a Constran, alegando que a empresa não tinha condições de executar o serviço, orçado em cerca de R$ 500 milhões.
Mas logo que assumiu, a construtora, que é parte do que sobrou da famosa da outrora gigante OAS, mostrou pouco ímpeto. Em vez de resolver situações que se prologavam há anos como instalar coberturas nas estações, a Coesa realizou acabamentos e obras menores.
Sem fôlego financeiro, a Coesa ganhou a companhia da KPE, também derivada da OAS, já em julho de 2021. A promessa era acelerar os trabalhos, porém, com exceção do lançamento de vigas-trilho no trecho da Marginal, pouco se viu desde então.
O imenso Pátio Água Espraiada chegou a receber a cobertura metálica, mas que não foi concluída. O consórcio também fabricou vigas-guia no local, mas cujo serviço ficou pelo caminho.
Sem perspectivas de resolver a situação, a atual gestão decidiu rescindir o contrato. Em março, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que o Metrô buscaria outra solução, entre elas uma nova licitação, oferecer o serviço para a ViaMobilidade (que irá operar o ramal) ou convidar outros consórcios que participaram da licitação em 2019.
Multa e suspensão em novas licitações, mas após novo contrato assinado
Trata-se do terceiro grupo a assumir as obras de estações e pátio desde o início do projeto, em 2012. Inicialmente, o serviço estava a cargo do Consórcio Monotrilho Integração, mas que foi afastado pelo Metrô. Mais tarde, outro consórcio, o TIDP, ficou à frente do empreendimento, mas também não foi muito longe.
Logo que assumiu o cargo, o ex-governador João Doria (sem partido) determinou a rescisão do contrato e lançou duas licitações, de obras civis e de sistemas – esta última, após embate judicial, segue avançando com a empresa chinesa BYD.
A ironia da rescisão anunciada pelo Metrô é que nem KPE nem Coesa Engenharia poderão participar de novas licitações nos próximos dois anos, além de terem de pagar uma multa pelo não cumprimento do contrato. Na prática, no entanto, o grupo Coesa acaba de assinar contrato de meio bilhão de reais com o mesmo Metrô para construir a estação Ipiranga, da Linha 15-Prata.
Espera-se que a história na Zona Leste tenha um desfecho diferente do monotrilho da Zona Sul.
Depois de passar na mão de todas as construtoras do país, essa obra finalmente será acabada pelo seu Zé da esquina em 2.134.
Não deveria ser tratado com ironia, e sim gestão fraudulenta perniciosa ao Estado a rescisão de contrato anunciada pelo Metrô é que nem KPE nem Coesa Engenharia poderem participar de novas licitações nos próximos dois anos, além de terem de pagar uma multa pelo não cumprimento do contrato, e concomitantemente, o grupo Coesa acaba de assinar contrato de meio bilhão de reais com o mesmo Metrô para construir a estação Ipiranga, da Linha 15-Prata.
Com as inumeráveis postergações das obras físicas, os planejadores vem colecionando fracassos com sucessivos erros de planejamento ignorando o “Plano diretor”, divulgando e iniciando e interrompendo a execução de novas linhas Metrô em detrimento da CPTM de forma concomitante sem concluir as que estão iniciadas, invertendo prioridades, fazendo politicagem com os projetos, desperdiçando o dinheiro público, tais explanações podem ser comprovadas em diversas ocasiões.
O TCU-Tribunal de Contas do Estado e MPE-Ministério Público Estadual, deveriam ser mais atuantes, atentos e rigorosos investigando com lupa estas perniciosas licitações, concorrências e concessões que estão causando enormes prejuízos para o Estado, e não se deixar enganar por governantes e dirigentes demagógicos em que o discurso é um e a pratica é outra.
Acredito que essa foi a melhor solução diante da situação!
outra dúvida referente ao CBTC da linha vermelha, o último prazo divulgado 2 trimestre de 2023 , e não vi em nenhum veículo de comunicação, alguma nova informação ou atualização sobre esse cronograma tão importante
Simples de analisar, Eles abandonaram uma obra de de 500 milhões pra fazer 8 estações e vão receber 500 milhões pra fazer 1 estação a Ipiranga. Ou seja ou realmente estavam errados os valores ou pagaram muito por 1 estação
Essa obra, se não me engano, teve início em 2009, e até agora sem perspectivas de término. Não conheço muito a lei, mas será que não poderia contratar ou participarem da licitação empresas ou empreiteiras estrangeiras? Nem que fossem aqui da América Latina? Parece uma situação real que nenhuma empreiteira nacional tem interesse (braçal ou financeiro), fôlego (financeiro) ou mesmo Know-how pra terminar essa obra. A Acciona espanhola, por exemplo, está a todo vapor construindo essa linha laranja, que só não está mais adiantada, por um ou outro incidente e por alguma interrupção estúpida a que é submetida às vezes, como a linha 14 bis. Mas voltando a linha ouro, o governador que conseguir terminar essa linha no seu mandato, merece uma estátua. Ô linha “ziquenta”.
Só eu estou desconfiado de que a formalização da rescisão com a Coesa, com a sua subsequente suspensão, foi postergada propositalmente para dar tempo de assinarem o contrato bilionário da estação Ipiranga? Isso precisa ser investigado pois, caso isso seja um fato, quem organizou a licitação deveria saber que a Coesa iria ganhar a licitação da estação Ipiranga (ou ganhar algo com a sua vitória)…
Vem cá. Não seria a privatização que resolveria tudo ?? E porque 4 empresas levam 14 anos para construir a linha 17 Ouro e nunca terminam ??