Metrô tem de substituir pisos danificados de estação da Linha 17-Ouro

Construtora Agis, que assumiu obra em setembro, está retirando piso instalado anteriormente na estação Brooklin Paulista, segundo relatório
Pisos retirados da plataforma da estação Chucri Zaidan (CMSP)

Uma imagem e uma legenda do relatório de empreendimentos do Metrô de São Paulo mostram que as obras da Linha 17-Ouro não sofrem apenas com atrasos, mas também trabalhos desperdiçados.

Segundo a companhia, em janeiro a estação Brooklin Paulista passava pela “retirada de pisos danificados da plataforma”, mas não há informações sobre o motivo.

A imagem mostra funcionários da empresa Agis, que assumiu o contrato de obras civis em setembro passado, retirando dezenas de peças da plataforma central da estação, que até hoje não recebeu cobertura.

Mesmo sem uma razão conhecida, é fato que a necessidade de refazer um serviço como esse significa desperdício de dinheiro público.

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Imagem do relatório em que o Metrô afirma que está sendo feita “a retirada de pisos danificados da plataforma”

As obras da estação Brooklin Paulista da Linha 17-Ouro já estão no quarto grupo contratado.

A construção começou com o Consórcio Monotrilho Integração, passou para o TIDP e em seguida para a Coesa, que meses depois se juntou à KPE para formar o Consórcio Monotrilho Ouro.

Esse consórcio foi afastado pelo Metrô há quase um ano após se instado a retomar os trabalhos, que estavam paralisados durante a troca de gestão entre o governo Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas.

A estação BRooklin Paulista vista do alto: três grupos passaram pela obra antes da Agis (iTechdrones)

Não se sabe qual deles instalou os pisos na plataforma e nem por que eles estão danificados. Pode ter sido causado pela exposição ao tempo já que eles ficariam numa área coberta, mas também por um serviço mal feito ou peças com problemas de qualidade.

Imagens de dezembro da estação Chucri Zaidan também mostram pisos quebrados ou removidos na plataforma, mas não se sabe se pela mesma razão de Brooklin.

O site contatará o Metrô nos próximos dias para buscar um esclarecimento.

Promessa estapafúrdia cobra seu preço até hoje

A Linha 17-Ouro está perto de completar 12 anos em obras. Foi prometida de maneira irresponsável como um projeto para a Copa do Mundo de 2014, mas qualquer pessoa envolvida com engenharia civil saberia afirmar que o prazo era pífio.

Não se constrói uma linha de metrô em apenas dois anos. Nem mesmo um simplório corredor de ônibus sai do papel tão rápido, como se vê no famigerado “BRT ABC”, que dirá um sistema complexo como um ramal metroferroviário.

No entanto, o slogan da época cobra seu preço até hoje com as manchetes repetitivas sobre a “obra da Copa”, de que ano, ninguém sabe.

A Agis teria até abril de 2025 para concluir o que as suas antecessoras não conseguiram ou não quiseram. Pelo ritmo atual, parece que também não será desta vez que uma promessa é cumprida no ramal de monotrilho.

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17 comments
  1. Só fico pensando em que estado estão as diversas escadas rolantes instaladas nessa linha há anos e sem nenhuma proteção praticamente.

    Toda vez que o canal do Drone filma a 17 – Ouro, dá para observar esse equipamento sensível ao relento.

    É um absurdo e será ainda mais gasto público para reformar ou trocar essas escadas, porém se não fizeram isso, jamais as usarei.

    Não pretendo e nem devo circular nessa linha, mas quando o fizer, será usando as escadas fixas. Paciência.

    1. As chapas de base e algumas estruturas auxiliares já estão enferrujadas.
      Infelizmente, o fornecimento de equipamentos de circulação vertical (escadas rolantes e elevadores) são do Metrô, e não dos consórcios, o que causa conflito nos cronogramas de obra e de instalação. Pode apostar que teremos novas instalações no decorrer deste ano em áreas ainda não preparadas para receber esses equipamentos.

    2. As empresas ou o seus donos quem deveriam assumirem os seus PREJUÍZOS !!! Não é justo nós contribuintes pagarmos por isso !!!

      E sorte que é numa obra pública !!!

      Pois se fosse numa obra particular, estaria até pior do que isso !!!

      Pois numa clínica do plano de saúde, os pisos de porcelanato. mal feito soltaram e até hoje não refizeram !!! 1 ano !!! E pago R$ 2500,00 de mensalidades !!!

  2. Ricardo, toda obra pública é coberta por garantia desde o contrato, seja de fornecedores, seja de executores dos serviços.

    Caso tenha sido detectada uma falha no lote desse piso, a fabricante arca com a retirada e o novo fornecimento de pisos. Caso tenha sido uma falha de execução, a construtora é multada e arca com o reparo.

    O estado nunca arca com falhas e/ou problemas, exceto por mau uso. No entanto, como estamos em fase de obras, um suposto mau uso é de responsabilidade da construtora e é ela quem arca com o prejuízo.

  3. o simples fato do estado existir já é um prejuízo. ainda mais o Estado brasileiro que é caro, corrupto e ineficiente.

  4. se pensassem no brasil nao teriam feito
    fura fila,a 40 anos ja teria metro em con
    gonhas do metro s.judas ate congonhas
    sao 2 km fariam o trem estar dentro do
    aeroporto de guarulhos etc

    1. Trem dentro de aeroporto prejudica muito a segurança pública do aeroporto. Muito melhor um people mover levando os passageiros da linha de transporte público até o aeroporto do que uma linha de transporte público direta até ele.

      1. A verdade dos fatos nunca foi a segurança pública do aeroporto, pois desde sua inauguração não houve necessidade de fechamento um único dia, e caso houvesse seria feito seu bloqueio facilmente por cancelas e bloqueios de parada, o que se reivindica e é defendido inclusive por este site é que seu acesso fosse feito diretamente nos mesmos moldes do Terminal Rodoviário Tietê dispensando transbordo!
        A Linha 13-Jade, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, liga a capital paulista até o Aeroporto de Guarulhos. Seu terminal, no entanto, fica distante dos terminais de embarque, e o passageiro precisa utilizar um ônibus para completar o trajeto.
        Dois ex-secretários de transportes metropolitanos do estado, em um texto publicado na Folha de São Paulo, rebateram a “acusação”. A coluna é assinada por Jurandir Fernandes e Clodoaldo Pelissioni.
        “Difunde-se a ideia de que o governo de São Paulo, então comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), fez o serviço pela metade, por falha de projeto ou simples incúria. É uma versão distorcida dos fatos, que confunde responsabilidades e exige correção”, diz o texto.
        Segundo os ex. titulares da pasta, o projeto original previa que a estação Aeroporto fosse localizada na entrada do terminal 2. Mas para os ex-secretários, tudo mudou quando o consórcio vencedor para administrar o terminal, o GRU Airport, informou na época que o local destinado à estação de trem deveria ser utilizado para um shopping, cujas receitas ajudariam a pagar o investimento. A empresa teria se comprometido em construir um monotrilho entre a estação de trem e os movimentados terminais 2 e 3.
        Trocar os atuais BRT por People Mover que é o mesmo que trocar seis por meia dúzia e não aumentara em nada a demanda pífia ao invés de se expandir a Linha 13-Jade rumo ao Alto Tietê em direção a Bonsucesso, aguardando a Linha 2-Verde levando o trem até os bairros mais populosos de Guarulhos.

  5. “Em engenharia, quando as construções e montagens inconclusas conforme o planejado, os gastos com ás desmobilizações, retomada, mobilização e comissionamento que é um processo detalhado de averiguação e testes, a única coisa que é certa é o prejuízo”
    Em obras e licitação de grande porte para facilitação de avaliação é conveniente se desmembrar em várias especialidades, principalmente quando a execução de uma não interfere na outra, preferencialmente a mesma que faz o projeto faz a montagem e a execução, assim sistemas de alimentação elétrica, equipamentos, telecomunicações, alvenaria, construção e montagem entre outras.
    Porém com a existências de múltiplas empresas dificulta enormemente a fiscalização pela coordenação do Metrô, se correndo o risco de ocorrer exatamente o que está acontecendo com a Linha 17-Ouro em que a punição por abandonar a obra pela empreiteira anterior foi abonar para construir a extensão da Linha 15-Prata até o Ipiranga!

    1. Na Linha 5 o Metrô resolveu concentrar obras de energia, sinalização e portas de plataforma em uma única empresa conforme defende o Leoni. O resultado? Um desastre, com as obras atrasadas e incompletas até hoje (passados 6 anos da abertura do novo trecho).

      Na Linha 4 o Metrô dividiu energia, sinalização e portas de plataforma entre 3 empresas de grande porte e outras menores e a obra foi entregue no prazo previsto.

      1. Ue mas o prazo de entrega da linha 5 quase foi cumprido, sendo que em 2018 a linha já funcionava (com pendências).

        Ja a fase 2 da amarela era pra ter ficado pronto em 2014 e demorou muito mais tempo.olha o descompasso entre a inauguração de fradique e morumbi, por exemplo. A linha 4 definitivamente atrasou muito mais que a 5.

        1. O prazo de entrega das portas de plataforma e da sinalização não foram cumpridos, gerando atrasos e fazendo a Linha 5 ser aberta sem esses sistemas concluídos. Abrir uma linha assim é temerário.

          A Linha 4 inaugurou todas as suas estações com todos os sistemas concluídos.

      2. Ivo, lamento que você desconheça o que seja fiscalização eficiente e compromissos de contratadas.
        O que ocorreria com aquela empreiteira que abandonou as obras na Linha-17, foi que ao invés de responsabiliza-la pelo abandono além de multa, e exclusão do cadastro de fornecedores até resolver as pendências, porém a punição no caso foi transferir para construir a extensão da Linha 15-Prata até o Ipiranga como se nada tivesse acontecido!
        Na empresa que trabalhei isto jamais aconteceria.

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