A problemática Linha 17-Ouro tem mais um dilema pela frente. O consórcio responsável por implantar o sistema de alimentação elétrica do ramal de monotrilho, o TSEA-Ferreira Guedes-Adtranz, terá o contrato rescindido pelo Metrô após não retomar suas atividades.
Por conta disso, o Metrô lançou uma nova licitação para fornecimento desse mesmo serviço nesta quarta-feira (8).
O novo edital tem o mesmo escopo, que envolve instalar uma ligação elétrica subterrânea entre a subestação primária de energia Bandeirantes até a Linha 17 – nesse local funciona hoje a principal fonte de alimentação da Linha 5-Lilás.
A entrega das propostas está marcada para 15 de fevereiro de 2022, portanto, num cenário ideal o Metrô poderia resolver a licitação por volta do segundo trimestre.
Ou seja, a nova contratada teria então que iniciar o serviço praticamente do zero e cujo prazo de entrega de execução é de 21 meses a partir da emissão da primeira ordem.
Se isso ocorrer por volta de maio do ano que vem, o novo consórcio teria que entregar o sistema até fevereiro de 2025. Embora esse prazo hipotético seja o de conclusão, é razoável imaginar que a Linha 17 poderia receber energia para início da operação antes disso. Ainda assim, esse novo imprevisto tem enorme potencial para atrasar ainda mais sua inauguração.
Alternativas
O site já vinha alertando sobre riscos em relação ao contrato de sistema de alimentação elétrica há alguns meses. O contrato original foi assinado com o Consórcio Grupo Isolux Corsán-Linha 17-Metrô, empresa conhecida por ter abandonado as obras da segunda fase da Linha 4-Amarela.
Não foi diferente com o projeto do monotrilho e o Metrô acabou rescindindo contrato com ele e chamando o segundo colocado, o TSEA-Ferreira Guedes-Adtranz. Mas por razões desconhecidas, a empresa também não avançou na execução do projeto. Em relatório de empreendimentos divulgado em março, o Metrô informava que o serviço havia atingido somente 3,07% do previsto, mesmo tendo sido assinado em 2017.
A demora causada pela necessidade de uma nova licitação, e todos os riscos inerentes a recursos administrativos e judiciais, causa preocupação em uma linha que já ficou famosa pelos sucessivos problemas.
Resta saber se o Metrô planeja colocar em prática algum tipo de alternativa enquanto não consegue trazer energia elétrica para fazer a Linha 17 funcionar como planejado.
Vale lembrar que a Linha 15-Prata, também um monotrilho, funcionou por muito tempo utilizando energia fornecida pela Linha 2-Verde até ganhar a primeira subestação própria. Talvez algo semelhante pudesse ser feito com a Linha 5 ou com a Linha 9, que são suas “vizinhas”.
O site enviou algumas questões para o Metrô, mas recebeu uma resposta incompleta. Apesar de confirmar a rescisão com o contrato atual, a companhia não explicou qual impacto o atraso nesse serviço poderá causar na inauguração nem se existe algum plano alternativo para suprir o ramal com energia elétrica.
Veja a íntegra da nota do Metrô:
“O Metrô abriu nova licitação para implantação do sistema de alimentação elétrica da Linha 17-Ouro para substituir o Consórcio TSEA – Ferreira Guedes – Adtranz (Linha 17). O atual contrato está em processo de rescisão, após o consórcio não retomar suas atividades. A decisão de trocar o prestador de serviço foi tomada para minimizar os impactos na execução dos demais contratos da linha.
Esse serviço não tem relação com as obras das estações e vias e a fabricação dos trens e sistemas de sinalização, que ocorrem normalmente”.
Atualizado às 13h30 de 08 de dezembro de 2021 para acrescentar a resposta do Metrô e o prazo real de execução dos serviços.
Alguém poderia responder se o número 17 é alguma homenagem ao memorial 17 do acidente da TAM em 2007?
Não.
Aí Doriana e seu capacho vem e diz que é culpa do modal.