Metrô vai elaborar estudo para o uso comercial de sua marca

Companhia vai estudar formas de utilizar sua marca como fonte de receita, aumentando sua independência financeira
Exemplos do uso da marca Metrô em diversos produtos (Mariana Bezerra)

Em meio a mais grave crise de sua história, o Metrô de São Paulo tem buscado de forma cada vez mais intensa formas de obter a sua sustentabilidade financeira, ou seja, tornar-se uma empresa que consiga custear suas próprias despesas sem depender de aportes do estado. A venda de ativos e a concessão do direito do nome de estações têm sido algumas formas que a companhia busca explorar esse potencial. Nesta semana, a companhia anunciou outra modalidade, focada no uso da marca “Metrô” como forma de gerar receita adicional.

Os relatórios

A Companhia do Metropolitano abriu um pregão eletrônico que visa a realização de estudos técnicos para avaliar a viabilidade de se utilizar a marca “Metrô” como uma forma de se adquirir receitas não-tarifárias. A análise busca verificar os parâmetros econômicos e jurídicos, bem como a elaboração de estudos mercadológicos e legais que poderão servir de base para modelagens comerciais do uso da marca em produtos e serviços licenciados.

No edital, o Metrô solicitou 5 diferentes relatórios que visam explorar as diversas faces do uso comercial da sua marca. O “Produto 1” visa a elaboração de diagnóstico da situação atual com descrições sobre o modelo de exploração atual, descrições e estudos de benchmark. O “Produto 2” tem como objetivo a realização do relatório de modelagem e viabilidade técnica, explorando de forma técnica as formas de exploração que a marca pode ter, como funcionarão os contratos e normas, inclusive em meio digital.

O metrô pode ceder sua marca para a confecção dos mais diversos tipos de produtos, gerando receita (Mariana Bezerra)

O “Produto 3” vai analisar a viabilidade econômico-financeira do projeto examinando o potencial de receita para os próximos cinco anos em três cenários distintos. Esse estudo detalha os custos operacionais fixos e variáveis, investimentos a serem realizados, cronogramas e a avaliação da sustentabilidade financeira do projeto.

O quarto relatório tem por finalidade a análise jurídica das propostas. Esse é um processo importante para garantir total legalidade no uso da marca dentro de normas pré estabelecidas. O estudo também prevê possíveis ações judiciais e administrativas que o Metrô pode tomar para coibir o uso irregular da marca

O último produto concluiu as análises anteriores colocando as considerações finais sobre os modelos e as alternativas propostas, indicando qual o melhor cenário, viabilidade técnica e financeira do projeto bem como a fundamentação legal. Também há a análise de fontes de receitas adicionais com a exploração da marca sendo associada ou não a outras marcas de diversos setores.

O prazo de vigência do contrato é de 120 dias, sendo que serão dedicados 60 dias para a execução dos objetos do contrato. O critério de seleção da melhor proposta levará em conta o menor preço oferecido na execução do objeto do contrato

O Metrô de Londres utiliza a famosa marca do “Tube” para vender diversos produtos (TfL)

Conclusão

A exploração da marca “Metrô” não é necessariamente algo novo, mas pode ser revista de forma profunda e aprimorada para que possa atingir uma maior abrangência e consequentemente obter um melhor retorno financeiro.

Claramente, o lincenciamento e uso da marca vai além da questão financeira. Se boas estratégias forem adotadas a companhia conseguirá melhorar sua imagem ante a população e também se tornar mais presente ao público de interesse que vai desde dos entusiastas da empresa até entidades de classe que podem firmar parcerias para a vinculação de marca.

Exemplos de iniciativas bem sucedidas como essa não faltam. A mais célebre é a do Metrô de Londres, o mais antigo do mundo. A TfL, empresa que administra a mobilidade na capital britânica, faz uso da influência cultural do “Tube”, como é conhecido o metrô, para vender diversos produtos e licenciar a marca para várias ações.

Talvez a face mais interessante seja o Museu do Transporte de Londres, que conta com uma loja de produtos anexa. Quem sabe no futuro, a ideia não possa ser replicada pelo nosso Metrô também.

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