Ainda às voltas com a conclusão do trecho prioritário da Linha 17-Ouro, o Metrô retomará o projeto de levar o ramal de monotrilho até o Jabaquara e o Morumbi, as chamadas fases 2 e 3 do empreendimento.
Segundo Paulo Meca, diretor de engenharia e planejamento do Metrô, tanto o secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, quanto o presidente da companhia, Silvani Pereira, deram aval para que as duas extensões voltem a ser planejadas.
“Esta semana, inclusive, obtivemos autorização do presidente e do secretário para a gente retomar as conversas para as duas extensões da Linha 17”, explicou Meca durante entrevista nesta segunda-feira à ABIFER, Associação Brasileira da Indústria Ferroviária.
De acordo com o diretor, existem dificuldades a serem vencidas, sobretudo no trecho no Jabaquara. O motivo é que o percurso do monotrilho passará por áreas onde há grande número de moradias vulneráveis e que terão de ser removidas para que a prefeitura da capital implante o Via Parque, um parque linear que permitirá a instalação das vias do ramal.
Do lado do Morumbi, Meca considera a execução mais fácil por conta da existência da Avenida Hebe Camargo, que precisará apenas de pequenas adequações para receber as colunas do monotrilho. No entanto, o executivo não comentou sobre as polêmicas que envolvem o Cemitério do Morumbi e o condomínio que mudou seu projeto e inviabilizou o alargamento da Avenida Jules Rimet.
Em apresentação na Associação Comercial de São Paulo em agosto, o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, revelou que o Metrô havia conseguido uma alternativa de traçado para viabilizar a passagem da linha na região, mas o assunto nunca foi explicado.
“Devemos preparar a contratação do projeto básico para sistemas e obras civis das estações e da via e depois a questão de material rodante e sinalização, que pode ser discutida mais para frente”, disse o diretor do Metrô.
A BYD SkyRail é responsável pelo fornecimento de 14 trens de monotrilho, além de sistema de sinalização, portas de plataforma e telecomunicações. O escopo do contrato, no entanto, só atenderá ao primeiro trecho de oito estações e 6,7 km de extensão.
Será preciso, portanto, encomendar mais composições, mas uma nova licitação esbarraria em restrições técnicas por conta da adoção de um sistema desenvolvido pela fabricante chinesa. Restaria saber se outros concorrentes poderiam adaptar seus projetos para funcionar em conjunto com os trens da BYD. Já a sinalização precisará ser fornecida por ela já que não há viabilidade técnica para utilizar mais de uma tecnologia ao mesmo tempo no ramal.
Tanto o trecho até Jabaquara quanto o que vai levar o ramal até São Paulo-Morumbi possuem cinco estações cada. Ele deve acrescentar cerca de 10 km ao traçado e elevar o número de passageiros transportados para mais de 400 mil pessoas por dia.
“Temos grandes possibilidades de nos próximos anos seguir com esse projeto”, concluiu Meca.
Essa história de ter duas estações Morumbi (ou talvez 3 por causa da estação do estádio) ainda vai dar muita confusão…
Espero que invertam as fases. O trecho que passa por Paraisopólis é bem mais prioritário e pode trazer muita gente ao ramal. Além de não ter muitos problemas com desapropriações.
Meu deus. Eles fizeram um contrato de trem para apenas um trecho. Absurdo. Então terão que contratar outra empresa para fornecer os trem.
Me desculpa nobre colega. Não é nenhum absurdo, como você vai comprar objetos sem ter a necessidade?
Com a prefeitura quebrada, nos próximos anos o metrô em vez de construir linhas e estações, vai estar construindo casas e ruas, pra só depois poder fazer a linha.
O que a prefeitura tem a ver com metrô?
Se foi uma tremenda dor de cabeça a extensão do metrô por causa do Rapadura, imagina esse trecho da Alba. Difícil.
Deviam ter ligado o Jabaquara à linha Rosa por túneis subterrâneos com uma estação dentro do Aeroporto.
A extensão da linha até Jabaquara é complicada, porém trará grandes benefícios em mobilidade, além da urbanização de uma área degradada. Só tem ganhos.
Impossível. O contrato de trens é somente do atual trecho e tem toda aquele problema judicial que poderá surgir para fornecer novos trens. Mas que contrato complicado. Além disso, as desapropriações são problemáticas. Isso levará mais uns 15 anos.
A Linha 17-Ouro tem potencial de ser uma das linhas mais importantes da rede metroviária: levando alto fluxo de torcedores a jogos dentro da arena do Morumbi, concetar com a Linha 4, e futuramente, deve ser levada no sentido norte, rumo a Osasco (3a maior cidade da RMSP) e se conectar a Linha 8-diamante, a linha mais abandonada da CPTM. Isto faria a Linha17 vital pro transporte e criando uma conexão entre regiões e linhas.