Atrasado, como todas as demais obras do Metrô e CPTM, o monotrilho da Linha 17-Ouro deve começar os testes dentro de pouco mais de um ano. A informação foi divulgada pelo Metrô ao jornal O Estado de São Paulo, que questiona a viabilidade técnica e financeira do sistema de monotrilhos.
As três linhas de monotrilhos contratadas pelo governo do estado estão longe de contribuírem para melhorar a mobilidade da cidade e também distantes do cronograma divulgado originalmente em que todas deveriam estar prontas e acrescentar quase 60 km à rede.
A Linha 15-Prata, a primeira do gênero, opera em horário comercial reduzido desde agosto, mas aquém do que se espera de uma linha de metrô tanto em velocidade quanto em intervalo de trens. Segundo o Metrô, os trens estão limitados a uma velocidade máxima de 60 km/h contra 80 km/h do estipulado. Quem usa o trem também tem que esperar bem mais que o tempo de outras linhas, tudo, claro, em função da pequena extensão da linha, de menos de 3 km e apenas duas estações.
Sobre a Linha 17, o Metrô apenas disse que começará a testar os trens no final de 2016. Hoje existem 6 vagões prontos, de acordo com a empresa. Mas é óbvio que mesmo que estivessem prontos não haveria como testá-los afinal o pátio está bastante atrasado e as vias não têm o sistema elétrico instalado. Também as estações ainda não receberam as vigas-trilho e portanto não permitem que haja uma circulação significativa pelo trecho.
Em obras no ano que vem
Segundo o Metrô, a terceira linha de monotrilho, a Linha 18-Bronze, que atenderá o ABC paulista, começará a ser construída em fevereiro de 2016, um ano e meio após a assinatura do contrato. O governo culpa a União pelo não repasse de verbas.
A matéria do jornal coloca o monotrilho como um sistema inviável por conta dos atrasos e dos custos mais altos. O problema é que o ‘Estadão’ não entra no mérito do principal problema que é a burocracia e ineficiência de órgãos públicos em tocar obras desse porte. Isso fica claro quando se nota que os principais atrasos em todas as três linhas têm mais a ver com dificuldades com desapropriações, licitações e projetos mal feitos, entre outros.
Outro grande problema não citado foram as promessas populistas do governo, que forneceu em várias oportunidades datas de inauguração impraticáveis mas que não foram questionadas pela imprensa. Introduzir um sistema completamente novo como esse não é, mesmo num processo ideal, algo rápido como se propagou tempos atrás.
Enquanto uma linha de monotrilho não estiver completa e em plena operação qualquer conclusão sobre sua efetividade será injusta.
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