Movimento de passageiros no Metrô e CPTM cresceu apenas 5% em 2021

Treze linhas que operam em São Paulo realizaram 1,23 bilhão de viagens, 44% menos do quem 2019, último ano não afetado pela pandemia da Covid-19
Trem da Linha 15-Prata
Trem da Linha 15-Prata (Jean Carlos)

O caminho para que a demanda de passageiros nos trens do Metrô, CPTM e concessionárias volte ao normal será longo e talvez nem chegue aos mesmos patamares de 2019, último ano antes da pandemia da Covid-19.

Dados compilados pelo site mostram que em 2021 um total de 1,23 bilhão de viagens foram realizadas nas 13 linhas que operam em São Paulo e em vários munícipios da região. É um volume apenas 4,8% maior do que o de 2020, primeiro a ser afetado pela crise sanitária mundial.

Os passageiros têm retornado às estações, mas num ritmo muito lento. Em dezembro do ano passado, por exemplo, os sistema sobre trilhos teve seu melhor desempenho desde fevereiro de 2020, ou seja, superior até a março daquele ano, que foi parcialmente afetado pelas medidas de isolamento social. Foram realizados 127,4 milhões de embarques, ligeiramente superior ao movimento de novembro, geralmente mais forte.

Quando comparado a 2019, os dados de 2021 se mostram bastante modestos: a demanda ainda é 44% menor do que em tempos normais, ou seja, há um enorme espaço a ser recuperado, equivalente a cerca de 956 milhões de viagens perdidade. Imagina-se daí qual o impacto financeiro no sistema ao deixar de receber tamanha receita.

A evolução de demanda nas linhas de metrô entre 2019 e 2021

Como tem sido comum, as quatro linhas operadas pelo Metrô são as mais afetadas pela queda. A companhia estatal teve um crescimento pífio de 2% no ano passado, com 566 milhões de usuários transportados, ou 48% menos do que em 2019.

As três maiores linhas (1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha) terminaram o ano quase estagnadas enquanto a Linha 15-Prata cresceu bastante, mas ainda tem pouco peso no geral.

Já as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, operadas pela iniciativa privada, cresceram 5,3%, com 220,6 milhões de passageiros embarcados.

Com larga margem, a CPTM é a empresa que mais perto chegou dos níveis pré-pandemia, com 448 milhões de embarques realizados, alta de 8% em relação a 2020. Comparado a 2019, quando foram transportados quase 700 milhões, a queda é de 36%.

CPTM tem se recuperado mais rápido, mas também está bem aquém do movimento pré-pandemia (Jean Carlos)

A única linha a transportar mais passageiros do que em 2019 foi o monotrilho da Linha 15, com 21 milhões de viagens no ano passado 20,7 milhões há dois anos. Mas há uma razão fundamental para isso, o fato de o ramal elevado ter ficado fechado por mais de três meses após o incidente do estouro do pneu de uma composição.

2022 pode ter recuperação significativa

A despeito dos resultados tímidos, é bastante provável que os números de 2022 mostrem uma recuperação mais clara no sistema de transporte sobre trilhos. Sem perspectivas de novos ‘lockdowns’ por conta de surtos, a tendência é que a demanda tenha uma recuperação lenta, mas consistente.

Sinais disso podem ser vistos nos números de janeiro, divulgados pelo Metrô e pelas concessionárias, que apresentaram um crescimento em torno de 18% em relação ao mesmo período de 2021.

Se o ritmo for mantido, seria possível chegar a um total em torno de 1,5 bilhão de embarques no final de 2022, bem acima do ano passado, embora ainda distante dos 2,2 bilhões de passageiros de 2019. Mas já seria um motivo de comemoração diante dos desafios que o transporte público enfrenta atualmente.

A evolução da demanda nas linhas da CPTM entre 2019 e 2021

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  1. A demanda não voltará a ser como antes da pandemia, principalmente por causa do teletrabalho. Pode notar que as linhas 1, 2, 3, 4 e 9, que são as que mais passam em áreas de escritórios, foram as que menos recuperaram passageiros, sinal claro dessa tendência.

    1. Uma minoria trabalha em casa, infelizmente a maior parte da dimunição da demanda do metrô e CPTM tem mais haver com o desemprego do que teletrabalho, as escolas e faculades paradas durante a pandêmia também a afetaram na dimunição de passageiros, 2021 ainda foi um ano dificil… esse ano de 2022 acredito que demanda crescerá mais chegando a uns 15 ou 20% do que era em 2019 e 2023 volta ao normalidade.

      1. Ensino remoto também tem muito a ver com isso de fato. Duvido que volte a níveis de 2019, o teletrabalho atende sim a uma população expressiva, pessoal da Berrini, Faria Lima, Paulista e centro são todos trabalhadores administrativos e que podem tranquilamente trabalhar remotamente, muitas empresas devolveram escritórios nessas áreas pra economizar.

        1. Em geral que tá em teletrabalho já é classe média e muitos nem usavam transporte público pra isso, a maioria já tinha carro… uns 70% da demanda do metrô e CPTM é povão de classes sociais mais baixas e que não opção de trabalhar em casa e sim o desemprego é um dos pilares para diminuição da demanda sim.

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