Dez dias após o acidente que provocou o rompimento do interceptor de esgoto da Sabesp após a passagem do tatuzão da Linha 6-Laranja e inundou os poços escavados pela Acciona, o nível de material presente no VSE Tietê voltou a subir.
Uma comparação das imagens aéreas feitas pelo canal iTechdrones confirma que o imenso poço de onde partiu a tuneladora – e que também tem partes do segundo tatuzão imersas – está mais alto do dias atrás.
As montagens com as imagens captadas pelo drone mostram que no dia seguinte ao acidente, o esgoto atingiu sua cota máxima no poço, próxima da segunda marca de jateamento de concreto. Já no dia 3 de fevereiro, o bombeamento realizado pela construtora conseguiu retirar um volume considerável de material, equivalente a uma faixa e meia da marcação de referência.
Dois dias depois, outro registro do iTechdrones revelava que o nível de esgoto no poço estava cinco “faixas” abaixo do topo. A partir daí, o avanço passou a ser mais lento e na quarta-feira, 9, um sobrevoo noturno revelava uma redução pequena.
Nesta quinta-feira, 10, no entanto, o canal flagrou o esgoto voltando a atingir um nível até mais alto do que há seis dias.
A demora em esvaziar os poços e túneis da Linha 6-Laranja pode em tese dificultar ainda mais a retomada das obras. Com um dos tatuzões completamente submerso, ainda não se sabe a extensão dos danos causados a ele.
A tuneladora norte, que estava sendo montada no VSE Tietê, foi atingida parcialmente já que muitas peças ainda estão preservadas na superfície.
Resta saber por qual razão a quantidade de esgotos presente na área voltou a se acumular. O que parece certo é que o trabalho para recuperar as condições de acesso às áreas escavadas será mais demorado do que se pensava.
O site enviou mensagem à Acciona questionando a razão que levou o esgoto a voltar a subir e atualizará esta nota quando receber uma resposta.
Em situações normais, as obras atrasariam pra caramba para serem entregues, com o ocorrido então nem se fala…
Normal. Há um líquido remanescente nas tubulações do ITI-7 que, com a drenagem do poço, acabou de vazar o restante nos tuneis devido a gravidade.
Proponho ao blog fazer um bolão
Em que ano será entregue esta obra ?
Talvez os filhos dos donos do blog é que entregarão o prêmio.
Façam suas apostas !
Podem considerar um ano de atraso para a entrega desta linha. E o tatuzão já era. Vão ter que encomendar outro. Mas que obra complicada.
Aposto que mesmo com tantos contratempos, essa linha vai sair ANTES da Linha 17 Ouro hahahaha
“É preocupante ter duas empreiteiras que não concluíram obras do Rodoanel à frente de novas linhas do Metrô”?
Ricardo Meier 17 de fevereiro de 2020
“Empresa responsável por obra do metrô que abriu cratera em SP foi líder em falhas no Rodoanel”
revista Oeste código 732668
Governo paulista cancelou contrato com a Acciona depois de auditoria encontrar “anomalias graves” na construção.
A empresa espanhola Acciona, responsável pela obra do metrô de São Paulo que abriu uma cratera na Marginal Tietê, teve o contrato para obras do Rodoanel cancelado pelo governo do Estado paulista no início de 2020. Uma auditoria encontrou 59 falhas no trecho norte do Rodoanel. O maior número de “anomalias graves” foi detectado no lote 6, executado pela Acciona.
Mesmo assim, a gestão Doria anunciou em outubro de 2020 que as obras da linha 6 – Laranja do Metrô, paradas desde 2016, seriam assumidas pela Acciona através de uma PPP (parceria público-privada), com contrato de 24 anos entre a construção e a operação.
Para o projeto, a concessionária obteve empréstimo de R$ 7 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor total da obra está orçado entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões.
As anomalias na operação do Rodoanel
De acordo com auditoria feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), órgão vinculado ao governo do Estado, foram constatadas 1.291 falhas nas obras do Rodoanel.
No lote 6, de responsabilidade da Acciona, foram encontradas 18 grandes falhas, ou 30% do total. Já no lote 4, também executado pela empresa espanhola, foram encontradas 332 anomalias, o maior número total. O relatório do IPT classificou problemas estruturais em pontes e a erosão de encostas como “anomalias graves”, pois podem impactar o funcionamento da rodovia.
A obra também foi alvo de denúncia da Lava Jato paulista por possíveis desvios que chegam a R$ 480 milhões.
No lote 6, de responsabilidade da Acciona, foram encontradas 18 grandes falhas, ou 30% do total. Já no lote 4, também executado pela empresa espanhola, foram encontradas 332 anomalias, o maior número total. O relatório do IPT classificou problemas estruturais em pontes e a erosão de encostas como “anomalias graves”, pois podem impactar o funcionamento da rodovia.
A obra também foi alvo de denúncia da Lava Jato paulista por possíveis desvios que chegam a R$ 480 milhões.
O ex-executivo da OAS, Carlos Henrique Barbosa Lemos, confirmou ainda que o esquema continuou após a saída de Mário Rodrigues Júnior da direção da Dersa. Seu sucessor, o engenheiro Paulo Vieira de Souza (Paulo Preto) em cujo apartamento foram encontrados mais de cem milhões de reais em cédulas, teria agendado uma reunião das empreiteiras no Palácio dos Bandeirantes com participação do então secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes, para provar interlocução com o alto escalão do governo. Na sequência, Nunes teria seguido exatamente a ordem de assuntos que Paulo Vieira antecipara às empreiteiras, ‘com o que todos se convenceram de que ele, de fato, era um emissário, e assim passaram a realizar os pagamentos por ele solicitados’.
Nesta ocasião teve um comentário de um costumas bajulador do PSDB que disse:
“Desde a redemocratização do Brasil que vivemos em um ambiente de baixa corrupção e elas estão aí funcionando normalmente”.