O movimento de passageiros nas linhas do Metrô e da CPTM tem se recuperado nos últimos meses, porém, em um ritmo lento desde agosto, segundo dados apurados pelo site. Em setembro, o sistema sobre trilhos de São Paulo realizou cerca de 92 milhões de viagens, somando as 13 linhas em operação. Esse número é 51% menor do que o registrado em setembro de 2019, quando passaram pelo sistema quase 188 milhões de usuários (considerando cada embarque como uma viagem).
Desde abril, quando a rede metroferroviária teve seu pior momento, com apenas 42 milhões de viagens, a demanda tem crescido mês a mês, mas o ritmo foi mais forte até julho. Nesse período, o aumento absoluto de viagens extras chegou a 17 milhões, enquanto no mês passado, o acréscimo foi de apenas 7 milhões.
Como observado pelo site recentemente, as linhas que atendem regiões com grande número de empregos qualificados têm sido as que mais sofrem para recuperar a demanda. A Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro, é a que está na lanterna desse ranking, com movimento 60% menor que em 2019. Pouco atrás está a Linha 9-Esmeralda, da CPTM, com queda de 59,3%, seguida pela Linha 2-Verde, com 58,3% a menos de usuários.
Por outro lado, as linhas da CPTM seguem mais próximas de retomar os números pré-pandemia. A Linha 12-Safira é a que está mais perto disso: em setembro o movimento foi apenas 30% inferior ao mesmo período do ano passado. Vale lembrar que o ramal passou por melhorias na sua infraestrutura, o que ampliou sua capacidade de transporte. As linhas 13-Jade (-30,3%), 11-Coral (-35,3%) e 7-Rubi (-36,4%) vêm na sequência.
Passageiros corporativos sumiram
Um sinal claro de que o trabalho remoto está afetando duramente o movimento de passageiros no transporte coletivo pode ser visto na variação de usuários que passaram pelas estações da Linha 9-Esmeralda, que possui um trajeto por pólos geradores de emprego. Enquanto a queda de embarques em Grajaú, no extremo sul de São Paulo, foi de 41% na comparação entre setembro de 2020 e o mesmo mês de 2019, a estação Berrini viu seu movimento despencar 79%.
Se em setembro de 2019 circularam por ela mais de 650 mil passageiros, no mês passado apenas 136,6 mil pessoas utilizaram a parada, vizinha de grandes edifícios corporativos. Outras estações próximas e com as mesmas características experimentaram tombos semelhantes: Vila Olímpia caiu 70%, Morumbi, 67% e Granja Julieta, 65%.
Teme-se, portanto, que parte dessa perda seja definitiva, o que fará com que a arrecadação tarifária desabe nos próximos anos. Entre janeiro e setembro, o sistema como um todo teve uma perda de cerca de 750 milhões de embarques ou 46% menos que em 2019. Numa conta simplória, considerando metade do valor da tarifa cheia (R$ 4,40), a sangria de caixa seria de pelo menos R$ 1,65 bilhão até o mês passado.
É, sem sombra de dúvidas, uma situação muito grave, visto que a maior parte das operadores era deficitária mesmo na época de grande movimento na rede. E isso sem falar no impacto ambiental e de custo para a região metropolitana caso o transporte individual acabe ganhando espaço na mobilidade. A torcida é que, a despeito da pandemia, não retrocedamos nesse aspecto nos próximos anos.
Ricardo, você sabe dizer quanto desse movimento que despencou é de estudantes que faziam seus trajetos para escola/faculdade/cursos? Talvez fosse um dado interessante de computar e de repente fazer um cálculo do quanto de movimento pode ser recuperado com o retorno das aulas presenciais ano que vem.
Olá, Gabriel, tudo bem? Sua questão é interessante, talvez seja possível mensurar isso pelo uso do bilhete único escolar. Vou dar uma olhada no assunto, valeu!
Olá Ricardo, estava verificando o site de licitações do Metrô, e temos novidades sobre a linha 17:
https://aplic.metrosp.com.br/as0001/frontend/index.php/processo/index#
Olá, Pedro, tudo bem? Como esperado, a Coesa também respondeu à tentativa da Constran de reforçar os argumentos contra sua escolha na licitação. Agora, a comissão de licitação do Metrô deverá pesar essas considerações de todas as partes para então decidir se a Coesa seguirá em frente no contrato. Vem aí mais confusão… Obrigado pelo aviso!
Obrigado pela resposta!
Incrível como essa linha específica enfrenta problema atrás de problema, não ficaria surpreso se a extensão da linha 2 fosse inaugurada antes dela! Aliás, nessa mesma página, há um comunicado de anulação do contrato com a Constran datado de ontem, talvez isso possa ser relevante nessa história toda…
Sera então que os projetos de media capacidade vao ganhar força?? Seria agora o momento certo para se construir monotrilhos, VLT’s e corredores de onibus?
Olá Sr. Ricardo e amigos participantes
Eu tenho acompanhado as várias matérias que o Sr. tem publicado a respeito da grande retração nos transportes sobre trilhos, eu e muitos outros que fazemos parte do famoso grupo de risco, passamos a tesoura nas saídas de casa contribuindo em muito com a estatística acima, e recentemente não teve jeito e tive que sair para umas compras “na Saúde” e o que eu notei é que este panorama pode até apresentar uma melhoria em função do fim de ano, o grande x da questão é ter uma ideia de como vai ser o primeiro semestre do ano que vem? Experiencia em deixar tudo pra depois nós temos de sobra. Abraços e fiquem com Deus
Gilberto
Ps. Nova formatação hein, legal