O interesse da construtora espanhola Acciona pela Linha 16-Violeta não surpreende a quem acompanha o desenrolar os projetos metroferroviários de São Paulo há anos.
O ramal foi pensado após a gestão Alckmin decidir transformar a Linha 6-Laranja em uma Parceria Público-Privada (PPP). Até então ela era um projeto do Metrô e que avaliava uma segunda fase até Cidade Líder, na Zona Leste.
Com o repasse do ramal à iniciativa privada, a companhia de estado “voltou à prancheta” para estudar uma linha que pudesse atender regiões bastante populosas e de mobilidade precária.
Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
A Linha 16 foi revelada por este site em primeira mão em julho de 2018. Na época ela assumia um grande trecho da Linha 6, porém se afastava dela na região central ao seguir até Paraíso e então percorer o Jardim Paulistano até Oscar Freire.
Mais tarde o Metrô mudou o traçado a leste e em 2022 o esticou até Cidade Tiradentes a fim de ajudar a Linha 15-Prata. Além disso, a equipe de projetos da companhia produziu um material muito interessante, com soluções inovadoras para que ela tivesse um custo mais barato de implantação.
Nesse meio tempo surgiu a Acciona, que assumiu o lugar da Move SP, empresa que havia vencido o leilão da Linha 6. Não demorou para que o grupo espanhol enxergasse potencial em esticar o ramal com duas estações ao norte e mais quatro a sudeste, para levá-la até o encontro com a Linha 10-Turquesa, da CPTM.
Essas fases, como mostramos aqui também, estão sendo antecipadas pela construtora para aproveitar a mobilização de equipamentos e pessoal e por isso faz todo o sentido.
Ainda assim é preciso seguir um rito burocrático para que um aditivo contratual seja assinado, compactuando o interesse privado com o público. Ou seja, não é uma fórmula pronta, como se vê na demora da ViaQuatro e da ViaMobilidade em começarem as obras de extensão das linhas 4-Amarela e 5-Lilás.
Linha 16 em obras em 2026?
Dentro desse contexto, é de se espantar que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenha afirmado ao site Diário dos Trilhos que a Linha 16-Violeta poderia ter as obras iniciadas já em 2026, portanto, dentro do seu mandato.
Na visão dele parece ser algo relativamente simples, que imaginou os tatuzões da Linha 6 sendo transferidos para a Zona Leste como num passe de mágica dando início às obras.
O que é preciso ressaltar é que um empreendimento tão grande, caro e complexo como a Linha 16 não brota do chão. Há muito ainda a ser estudado e avaliado, de licenças para serem emitidas a laudos de desapropriações, estudos ambientais, projetos de engenharia e arquitetura, sem falar em todo o cenário econômico-financeiro por trás disso.
A Acciona se dispôs a produzir documentos que vão ajudar a elucidar essa equação, mas não entregar um projeto pronto para ser executado. E o óbvio: não se ganha um projeto assim apenas por vontade. Há outros atores no mercado que podem querer disputar essa concorrência.
O apetite do governador por levar à frente vários projetos de expansão e modernização do transporte sobre trilhos é louvável, porém, é preciso organização e foco sob pena de repetir os planos mirabolantes de seus antecessores e que deram em nada.
Hoje no cardápio de Tarcísio temos vários trens regionais, linhas de trens metropolitanos, a concessão casada das linhas 19-Celeste e 20-Rosa com ramais existentes e por aí vai.
Como diz o famoso ditado, “quem muito quer, nada tem”.
Tarcísio quer enganar o povo com promessas q ele não pode cumprir, ele também não vai conseguir tirar as linhas 19 – Celeste e 20 – Rosa, ou vai ser uma ou vai srr outra
Infelizmente nem se ventila qualquer possibilidade metrô em Campinas, cidade grande, importante e que sempre um transporte público horrível!!!!Creio q seria plenamente viável uma PPP com ampla participação financeira do setor privado. Arrisco mesmo a enxergar a possibilidade da implantação e operação totalmente privada, precisaria empenho e mais criatividade do governo!!!
Bom artigo e bons pontos Ricardo.
Acho bem compreensível o cepticismo.
Sou um pouco mais otimista. Uma hipótese provável é que a Acciona já esteja a estudar há bastante tempo não apenas as expansões da Linha 6 mas também a Linha 16 tendo em conta as sinergias evidentes.
Se for assim é possível que já tenham estudos avançados e consigam sim produzir toda a documentação necessária para se realizar uma licitação em um curto espaço de tempo.
Relembrado que a propria Linha 6 não continua nenhum projeto básico como diretiva, apenas uma referência geológica e de cadastro de redes,alem do posicionamento estações e acessos. A licença ambiental era apenas a previa (algo relativamente simples também).
O mais difícil em todos os projetos de mobilidade urbana deste porte é atrair um privado com capital. Havendo um interessado sólido, que se encontra exactamente a fazer algo semelhante (tem bancos, engenharia, equipa, experiência) é mais razoável haver uma celeridade no processo.
Para nós aqui no Brasil seria fantástico.
Eu julguei Tarcísio ser um excelente político pelo currículo montado no governo Bolsonaro e votei com orgulho nele.
Foi muito triste descobrir que eram outras pessoas os responsáveis pelos grandes resultados dele na gestão Bolsonaro, pois desde que assumiu o governo de São Paulo, Tarcísio só fez b*rrada.
Concordo plenamente que e irrealista começar as obras da linha 16 violeta em 2026, mas discordo com relação ao foco, se houver interesse do mercado privado em injetar dinheiro (como o caso da acciona) para iniciar a obra, acho que vale apena sim agilizar os trâmites burocráticos (o que mais tem no Brasil e burocracia questionáveis que engessam o mercado e acaba criando pequenos cartéis e quem se ferra no final das contas e o consumidor).
Sem dúvida, agilizar burocracias de um projeto que já tem player querendo participar sem dúvida pode gerar mais competição no mercado interno de trilhos (o que mais falta no mercado brasileiro de trilhos urbanos é competição, atualmente só tem o Estado, CCR e Comporte) e quem sabe, por causa destes movimentos, atrair mais players estrangeiros?
o velho e conhecido fogo amigo?
Quem teve a curiosidade de pesquisar antes de votar no candidato Tarcísio indicado pelo ex. presidente golpista, iria facilmente constatar que boicotou São Paulo de forma descarada no período que foi Ministro dos Transportes por quatro anos, lembrando que São Paulo possui 31,2% ou ~1/3 da arrecadação nacional porém atualmente está com a maior dívida dos 27 Estados por conta do confronto com Dória no episódio das vacinas entre outros, e a mando do Mito forjou um atestado de residência em São José dos Campos e nem sabia seu local de votação, além de colocar em o último (27º) em investimentos e nem finalizou os dois Viadutos inacabados na Rio Santos em São Sebastião sendo uma reedição do PSDB maquiado com muitas promessas inexequíveis e poucas realizações inclusive com o esquecimento da revitalização e expansão das ferrovias paulistas de cargas com a construção com fechamento do Ferroanel prometidas em campanha.
Infelizmente o povo de São Paulo acreditou de tudo o que veio pelo ar, pois elegeram um Astronauta para o senado, em cuja a Agência Marcos Pontes, que leva o nome do sócio e atual senador do PL, vendia pacotes de viagem de submarino no Ocean Gate, que implodiu no Oceano Atlântico durante uma viagem ao local do naufrágio do Titanic, e um Paraquedista para governador Tarcísio, além do retrocesso, e se cancelar o Monotrilho da Linha-18 e implantar um sistema obsoleto (BRT) por conta de pressões empresariais!
Em matéria Publicada neste site em 30/5/24 com o título;
“Mil km de trilhos e meio trilhão de reais de investimento: descubra o programa SP nos Trilhos”
O governador Tarcísio de Freitas apresentou ousado plano de recuperação e expansão da rede sobre trilhos na região metropolitana e no estado de São Paulo. Projetos de curto, médio e longo prazo tem horizonte para serem totalmente concluídos em meados de 2040
Projetos em papel é mais fácil contratar, não existindo responsabilidade alguma, uma vez caso se realize revisões terão que ser obrigatórias, pois parte da população não esclarecida é levada a achar que tudo aquilo acontecerá, só que não.
Vamos aos fatos. O que realmente ele irá entregar para a população de São Paulo nos 4 anos de sua gestão? Só projetos inexequíveis, ou algo de concreto. Obras pelo menos iniciadas, tiradas do papel na sua gestão. O metrô extensão linha 2 e a linha 6, já estavam bem adiantados. Assim como as linhas 15, 17 e o Rodoanel Norte. Projetos para 2040 no Brasil, é cambalacho desavergonhado. Mas há quem acredita na Terra Plana, e que gastos de 500 bilhões só em transporte, fora o resto que ainda virá, como a inútil intenção de construção e transferência da sede atual do Palácio governamental dos Bandeirantes para o antigo Campos Elíseos que a pretexto de centralizar as secretárias com economia de transportes, se esquece que estamos na era da informática, ignora a dívida atual de R$ 280,8 bilhões além da questão da Favela do Moinho que é um conhecido local das múltiplas contravenções e que fica próxima a 1km de lá, que poderia ser um grande “huber” ferroviário estratégico.