A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) já causa reflexos no cronograma dos principais projetos sobre trilhos em São Paulo. A constatação foi feita pelo secretário Alexandre Baldy, dos Transportes Metropolitanos, ao jornal Valor Econômico, que no entanto negou grande impacto no calendário.
Segundo o executivo da pasta, a concessão das linhas 8 e 9 da CPTM segue sendo prevista para o segundo semestre. O projeto esteve aberto à consulta pública até o final do mês passado e agora terá seu edital finalizado para ser publicado nos próximos meses. Com investimentos previstos de R$ 2,6 bilhões e duração de 30 anos, a concessão terá uma outorga fixa mínima de R$ 240 milhões.
Já o projeto do Trem Intercidades (TIC), que prevê a criação de dois serviços regionais sobre trilhos, um ligando Campinas a São Paulo com parada em Jundiaí e outro até Francisco Morato, com várias estações, deverá ser licitado no primeiro trimestre de 2021 e não mais no final deste ano. Segundo Baldy, a mudança foi causada pelo atraso na licitação das linhas 8 e 9.
O secretário dos Transportes Metropolitanos também previu que a retomada das obras da Linha 6-Laranja será adiado e apontou com um das causas o fato de os executivos da Acciona não terem conseguido viajar para o Brasil por conta da quarentena. A construtora espanhola é dona da Linha Universidade, concessionária que assumirá o lugar da Move São Paulo no projeto do ramal metroviário.
Não citada no artigo, a concessão da Linha 15-Prata à iniciativa privada continua suspensa pela Justiça, porém, o processo está na fase de recursos pelo governo que tenta destravá-lo. Em novembro do ano passado, o Sindicato dos Metroviários obteve uma decisão favorável à anulação do leilão, ocorrido em março e que teve a concessionária Via Mobilidade Linha 15 como vencedora e única participante.
BRT atrasado
O Valor também questionou Baldy a respeito do prometido projeto do corredor de ônibus ‘BRT’ que substituirá a Linha 18-Bronze de metrô. Segundo o secretário, o edital será adiado em mais dois meses porque as equipes técnicas do governo tiveram que mudar seu foco.
Após anunciar o fim da PPP (Parceria Público-Privada) com a concessionária VEM ABC em julho, o governo Doria prometeu tirar o corredor do papel em tempo recorde e por um preço bem mais em conta. No entanto, desde então poucas informações foram reveladas, entre elas um estudo da EMTU que prevê oferecer a linha de ônibus para os sócios da Metra, responsável pelo Corredor ABD e que teria sua demanda afetada pela Linha 18-Bronze.
Incrível ainda seguirem com a ideia de um BRT ao invés do Monotrilho na linha 18- Bronze, me parece que eles estão prestes a dar um tiro no pé.
Tem muita coisa “esquisita” nessa história de BRT João Victor, nem é tiro no pé que eles estão dando… é uma sacanagem mal intencionada mesmo.
Eu morei boa parte da minha vida em SBC. Quem faz o trajeto indo ou vindo de SP em qualquer horário do dia, sabe o caos que é. Gasta-se duas horas ou mais pra fazer um trajeto de 15 km.
Pra ser sincero, eu acho que até o monotrilho seria ruim. Só SBC, tem quase 1 milhão de hab. O fluxo é muito grande, não dá pra resolver com monotrilho, muito menos com BRT. Se bem que nem BRT vai ser, é bem provável que seja somente uma faixa exclusiva.
Daqui a pouco aparece o porta-voz do governo que sempre vem comentar neste blog, dizendo que o planejamento do governo é ótimo e que por não sermos especialistas, devemos acatar de forma ditatorial, tudo que vem da atual gestão.
Eu sou errado de torcer contra esse BRT do Abc? Espero que não saia do papel e que o próximo governador retome o projeto da Linha 18.
Você não está nenhum pouco errado. Não é como se o senhor estivesse torcendo contra o progresso ou desenvolvimento humanitário e, sim, para um projeto atrasado, ineficiente e errôneo. Ineficiente, por que? Porque a demanda do sistema de passageiros tem sido minimizada e os estudos também realizados pelo consórcio vencedor da Linha 18 – Bronze havia chegado a conclusão do aumento de demanda posterior.
Pior que não. Essa troca de modal foi uma completa idiotice.
Tomara que o projeto do BRT seja adiado por toda a eternidade…
Torço por isso também.
Como alguém aceita uma resposta como esta :” os executivos não conseguiram viajar para o Brasil devido à crise “
Desculpa esfarrapada e nenhum jornalista questiona …..