Ironia dos tempos de pandemia do coronavírus, o Metrô de São Paulo decidiu adotar o home office para seus empregados de forma permanente. A companhia confirmou nesta quarta-feira, 15, que oferecerá a possibilidade de trabalho remoto para uma parte pequena de seus mais de 8 mil funcionários e que trabalham em funções administrativas.
A empresa espera a adesão de cerca de 600 colaboradores que devem refletir numa economia anual de R$ 9 milhões. A razão é que o Metrô estima reduzir a ocupação de seus escritórios em 13 mil m² que hoje ocupam três edifícios. Segundo o Metrô, dois desses prédios serão devolvidos por serem alugados e outro, que já foi sede da companhia na rua Augusta, vendido.
“A crise sanitária e econômica provocada pela pandemia nos fez repensar a real necessidade dos prédios destinados ao trabalho dos colaboradores da Companhia. A produtividade e interesse demonstrados pelos empregados nesse período de quarentena nos permitiu repensar o atual conceito de escritório, trazendo mais flexibilidade à empresa e ao empregado”, disse Silvani Pereira, presidente do Metrô.
Aos funcionários que continuarem frequentando o ambiente de trabalho, o Metrô irá oferecer ilhas rotativas de trabalho e salas de reuniões. A empresa diz que já estava implantando soluções tecnológicas para permitir o trabalho remoto como acesso à rede à distância, softwares e espaço de armazenamento em nuvem, além de programa de videoconferência para reuniões virtuais.
Atualmente a companhia tem pouco mais de 8 mil funcionários, mas apenas 13% (1,100 pessoas) fazem parte da área de administração e que têm condições de realizar o trabalho em home office. O quadro da área de operação, com mais de 4 mil empregados e o de manutenção (2,5 mil colaboradores) continuarão obviamente com trabalho presencial.
A medida adotada pelo Metrô, no entanto, se repetida por milhares de outras empresas na Grande São Paulo, acabará tendo um impacto negativo indireto nas receitas da companhia. Com menos pessoas circulando nas linhas, a arrecadação cairá e os custos proporcionais subirão, exigindo mais repasses do governo (e consequentemente do contribuinte) para manter o sistema operando. Sem dúvida, temos à frente um duro dilema de mobilidade.
Home office é o futuro, home office é vida! Chega de trânsito e de transporte lotado! Ganho para os empregados e para as empresas economizarem com custos prediais.
A grande questão é reavaliar se vale a pena construir novas linhas de metrô, se valer a pena então a pergunta é se estas linhas devem ser construídas com as dimensões originais.
Claro que vale, as pessoas ainda vão se locomover, até porque nem todo o trabalho pode ser feito de casa e muita gente simplesmente passeia de transporte público. Só não vão precisar se engalfinhar
Se metade da populaçao de SP fizer home office, os trens e metrôs ainda estarão lotados.
Se pretendem vender o prédio da rua Augusta, fico imaginando o que vai acontecer com o acervo da Biblioteca Neli Siqueira (a Biblioteca do Metrô) muito importante para pesquisadores de transportes urbanos. Vocês sabem se existem alguma informação sobre o futuro da Biblioteca?
para empresas grande negocio, mas para o empregado, mais ou menos …
o home office é algo que vinha sendo praticado aos poucos, e com a pandemia veio forçado.
para as empresas, economizar com alugueis, imoveis, mobiliario, estrutura , etc, etc. é uma maravilha. para o empregado, alem de vc ter de usar seus proprios equipamentos de casa a serviço da empresa, leva-se em conta todo a questao psicoligca de ter uma rotina de trabalho dentro de casa, a questao do convivio social com seus pares alem de outros fatores.
eu entendo que de certa forma isto é o futuro, mas toda mudança precisa vir de um preparo antes.
o assunto é em geral, nao restrito apenas ao metrô.
Bom, a empresa que eu trabalho forneceu os equipamentos (notebook, mouse, etc) mais uma ajuda de custo pra comprar mesa, cadeira, etc… Independentemente disso, o que eu economizo com transporte, comida (muito mais barato comer de casa), roupa (não preciso usar roupa social em casa) e principalmente TEMPO vale qualquer gasto extra que eu possa ter, aliado ao conforto de não precisar me matar em congestionamentos nem em transporte abarrotado. Quanto ao convívio, o mundo corporativo é um grande ninho de cobras com muitas pessoas querendo puxar seu tapete, me ver livre desse convívio é mais uma benesse do home office. Além disso, estamos no meio de uma pandemia. Quando ela acabar, aí sim o home office será perfeito, podendo ir pra academia, piscina, passear na rua a noite, no parque, etc… não consigo enxergar desvantagens pro empregado no home office.
Faço das suas palavras as minhas!
sobre a questao do home office afetar a mobilidade ou mesmo os cofres da companhia, eu nao acredito muito nao, haja vista que mesmo em epoca de pandemia nunca vista no nosso pais, o transporte continuou muito requisitado. home office dá certo para empregos de escritorio e por consequencia para trabalhadores de melhor poder aquisitivo e que muitos nao utilizam o transporte coletivo. a grande maioria dos trabalhadores ainda precisa ir presencialmente ao trabalho, principalmente os de menor capacitaçao e que infelizmente estao nos moradores das periferias, que mais precisam e utilizam o transporte coletivo. supondo (e torcendo) que esta pandemia acabe e as coisas voltem ao normal, o transporte vai voltar a ficar lotado.
O transporte diminuiu drasticamente a lotação. No Rio de Janeiro estão correndo o risco de fechar metrô, trem e BRT por diminuição de passageiros. Muito da lotação surgiu porque diminuíram a quantidade transporte durante a pandemia. Concordo que a maioria dos que pega transporte público é de menor poder aquisitivo e consequentemente trabalha mais em atividades onde o home office não é possível, mas muita gente de escritório usa sim transporte público também. E também não tem esse poder aquisitivo todo. Onde eu trabalho, diria que metade utiliza o transp. público. A outra metade usa carro, ou seja, o trânsito vai diminuir e as viagens de ônibus poderão ser mais rápidas. E o transporte público deve encher, mas não vai ficar abarrotado como ficava antes.
Home Office já vem sendo discutido há muito tempo, mas sempre houve resistência das empresas, que gostam de ver o funcionário bater cartão, e existe aquela cultura do chefe fiscalizar o que o funcionário tá fazendo. Isso foi quebrado com essa pandemia. Tomara que venha pra ficar.
Primeiramente, acredito que uma espécie de “zoneamento” (por subregiões) e/ou “setorização” (por setores ou subsetores de produção, comércio e serviços), com relação ao horário de funcionamento de empresas, já deveria ter sido implantado há muito tempo a fim de diluir a demanda nos horários de pico, até porque muitas pessoas não terão como desempenhar suas funções sem precisar sair de casa.
Por exemplo: nesse momento mesmo (de retomada gradual das atividades), o fato de o comércio em geral estar abrindo as portas mais tarde já faz uma diferença significativa no horário de pico.
Quanto ao home office (mesmo o parcial), sempre me perguntei por que o METRÔ de SP —uma empresa em constante aperfeiçoamento e alinhada ao que há de mais moderno e tecnológico—, em vez de apenas sugerir ao setor privado esse tipo de flexibilização do trabalho (a fim de minimizar ou até solucionar boa parte dos nossos grandes problemas de mobilidade urbana), não dava o exemplo, ou seja, colocando teoria em prática. Infelizmente, precisamos que um vírus nos fizesse perceber que o nosso modo de vida atual estava/está equivocado e contraproducente. Entretanto, felizmente, percebemos isso e, ao que parece, estamos começando a caminhar para reverter esse quadro, pensando mais no bem-estar das pessoas. Sempre há tempo para mudar (para melhor). Chega de transporte de sardinha em lata. Agora sim: sejamos todos bem-vindos, de fato, ao século XXI. E, claro, parabéns ao METRÔ pela iniciativa!
#6porMetroQuadradoNÃOéPadrãoDeConforto
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