Penha e Gabriela Mistral deverão ser ‘ponto final’ do Trem Intercidades para São José dos Campos

Estudos do governo avaliam transformar locais em parada final do TIC Eixo Leste. Traçado preferido deve ser decidido nos próximos meses
Trem Intercidades da Hitachi (EMR)
Trem Intercidades da Hitachi (EMR)

O Trem Intercidades Eixo Leste, que ligará a capital paulista a São José dos Campos, no Vale do Paraíba, é considerado um dos mais favoráveis pelo traçado pouco sinuoso, que favorece atingir velocidades mais altas.

A ligação também é orçada no momento em cerca de R$ 6 bilhões, ou seja, é bem mais barata que o TIC Eixo Norte, que foi contratado com um investimento de R$ 14 bilhões.

Nem por isso não faltam desafios. O principal deles é definir o traçado que será usado para as vias do trem regional.

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A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) se debruça em três alternativas, cada uma delas ligada a um ramal de trem metropolitano da CPTM.

Dependendo da escolha também haverá a decisão a respeito da estação terminal dentro de São Paulo. As duas estações citadas são Penha e Gabriela Mistral, esta ainda no papel.

Veja quais são as opções avaliadas:

Linha 11-Coral

O traçado da Linha 11 significa ter a estação Penha como ponto de partida do Trem Intercidades, onde no futuro também haverá uma ligação com a Linha 2-Verde, além da Linha 3.

O serviço compartilharia a faixa de domínio com o ramal que será concedido à iniciativa privada até Mogi das Cruzes.

A partir deste município há o grande desafio, manter uma operação em harmonia com os trens de carga da MRS. A pasta de Parcerias em Investimento evidencia esse aspecto como um possível problema.

Possivelmente diante de toda burocracia vista nos acordos com as concessionárias Rumo e a própria MRS no TIC Eixo Norte, o governo teme que isso possa se repetir.

Além disso, o trajeto tem um trecho relaticamente sinuoso até São José dos Campos.

As alternativas de traçado do Trem Intercidades para São José dos Campos
As alternativas de traçado do Trem Intercidades para São José dos Campos (GESP)

Linha 12-Safira

A alternativa que usa parte do caminho da Linha 12 é considerada a mais curta, o que se reflete em redução de custos em vários sentidos. Porém é onde o governo vê a necessidade de mais intervenções e melhorias na faixa de domínio atual.

Neste caso, um mapa divulgado pela SPI mostra uma opção de traçado aproveitando um trecho maior da Linha Safira, já a partir da estação Manoel Feio, onde há uma bifurcação de vias.

A segunda possibilidade seria seguir no sentido da capital, utilizando-se do que parece ser o traçado da Rodovia Ayrton Senna até o entroncamento com a Avenida Jacu-Pêssego, onde o trajeto voltaria para o leito onde está a Linha 12.

Em ambos os casos, a estação terminal seria em Gabriela Mistral, onde háverá conexão com as linhas 2-Verde do Metrô, 13-Jade e a própria 12-Safira.

Futura estação Gabriela Mistral
Futura estação Gabriela Mistral pode receber o TIC Eixo Leste

Linha 13-Jade

A opção pela Linha 13-Jade compartilha parte do traçado pensado para a Linha 12, mas utilizando a área por onde está a Rodovia Ayrton Senna.

A diferença nesse caso seria que os trens fariam uma curva à direita no sentido norte, onde deverá estar a Linha 14-Ônix.

Nesse caminho o TIC Eixo Leste chegaria à Bonsucesso onde existiriam vias paralelas com a Linha 13-Jade, aparentemente.

Da mesma forma que na Linha 12, o trem regional faria sua parada final em Gabriela Mistral.

Tempo de viagem de 1 hora e 15 minutos

O Trem Intercidades Eixo Leste poderá ter um traçado de 80 a 130 km, dependendo da opção escolhida. O governo estima que a viagem total até São José dos Campos levará 1 hora e 15 minutos.

Entre os principais pontos a serem equacionados estão as licenças ambientais, as tratativas com a MRS e como o futuro operador poderá conviver com a concessionária que assumir as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

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19 comments
  1. Ninguém merece desembarcar de um trem na Penha ou Gabriela Mistral e comer grama pra chegar na civilização.
    Melhor vir de Uber e desembarcar no seu destino final

    1. Penha terá estações das Linhas 2, 3 e 11…Enquanto Gabriela Mistral terá estações das Linhas 2, 12 e 13…Pegando qualquer uma dessas você facilmente consegue a baldeação para qualquer linha que desejar e chegar em seu destino facilmente.

    2. Não entendi o comentário. Está ironizando a região da Penha?
      Penha sempre foi históricamente o caminho de SP ao Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro.
      É uma região próxima ao centro, ao lado do Tatuapé e do Brás.

      Zona Leste, que é civilização e sustenta o funcionamento dos serviços da civilização da cidade como um todo, comporta 4 milhões de habitantes. O Tatuapé, ao lado da estação, vem ganhando um centro corporativo de edifícios no Eixo Platina. Fora isso, a Penha está ao lado do aeroporto internacional, facilitando o acesso a ele de quem vem de São José dos Campos.

      Seja menos preconceituoso.

  2. Não sei, acho que todos esses TIC’s deveriam partir de uma única estação, deveria ser a Luz mas só seria possível com a Nova Luz, então num primeiro momento deveria ser Barra Funda ou Brás…

    1. Com certeza devia ser na Barra Funda… imagina alguém indo de Campinas para São José dos Campos tendo que pegar linha 3 e linha 2 no meio do trajeto. Não faz sentido nenhum.

      Outro problema dessa solução do desgoverno é que cada TIC será uma nova licitação, portando, uma nova tecnologia. Um TIC poderá não ser compatível com o outro, nunca sendo possível existir um trem Campinas – Santos por exemplo. Nem integração tarifária terá. Ridículo isso. Não conheço nenhum lugar do mundo que seja assim. 0 integração.

      1. O trajeto da Linha 13 parece ser bem interessante se contemplar parada no Aeroporto de Guarulhos. Potencializa o turismo (sobretudo religioso) pro Vale do Paraíba, e possibilita um TIM até Jacareí ou mesmo a extensão da L-13 até Arujá.
        Já pra L-11 seria possível pensar um trem turístico pra Guararema, nos moldes do que tem pra Paranapiacaba, ainda mais depois da possível extensão até César de Souza.

  3. Tem que sair do Centro! Não da Zona Leste!
    Entre as estações Júlio Prestes e Luz há uma extensa área que poderia ser transformada em uma grande e estratégica Estação Central, a qual integraria os quatro eixos dos Trens Intercidades entre si e com as linhas do Metrô e da CPTM. Sim, hoje ali há oficinas da CPTM, mas estas poderiam ser transferidas pra outro local (lembrando que a CPTM tem muitos terrenos pela cidade, herdados da Rffsa e da Fepasa).
    Lógico que tudo isso dependeria de planejamento técnico de médio e longo prazos, o que há muito tempo não temos.
    Da maneira como a coisa está sendo feita hoje em dia, me pergunto se vale a pena, ou se não é tempo e dinheiro jogados fora.

    1. Na concessão da LInha 11, tem a ideia da estação Bom Retiro que fica entre a Barra Funda e a Luz, os TICs poderiam sair de lá, já melhoraria e muito a região.

  4. A questão nem são as estações finais na Cidade de São Paulo e sim onde terá estações seguindo na direção do Vale do Paraíba.

    A estação final deveria ser em Taubaté e além de São José dos Campos, incluir estação em Jacareí.

    1. Eu tambem entendo que deveria ir até Taubaté, já na primeira fase.
      E na segunda fase estender até Guaratingueta, conectando assim todo o setor mais populoso e movimentado da extensa rede urbana do Vale do Paraiba.

  5. Se eles não escolherem bem até parece que a população de São José, metida do jeito que é e super exigente vai querer pegar Linha 12 safira ou 11 Coral. Não vão querer se misturar. Se o governo do Estado fosse mais estratégico, iriam dar um jeito de incluir a região Sudeste de São José e Paraibuna.

  6. Como já mostrado em estudos anteriores avançados, Água Branca é a melhor opção pra centralizar os TICs e atendê-los bem com metroviários. Além das linhas 6, 7, 8 e talvez a 9, ficaria a uma estação de Barra Funda e suas multiplas conexões, inclusive sobre pneus.

  7. Havia um projeto de uma nova rodoviária na antiga estação Tiquatira, hoje Gabriela Mistral. porque não fazer o intercidades sair de Gabriela Mistral e seguir pela Rodovia Trabalhadores Ayrton Sena diretamente? O centro de SP está inseguro e se colocar muitos Hubs poderá inviabilizar todo projeto. Tem que haver uma descentralizacào . Devo lembrar aos que discriminam a zona leste que todo desenvolvimento de uma cidade é descentralizar. Além do mais na faixa de domínio na ferrovia entre Gabriela Mistral e Brás não há mais espaço para construção de mais 2 vias. e subterrâneo pode acabar saindo mais caro o projeto além de tumultuar ainda

    1. O Centro é a região mais estratégica da cidade, aonde todos os corredores viários e de transporte se conectam. E com uma enorme, abrangente, e hoje subutilizada, infraestrutura de água energia e saneamento.
      Basta que se invista novamente na segurança e na infraestrutura, resgatando a atratividade da região, pra que o Centro volte a ter o protagonismo que lhe foi perversamente roubado nas últimas décadas.
      Se o Centro está hoje inseguro é porque ele foi negligenciado e abandonado nas últimas três décadas pelas sucessivas gestões municipais, enquanto promovia-se o crescimento das bilionárias frentes de especulação imobiliária na região sudoeste da capital – sob o mentiroso argumento de se “descentralizar” a cidade.
      Nunca houve descentralização alguma! Houve sim uma remoção forçada do “centro” para as margens do rio Pinheiros – bagunçando a cidade inteira, e desequilibrando toda a sua rede viária e de transportes.
      Porém basta que se tenha um mínimo de decência e de vontade política, pra podermos começar a reverter esse imperdoável estrago.

  8. Os jênios do GESP acreditam piamente que a classe média interiorana, ao invés de fazer esse percurso de carro, vão pegar um trem executivo até a periferia (geométrica) da cidade e de lá se espremerem nas linhas 2 e 3 de metrô? 💩💩💩

    O TIC é um serviço executivo, com tarifas salgadas e maior conforto, concebido para quem PODE PAGAR por um transporte melhor. Se o GESP insistir na avareza e projetar o TIC São José como se estive projetando uma linha qualquer da CPTM (cujo público é de classe mais baixa), acabará com uma linha que transportará apenas vento estocado em cada viagem!

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