Um acidente um tanto assustador mas sem vítimas fez com que a Linha 1-Azul do Metrô ficasse parada por mais de uma hora nesta quarta-feira (25). A causa foi surreal: uma placa de publicidade instalada no meio das vias dos trens na estação Vergueiro se soltou e um dos lados abriu invadindo a área por onde passam os trens. Uma composição acabou atingindo a placa de 500 kg abrindo um buraco na chamada máscara do trem. Não houve vítimas porém foi preciso interromper a circulação de trens até que a placa fosse retirada do local.
O choque foi gravado por usuários e mostram o momento do impacto entre o trem e a placa (veja abaixo). O diretor de operações do Metrô Milton Gioia explicou para a rádio Jovem Pan em entrevista que o painel acabou mobilizando sete funcionários para ser retirado. “É um conjunto de painéis de LED coberto por duas tampas. Uma das tampas se abriu indevidamente, um trem chocou-se contra essa tampa e todo o conjunto caiu entre as duas vias”, disse.
O novo painel foi desenvolvido pela empresa JCDecaux, que foi vencedora da concessão que visa explorar a publicidade no Metrô em estações e trens. Ao contrário do painel anterior, mais simples, esse conjunto possui um mecanismo interno de exibição dos anúncios e, ao que parece, não suportou a passagem dos trens que, mesmo dentro da estação, produzem uma circulação de ar forte. Com o episódio o Metrô optou por reduzir a velocidade dos trens durante a entrada nas estações Saúde e a própria Vergueiro por temer um acidente semelhante.
Experiência com mídia em mobiliário urbano, aeroportos e metrôs
A empresa de origem francesa é, por exemplo, responsável pelos relógios da cidade de São Paulo. O contrato com o Metrô de São Paulo foi assinado há quase um ano por um valor de R$ 375 milhões. Ela explorará os espaços publicitários por 10 anos em 142 trens e 52 estações das linhas 1, 2 e 3. Para isso precisará investir R$ 20 milhões na modernização desse inventário – o painel em questão já era um item desse investimento.
Num primeiro momento, a JCDecaux tem substituído ou acrescentado seus novos paineis, mas o projeto contempla o lançamento de novos formatos mais modernos.
Ironia ou não do destino, aconteceu em menos de uma semana da matéria que falava “da modernização dos serviços” do Metrô… >>> https://www.metrocptm.com.br/com-concorrencia-privada-metro-busca-modernizar-servico/
Não é uma crítica às matérias, mas uma crítica ao pensamento dessa máscara de modernização.
E bastante válida, Juliano. Nota-se que nesse caso tanto o lado privado quanto o público não fez sua parte direito. Esse painel deveria ter sido testado para que isso não ocorresse. E o Metrô deveria ter checado se ele realmente era seguro. Se alguma peça desse painel tivesse se soltado e atingido um passageiro seria um escândalo.
Não tem teste a ser feito nestes painéis pois são os mesmos que são usados nos relógios de São Paulo e os problemas são conhecidos. As travas as vezes ficam parcialmente travadas e ao longo do dia a trava se solta e as molas empurram a porta aberta. Nos relógios, quando isso acontece, alguém passa na frente ao longo do dia e fecha a porta, porém no caso do metrô, a porta se abriu no meio do caminho do trem.
Sim! E a gravidade que poderia se machucar o passageiro. Sempre achamos que uma empresa como a JCDecaux não irá ser amadora em suas execuções, mas pelo visto fomos bem enganados. Não sabemos como foi a terceirização do processo, mas foi muito mal realizada.
Se o que o Anônimo falou for verdade, é um absurdo! Pois manter a mesma estrutura em dois ambientes COMPLETAMENTE diferentes, é um erro crasso.
Como disse, sorte que não aconteceu nada de pior. A empresa deveria ser punida por conta disso.
Isso é mais uma prova da falta de atenção dos operadores dos trens… vários deles inclusive com o celular na mão ao invés de focar na operação do trem.
É verdade, um operador deve ser no mínimo capaz de ver uma porta de vidro aberta em uma estação iluminada a meio quilômetro de distância de dentro de um túnel escuro ao redor de uma curva para poder parar em segurança. Os pilotos de caça da força aérea não são bons o bastante para isso, temos de encontrar só os melhores dos melhores para operar trens.
Já trabalhei na JCDecaux a alguns anos atrás. Ainda bem que eu saí.