Paradas desde o dia 5 de setembro por iniciativa do consórcio Move São Paulo, as obras da Linha 6-Laranja do Metrô seguem sem previsão. Nesta quinta-feira (15) venceu o prazo dado pelo governo do estado de São Paulo para que a empresa solucionasse o impasse a respeito do financiamento da obra – a Move argumenta que não consegue seguir em frente sem o empréstimo pleiteado junto a BNDES, que prevê juros mais baixos.
O imbróglio é causado porque parte dos sócios da Move, as construtoras Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão, estão envolvidas na Operação Lava Jato e com sérias dificuldades financeiras. Por outro lado, o BNDES, a partir da gestão do presidente Michel Temer, endureceu as condições de financiamento, tornando essa possibilidade remota. Sem crédito, a concessionária teria até sondado o mercado na tentativa de repassar parte do projeto para terceiros, mas desde então não se tem notícia sobre interessados.
Em balanço coincidentemente publicado nesta quinta no Diário
Oficial, a Move alega que a paralisação se deveu não apenas à falta
de financiamento, mas também ao atraso nas desapropriações, de
responsabilidade do governo. Além disso, ela ressalta que a
companhia não está envolvida nas investigações da Lava JAto: “Até o
presente momento, o
conteúdo das colaborações é objeto de investigação por parte das
autoridades brasileiras…a Administração neste momento entende que
tais efeitos, se existentes, não deverão afetar significativamente
a Companhia”, explica. No mesmo balanço, os auditores contratados
para analisar os dados ressaltam o prejuízo acumulado pela Move e
que há uma alavancagem de 86% do seu capital além de alertarem para
a possibilidade: “esses eventos ou condições, indicam a existência
de incerteza relevante que pode suscitar dúvida significativa
quanto à capacidade de continuidade operacional da Companhia”, diz
a nota.
Questionado a respeito do prazo e do que ocorrerá caso a solução não seja apresentava pela Move São Paulo, o secretário de Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni preferiu não responder ao blog em recente entrevista: “Vamos ver depois”, se limitou a dizer.
Com cerca de 15 km de extensão, a Linha 6 é crucial para melhorar a mobilidade na região noroeste de São Paulo. Ela não só passará por áreas densamente povoadas como também atravessará uma região de difícil locomoção na cidade, cheia de elevações e sem vias diretas para chegar a vários corredores do centro. A expectativa é que movimente cerca de 600 mil pessoas por dia quando estiver pronta.
A situação atual é de canteiros vazios, alguns deles até mal cuidados, além de dois shields desmontados no maior canteiro da obra, ao lado da Marginal Tietê. A Linha 6 é a primeira PPP completa no segmento ferroviário no Brasil. Ela prevê a construção e operação por um parceiro privado e serviu de modelo para outra PPP semelhante, a da Linha 18, outra que ainda não começou.
na minha opiniao, eu acho que o governo do estado de Sao Paulo ja deveria ter repassado a linha 6 laranja para outro consorcio, mesmo que fosse estrangeiro, pois nao adianta o consorcio Move Sao Paulo continuar dando desculpas esfarrapadas com as obras paradas, dessa importante linha do metro de S Paulo.
O valor do orçamento proposto será “desporpinado”? Refeito com novos valores sem as propinas das construtoras envolvidas nas Lava Jato?