A Prefeitura de São Paulo publicou dois decretos municipais na semana passada que tornam o entorno das linhas 2-Verde e 17-Ouro do Metrô em eixos de transporte público.
A medida significa que avenidas e ruas próximas às estações poderão usufruir de benefícios urbanísticos de Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU) para maior adensamento construtivo e populacional e implantação de fachada ativa, fruição pública e edifícios de usos mistos (residencial e não-residencial).
Trata-se de uma diretriz do Plano Diretor Estratégico (PDE) de 2014, que orienta o crescimento da cidade nas proximidades do transporte público. Os dois ramais estão em obra no momento, com 16 estações em construção. A Linha 2-Verde está sendo expandida de Vila Prudente até Penha, com oito paradas, enquanto o monotrilho da Linha 17 ligará o Aeroporto de Congonhas à Marginal Pinheiros, passando sobretudo pela Avenida Roberto Marinho.
Segundo a Prefeitura, “a ativação dos eixos é prevista pelo Plano Diretor para as áreas demarcadas como Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto (ZEUP). De acordo com a lei, essas zonas devem receber os parâmetros urbanísticos dos eixos somente após a emissão da Ordem de Serviços das obras das infraestruturas do sistema de transporte, autorizações e licenças dos órgãos competentes e publicação do decreto autorizador. Essa medida faz com que não se permita o licenciamento de empreendimentos de elevada densidade sem que o sistema de transporte público coletivo esteja em implantação”.
A Prefeitura da capital já ativou seis eixos de transporte públicos. Além do entorno do corredor de ônibus na Av. Eng. Luiz Carlos Berrini e o Leste-Itaquera, as regiões da Linha 5-Lilás e Linha 6-Laranja do Metrô foram contempladas em 2016.
O efeito da medida é um maior número de empreendimentos que aproveitam a facilidade de deslocamento proporcionada pela rede metroferroviária para atrair moradores, serviços e comércio.
A extensão da Linha 2-Verde deverá ser inaugurada em 2026 enquanto a Linha 17-Ouro é cogitada para o segundo semestre de 2023 em operação assistida.
Por que não contemplaram a Linha 15 – Prata?
A Prata bugou
A grande maioria das linhas principalmente da zona Leste Linha 11-Coral são conhecidas por seu carregamento pendular, ou seja, em determinado horário do dia, uma massa se desloca dos bairros ao centro, e vice-versa. Nestes horários de maiores carregamentos podem ser constatados a superlotação, quantidade transportada não está diretamente relacionada a lotação em determinados horários e a transformação dos eixos das linhas 2-Verde e 17-Ouro em regiões de maior adensamento, além de permitir uma maior redistribuição e desenvolvimentos de empreendimentos residenciais e comerciais entorno às estações do Metrô.
A Linha 2-Verde continua a ser a mais importante de todas as expansões do Metrô, pois fecha e interliga o Grande Anel Metrô Ferroviário Metropolitano de São Paulo, porém é fundamental as atuais terminações indevidas das Linhas 5-Lilás na Chácara Klabin, e 15-Prata na Vila Prudente, tenham no seu planejamento de agrupar no “Hubber” da CPTM na Estação do Ipiranga diretamente da Linha Integradora 710-Rubi/Turquesa. O avanço e continuação das obras da extensão até Penha para 2027, com oito novas estações, desta forma é imperativo e justificada a extensão planejada terminação da Linha 2-Verde em Guarulhos ainda nesta década, por conta de uma suposta sobrelotação, pois com a extensão Linha 13–Jade e a construção de quatro estações iria aumentar a baixa demanda desta linha de alta capacidade ela deveria se estender para até Bonsucesso, ou aguardar a chegada da Linha 19-Celeste para o final da década de trinta, caso isto se faça, esta grande cidade do Brasil continuará ficando sem Metrô e CPTM nesta década!
Vale lembrar que decisões técnicas não são uma constante no planejamento da expansão metrô-ferroviária em São Paulo, mas desta vez a decisão de alterar zoneamento (ZEU), assim como a diretriz do Plano Diretor Estratégico (PDE) é correta.