Presidente da CPTM diz que empresa pode ter papel diferente após concessões de suas linhas

Em entrevista à Abifer, Pedro Moro afirmou que governo entende que expertise da companhia será fundamental para projetos de expansão sobre trilhos no estado
Trens da CPTM (Jean Carlos)

Com suas atuais linhas e mesmo projetos na mira de concessões do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), a CPTM vive um momento de indefinição quanto ao seu futuro. No entanto, para Pedro Tegon Moro, no cargo de presidente desde 2019, o expertise acumulado pela companhia não será perdido.

Em entrevista à Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) nesta segunda-feira (18), Moro comentou sobre a situação da CPTM diante dos planos de concessão que envolvem as linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira, 13-Jade e até mesmo a 14-Ônix, ainda em estudo.

Segundo ele, o atual governo tem ciência da importância da companhia de trens metropolitanos, que completou 30 anos em 2022 e teve a missão de recuperar a infraestrutura ferroviária herdada da Fepasa e CBTU.

“Há um papel muito importante para o estado controlar tudo o que é transporte sobre trilhos e a CPTM tem um papel pela expertise que não pode ser deixado de lado”, disse.

Em sua visão, a CPTM deverá participar de uma potencial agência reguladora do transporte sobre trilhos além de gerenciar os projetos de ligações ferroviárias atualmente em estudos e que incluem trens entre cidades do interior do estado.

Como este mostrou recentemente, a gestão Tarcísio tem um programa de concessão de ramais sobre trilhos que pretende repassar todas as linhas atuais e futuras para operadores privados.

Pedro Moro, presidente da CPTM (Jean Carlos)

Passageiros pagantes já superam os números pré-pandemia

Pedro Moro também revelou algumas informações interessantes, como  o patamar de demanda das linhas da companhia atualmente. Segundo ele, o número de passageiros pagantes já é maior do que o de 2019, ano anterior à pandemia do Covid-19.

De acordo com dados da companhia, o usuário da CPTM se desloca em média 18,5 km por viagem, um número bastante elevado.

“Nós vamos buscar as pessoas nos lugares mais distantes e são pessoas que acabam tendo menos opção de fazer um home-office ou tem uma necessidade maior de vir para São Paulo (capital) e a forma mais barata, mais rápida e eficiente de se locomover é a CPTM”.

Segundo ele, os totais absolutos ainda não foram recuperados por conta das transferências com o Metrô, que está num patamar menor de demanda.

Linha 14-Onix (STM)

Viagens mais rápidas

Pedro também fez questão de observar que três das linhas da empresa não só estão com menores intervalos, mas também realizando viagens mais rápidas. O ganho médio de tempo foi de cerca de 10% nas linhas 10 e 11 e de 15% na Linha 12, que passou por várias obras de modernização.

A empresa voltou a tocar o projeto de sinalização CBTC nas linhas 10-Turquesa e 11-Coral e está priorizando a primeira por conta de um processo parecido do Metrô na Linha 3. Mas Pedro garantiu que em 2024 o trabalho chegará à Linha 11 também.

Além disso, o presidente da CPTM revelou que quatro estações das linhas 10 e 12 serão modernizadas e ganharão acessibilidade em 2024. Atualmente, 43 das 57 já contam com esse atributo enquanto duas estão em obras.

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Já sobre um possível “investimento” de R$ 50 milhões na Linha 11-Coral, Pedro Moro esclareceu se tratar de uma verba associada ao contrato de Parceria Público-Privada que gerencia os 36 trens da Série 8000.

Essas composições foram fabricadas pela CAF e são mantidas pelo Consórcio CTrens por um período de 20 anos. Elas deveriam operar apenas na Linha 8, mas com a concessão para a ViaMobilidade, as unidades foram realocadas na Linha 11.

“Esses R$ 50 milhões que o governo passou para a CPTM é para cumprir as obrigações desse contrato de concessão, então não é para nenhyma obra específica”, explicou Moro.

Veja a entrevista na íntegra abaixo:

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9 comments
  1. Deixar todas as linhas por conta do setor privado vai comprometer o sistema em médio e longo prazo, as empresa privadas não serão capazes de inovarem como o Metrô e CPTM fazem, vide o Metrô Rio que apesar de não ser um desastre como a Supervia, pouco desenvolveu o sistema nos últimos anos, mantendo a mesma tecnologia de antes da concessão. Seria interessante manter o modelo híbrido com algumas linhas privadas e outras públicas, assim forçaria ambos os setores a competirem e assim manter um padrão aceitável para os usuários. Em relação ao fim da CPTM como empresa operacional, ao longo do tempo esta empresa se tornará mais uma empresa excessivamente burocrática com apenas cabides de empregos e “aspones”, como tantas outras agências reguladoras.

    1. Absurdo! para que serve uma companhia de trens, que privatizou sua linhas?!!! expertise para quem? Estes cidadãos usam exabusam do adjetivo GESTOR! Mas não fazem gestão de nada! da trabalho gestar! o negócio é conceder com infinitos benefícios, inclusive com garantias de lucro, mesmo não tendo demanda.

  2. Ah sim agora já sabemos o que o Tarcísio quer que aconteça: Os funcionários comissionados da CPTM ( que são cargos distribuídos pelo governador) continuam no seus empregos burocráticos e ganhando seu salário gordo, enquanto os funcionários concursados que são o chão de fábrica da CPTM e fazem os trens rodarem são demitidos e não contratados pela empresa que quer comprar tudo ( não sei se vcs sabem mas a CCR só contrata gente nova de idade pra cargos assim).
    Curioso né? estão é desmontando a CPTM isso sim, estão destruindo tudo que levou anos pra conseguir.

  3. verdade, só para garantir o cargo dele e de todos os comissionados vão continuar e fazendo menos do que faziam. pura sacanagem com o verdadeiro trabalhador que faz a CPTM realmente funcionar. porque esses a não estão nem aí pra populaçao.

  4. Gostaria de saber o porquê eu comentário foi excluído? Pois não ofendi ninguém, inclusive o meu comentário anterior vinha de encontro aos comentários, que estão presente atualmente.

  5. Pessoal você está acha estranho que o material
    utilizado para reforma de osasco para trás ser de uma qualidade inferior a L11 que tudo material de primeira

  6. Não entendi…O governo estadual “valoriza” a experiência da CPTM, porém está determinado a privatiza-la plenamente – mesmo a gestão privada já tendo se mostrando bem menos eficiente do que o prometido.

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